Como já observou Sertillanges, “a vida moral é uma
arquitetura cujos materiais são os acontecimentos cotidianos. Com os mesmos
materiais, pode-se construir uma choça, uma taverna ou um templo”.
Li de Diógenes, um filosofo grego, a seguinte sentença: “Em
todas as coisas, considera o fim”.
Quando aplicamos isto na política, pode-se observar que é o
passado e a soma das atitudes ao longo de uma carreira construída, que nos dá a base para o julgamento dos
resultados, a qual finalidade se encaminhou. Temos vários exemplos na
história, de líderes políticos, carismáticos ou não, que tomaram várias
atitudes durante toda sua vida, visando chegar ao seu objetivo. Alguns
progrediram até uma altura incomensurável, outros regrediram até uma baixeza
inominável.
Mas por que comecei este texto, falando sobre isso? Porque
hoje quero apresentar para vocês, uma compilação (é longa, mas esclarecedora) que
fiz em pesquisa para entender os objetivos dos chamados governos populistas e
socialistas de esquerda. Claro que os personagens deste texto serão Chávez,
Fidel, Lula e Dilma, principais e atuais precursores e adeptos defensores do
socialismo na América Latina.
É importante, primeiramente, que saibam: existe um encontro
de representantes de partidos políticos e de organizações não
governamentais de esquerda da América
Latina e Caribe. Este encontro chama-se Foro de São Paulo. O Forum foi criado em 1990 pelo
Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, onde a reunião se realizou pela
primeira vez. Desde então, o FSP tem acontecido a cada um ou dois anos, em
diferentes cidades dos países participantes. São eles: Argentina, Barbados,
Belize, Bolívia, Brasil, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Guatemala,
Haiti, Nicarágua, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Em
vermelho na imagem abaixo:
A ideia do Foro de São Paulo surgiu em julho de 1990,
durante uma visita feita por Fidel Castro a Lula, ex-presidente
do Brasil em São Bernardo do Campo. Foi formalizada quando 48
organizações, partidos e frentes de esquerda da América Latina e do Caribe,
atendendo a convite do Partido dos Trabalhadores, reuniram-se na cidade de
São Paulo visando debater a nova conjuntura internacional pós-queda do
Muro de Berlim (1989). Com objetivo também de elaborar estratégias para fazer face
ao embargo dos Estados Unidos a Cuba e unir as forças de esquerda
latino-americanas no debate das consequências da adoção de políticas
supostamente neoliberais pela maioria dos governos latino-americanos da época.
Fazem parte do Foro de São Paulo, além de organizações, como
as FARC, os Partidos Comunistas e Socialistas de todos os países citados, e no
Brasil, o PT, o PCdoB, o PDT, o PSB, e o PCB.
A imprensa brasileira, se cala sobre a existência do Foro.
Mas enquanto não censuram a internet de vez, veja o vídeo:
E para os críticos da revista Veja, que dirão que o vídeo acima é montagem
da revista golpista, podem ver este:
Uma vez, Boris Casoy, em entrevista a Lula, perguntou a ele:
“Fala-se sobre uma aliança, um eixo, sobre Chávez, Fidel e Lula. É verdade
isso?” Lula negou, (claro, e falou que era piada) e o ‘aconselhou’ a não
repetir isso no vídeo. Boris Casoy foi demitido da Record, logo em seguida. Veja isso,
e mais:
Agora, o mais assustador, e que talvez o mais
esclarecedor, de tudo que encontrei, (no blog Nota Latina) foi esta
‘suposta’ carta, de Fidel a Chávez, que a transcrevo abaixo com tradução de G.Salgueiro, e que foi lida em um
programa de rádio de Caracas, ouça clicando aqui: RCTV.
Na carta, Fidel ensina a Chávez como conduzir o processo
revolucionário, em 3 etapas:
Primeira Etapa
“Os pobres são maioria e têm pouca memória. Injeta-lhes
esperança e acusa o passado, à Democracia de todos os seus males. Mantém-te em
linha permanente com teu povo. Identifica-te com eles. Teu verbo tem de ser
simples; isso lhes chega muito bem, pois tens o tempero que faz falta.
Emociona-os, leva-os em consideração. Aprende a manipular a ignorância. O
verbo deve ser inflamado, de autoridade e poder; não te preocupes com os ricos
e a classe média, [pois] não são mais que 80% de pobres o que tu necessitas. Os
ricos saem correndo se lhes fazes "Buu!!!"
Os católicos adoram menções da Bíblia ou de Cristo. Os
católicos, em que pese ser a grande maioria na Venezuela, não fazem nada.
