Criadas sob o regime militar, no início dos anos 70, as
disciplinas EMC (Educação Moral e Cívica) e OSPB (Organização Social Política
Brasileira) tornaram-se obrigatórias e foram impregnadas com os abusos da
época, exaltando o regime militar, onde até existia um slogan “Brasil, ame-o ou
deixe-o”. Ao invés de banidas em 1996,
tivessem sido adaptadas ao ensino factual da história política brasileira, sem
ideologias em detrimento da análise e reflexão, talvez outros rumos estaríamos
nós vivendo hoje, em virtude do ensino poder despertar o nacionalismo e civismo
nos alunos.
Além de melhorar a auto-estima de um País, o patriotismo,
evitaria hoje, a ignorância política, onde os atuais líderes costumam, ao seu
bel prazer e a vontade, recontar a história de acordo com sua conveniência,
aproveitando-se do analfabetismo político da população. Isto é mais uma
constatação que, a Educação, é o primórdio e a prioridade para o
desenvolvimento de uma Nação.
O país passou desde 1500, por Colônia, Império, Primeira e
Segunda República e Regime Militar até chegar à Nova República e a Democracia.
Passou pelo ‘milagre econômico’ na era militar, com o PIB
chegando a 8%. Passou por crises de petróleo, censura, anistia, controle de
inflação. Passou por várias reformas políticas e econômicas, manifestações
populares, como o ‘Diretas Já’.
Planos econômicos, tentando o controle da inflação, entre os
quais, congelamento de preços. Após o cruzeiro o Plano Cruzado, Plano cruzado
2. Plano Bresser, Plano Verão, Cruzado Novo, Cruzeiro Real.
Passou por um novo movimento popular, ‘os cara pintadas’,
pelo impeachment de um presidente.
Chegou à estabilidade, conseguida pelo Plano Real, iniciado
em fevereiro de 1994, com uma medida provisória, estabelecendo a URV (Unidade
Real de Valor) e lançado em Julho de
1994, no governo Itamar Franco, onde FHC era o Ministro da Fazenda.
Perante uma inflação que já havia chegado a 70% em um único
mês, e beirou a casa dos 47% um mês antes do lançamento do Real, a primeira
inflação registrada sob efeito da nova moeda foi de 6,08%. Em Setembro de 1994, a inflação chegou a
1,51%.
Uma sequência de reformas estruturais foram feitas nos 6
anos seguintes, já sob o governo FHC, para sustentar a estabilidade econômica. Para
estancar os históricos déficits nas contas governamentais, foram feitas
privatizações de empresas estatais como a Telebrás e a Vale do Rio Doce. Foi
criado o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do
Sistema Financeiro Nacional) para recuperação de instituições financeiras que
estavam com graves problemas de caixa, até a criação da Lei de Responsabilidade
Fiscal. O governo FHC criou programas sociais como o Bolsa-Escola, Vale Gás, e
bolsa-alimentação, atualmente unificados e denominado de Bolsa-Família. Milhares
de crianças foram retiradas do trabalho escravo. Implementou a AGU (Advocacia
Geral da União). Criou Agências Reguladoras, incluindo a ANS e a Anvisa.
Criou lei de incentivo aos medicamentos
genéricos e o programa de combate a AIDS foi considerado pela ONU o melhor do
mundo. Também foi aplicada lei de combate ao tabagismo e implantada vacinação
contra gripe a idosos.
Com a expansão econômica, investidores externos entraram em
grande escala no Brasil, somente na área automobilística, 11 marcas passaram a
fabricar seus automóveis no país.
O governo FHC enfrentou várias crises internacionais, entre
elas, a crise do México, a asiática, a Rússia, a Argentina e o atentado de 11
de setembro nos EUA.
Será preciso estatísticas comparativas em cartilhas,
distribuídas hoje, em comemoração aos 10 anos do partido governista atual, o
Partido dos Trabalhadores, onde há tanta prepotência e arrogância, de seus
líderes, e nenhuma generosidade em reconhecer, que entre erros e acertos, foi o
trabalho de vários governos o resultado do Brasil que temos hoje?