Rezar, sem ações, não vão chegar a parte alguma; são uns bobalhões. Enquanto a
igreja está adormecida, aproveita. Quando decidirem mover-se, já estarás
instalado. Lembra que a igreja é “escorregadia”. Segue fustigando. Os católicos
sem liderança não são ninguém. Nenhum padreco vai reagir. Há dois ou três que
querem rebelar-se, porém seus superiores os encurralam. Se vês um sacerdote
católico alvoroçado, compra-o, chama-o, ganha-o para ti; se o povo cristão se
te rebela, esse será teu último dia... porém, dificilmente esse dia virá. Os
judeus na Venezuela não contam, os Evangélicos são uns pobres coitados e as
demais religiões para que nomeá-las? Cita o Cristo, sempre, fala em seu nome,
lembra que isto a mim me deu excelentes resultados.
Inclui bandeiras e Simón Bolívar quando possas. Gera um novo
nacionalismo. Desperta o ódio, divide os venezuelanos. Esta etapa te dará bons
dividendos... Se eliminarão uns aos outros, a violência te ajudará também a
instalar-te mais tarde à força. Entretanto, fale-lhes de Democracia. Tens
dinheiro, compra a fidelidade enquanto cumpres os teus objetivos. Quando
consegues o que queres se se opõem ou te aconselham, despreza-os. Envia-os a
embaixadas, dá-lhes dinheiro para que se calem ou tira-os do país para que a
imprensa não os utilize. Os que se oponham “planta-lhes” delitos; isso
desqualifica para sempre. Por todos os meios mantém maioria na Assembléia.
Mantém a teu lado no mínimo a Procuradoria e o Tribunal. Compre todos os
militares com comando de tropa e equipamentos. Põe-os onde há bastante
dinheiro. Compra banqueiros. Grandes comerciantes e construtores. Dá-lhes
contratos, trabalhos e facilidades para esta primeira etapa.
Segunda Etapa
Para a segunda etapa tens que haver formado Comitês de
Defesa sa Revolução que os podes chamar de “Bolivarianos”. Faz trabalho
comunitário com eles para que te defendam agradecidos. Paga-lhes para que sigam
teus alinhamentos (marchas, concentrações). Dos comitês seleciona os mais
agressivos para uma força de choque armada que podem necessitar se a coisa se
põe difícil. Controla a Polícia, destrói-a. Ponha-na à tua disposição. Na
segunda etapa tens que aprofundar a visão da Revolução. Deve-se mencionar muito
a palavra revolução. Isto emociona os pobres.
Aqui tens que fraturar as uniões de trabalhadores e de
empresários que podem fazer oposição. Aqui temos que conseguir com que os
trabalhadores estejam filiados a uma central paralela. Com dinheiro se
consegue. Do mesmo modo, tens que armar uma central de empresários paralela.
Ataca os empresários. Acusa-os de famintos, fascistas e particularmente
acusa-os de golpistas; faz-te de fraco.
A mente dos homens se situa no mais fraco e na injustiça. Se
não o podes comprá-los, fecha os meios de comunicação radial, impressos e
televisoras. Tua empresa de petróleo é quem te produz o dinheiro do projeto.
Põe uma Junta Diretora Revolucionária. Demite os técnicos e acaba com essa
chamada meritocracia.
Terceira Etapa
Se tens tudo nesta etapa podes seguir para a terceira. Na
terceira etapa podes violar a Constituição porque ninguém vai te impedir.
Ordena invasões. Distribui armas, drogas e dinheiro. Acusa-os de espiões e
corruptos. Desprestigia-os. Prende muitos jornalistas, empresários, líderes
trabalhistas. Os demais escaparão do país ou serão punidos.
Reestrutura o Gabinete. Aqui podes desfazer-te de teus
colaboradores. A alguns podes premiá-los e outros desprezá-los pois já não há
oposição. Tens que pôr camaradas. Estabelece o chamado constitucionalmente.
Estado de Exceção; Suspende garantias. Lança o toque de recolher. Apura-te,
olha se o povo te está achando excelente. Fecha todos os meios de comunicação.
Destrói Prefeitos e Governadores da oposição.
Anuncia a reestruturação de todas as áreas do Estado e a
elaboração de uma nova Constituição. Forma um Conselho de Governo com 500
membros. No Conselho Assessor do Governo estarei eu. Há que fuzilar os
opositores que não aprendem. Isso é a única coisa que os silencia e é mais
econômico.
Nunca deixes que se organizem, nem deixes que conheçam tuas
intenções. Seremos respeitados novamente com o Marxismo-Leninismo. Brasil,
Equador, Venezuela e Cuba a passos indestrutíveis. Se vejo que não tens
colhões, recolho todo o meu pessoal; podem me matar os militares, quando se te
ergam, se não me fazes caso. Que estás esperando, Hugo?”
Percebem alguma semelhança?