Um partido
que ao conquistar o poder, e permanecer nele durante 10 anos, não fez nenhuma
reforma que de fato levasse o país ao desenvolvimento, que é muito diferente de
levar ao crescimento, e que foi contra todas medidas do governo anterior. E hoje, se tem governabilidade possível, é porque pode usufruir dos méritos dos
feitos anteriores, que aliás, tomou para si e divulga como seu, sem hoje
confessar publicamente que foi contra as eleições Diretas, que foi contra a
Constituição de 1988 e que foi contra o próprio plano Real.
Que foi contra as privatizações e hoje privatiza. Que foi
contra o programa social chamado ‘bolsas’, cujo líder do partido, e
ex-presidente, bradava no palanque ser utilizado como sistema de compra de
votos, e até hoje usa o programa, que mudou de nome, como sua criação, e palanque
eleitoral. E que o mesmo faz sua sucessora. Sucessora esta, que tal como seu mestre,
também propaga o uso do programa, chamando agora os anteriores de ‘precários’
(mas que nunca o ampliou para capacitar seus dependentes para o trabalho e
sustento), inclusive o utiliza como
pré-campanha, usando a máquina administrativa, dizendo que com ele acabou com a
miséria extrema e visível do país.
Se auto denominar o governo petista de ‘glorioso’, quando
lutou contra as medidas tomadas pelos antecessores, quando oposição, inclusive
protestando contra o ‘irrisório’ salário mínimo, que em sua visão e promessas,
levaria a R$2.500 e cujo valor hoje, após 10 anos, é de R$ 678,00, colocando
como classe média pessoas com ganho de R$ 290,00 onde a cesta básica chega a R$
377,00 e dizendo que acabou com a miséria no país, porque distribui bolsas de
R$ 70,00, é ofender a inteligência de qualquer ser pensante.
Sob o slogan “do povo, pelo povo, para o povo”, no governo
repetidamente ‘do povo’, nunca os bancos tiveram maior lucro. O Brasil se
encontra em 84º no IDH. 6% da população brasileira vive em favelas. 40% do país
não tem saneamento básico. Apesar de ter os impostos mais caros do mundo, não
temos qualidade em serviços públicos essenciais, como Educação, Saúde,
Transporte e Segurança. Mais de 50 mil homicídios por ano. O país é o maior
consumidor de crack do mundo.
Bastou uma ‘tragédia’ durante o governo ‘do povo’ em uma
boate incendiada, para mostrar ao país e ao mundo, os gigantescos problemas de falta de fiscalização, ineficiência
da Saúde Pública e corrupção. Que se estendeu para todo o país.
Possivelmente a cartilha petista não fala do PIB. Não fala
do BNDES. Não fala da manobra econômica, da queda de ministros, dos escândalos seqüenciais e ininterruptos de corrupção. Do Mensalão. Do desafio dos
governistas ao Judiciário. Dos condenados mensaleiros que estão em exercício no
Congresso. E que possivelmente estarão lá, todos se confraternizando, na festa de 10 anos do PT. Não falará da censura que já impõe e quer regular ainda mais, calando a liberdade de expressão da mídia que não o afaga. Aliás, o Brasil já está na lista dos 10 países mais perigosos do mundo em liberdade de imprensa. De seu apoio aos países e líderes comunistas. Do Foro de São Paulo. Também
não deve falar dos problemas da Eletrobrás e da Petrobrás.
O governo mais demagogo, intervencionista, fisiologista e
clientelista já existente, que somente no governo Lula, gastou mais de R$ 10
Bilhões do dinheiro público em propaganda, se auto-proclama ‘glorioso’ e está em festa. A democracia, pela
qual eles dizem ter 'lutado', e apoiar, não será mais Democracia se não houver alternância de poder. E o PT pretende se perpetuar nele. E tem feito qualquer coisa e a qualquer preço, para isso.
‘O decênio que mudou o Brasil’. Alter-egos e fanáticos à
parte, cabe a população, que sofre todas as consequências e paga todas as contas, avaliar e decidir se foi pra melhor ou pra pior, e qual o futuro que quer para si.