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sábado, 16 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Indignação Seletiva - por Ruy Fabiano



Linchamento moral, via redes sociais da internet, tornou-se já há algum tempo instrumento de ação política. Nas eleições, então, faz-se “o diabo”, como mencionou há dias, com a maior naturalidade, a presidente Dilma Roussef. Mas não apenas.

O vale-tudo não se prende a calendários: tornou-se rotina. E o grande protagonista, sem dúvida, é o PT, que dispõe da consultoria de especialistas para manter a militância mobilizada.

Coube ao partido criar um clima de comoção com a visita da blogueira cubana Yoani Sánchez, crítica dos irmãos Castro, que há mais de meio século governam Cuba.

Antes, a militância deflagrara campanha nacional pelo impeachment do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e agora faz o mesmo em relação ao deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Não vem ao caso examinar o mérito (ou a ausência de) de cada qual. O que importa, para efeito desta análise, é examinar a ambiguidade do partido, uma espécie de esquizofrenia política deliberada. Renan Calheiros não seria presidente do Senado sem o apoio ativo e entusiástico do PT.

Da mesma forma, Marco Feliciano não estaria na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara sem o consentimento (e o apoio) do mesmo PT. No primeiro caso, bem mais relevante, dada a importância do Senado para a governabilidade, Renan é parceiro dos petistas desde o governo Lula.

A presidente Dilma saudou sua eleição, que lhe garante algum conforto numa Casa legislativa que lhe tem imposto alguns revezes. Lula e José Dirceu pediram votos para Renan.

Não obstante, a militância, na internet, fiéis a ambos, entrou em cena, pedindo o impeachment, que, por razões óbvias, sensibilizou pessoas de boa fé, sem vínculo partidário, que nem de longe desconfiam que o propósito da campanha não é moral, mas político. Se Renan deixar o cargo, será sucedido pelo vice, o petista Jorge Viana. É disso que se trata.

O caso do pastor Feliciano, não é muito diferente: trata-se também de reciprocidade, pagamento de dívida eleitoral. Embora a militância do PT seja hostil às religiões – sobretudo às evangélicas, que se opõem à sua agenda comportamental -, elas são de grande valia em tempo de campanha eleitoral.

Marco Feliciano foi um dos muitos pastores assediados pelos articuladores da candidatura de Dilma Roussef em 2010, para que orientasse seus fiéis a votar no PT.

E ele cumpriu o combinado (quem quiser pode consultar suas palavras no Youtube, pedindo votos para Dilma). Já naquela época, ele se opunha ao casamento gay, ao aborto, extraía dízimos à revelia do Código Penal e sustentava sua bizarra teologia em relação à raça negra (da qual, inclusive, descende).

A dívida eleitoral está paga com sua eleição. A campanha por sua destituição é outra história e o PT se exime formalmente de qualquer responsabilidade, mas sabe que será beneficiário de seu afastamento, recuperando condições de ter de volta uma comissão que considera sua, de fato e de direito.

A vice de Feliciano, Antonia Lucia (PSC-AC), é também evangélica e seguidora do mesmo ideário. Se Feliciano cair, é improvável que consiga sucedê-lo.

Não há dúvida de que colocar alguém com o perfil de Feliciano numa Comissão de Direitos Humanos fere a lógica e o bom senso. Mas não é mais chocante que ver o deputado João Cunha (PT-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal, presidindo a Comissão de Constituição e Justiça, onde lhe faz companhia outro condenado do Mensalão, o deputado José Genoíno (PT-SP).

E o que dizer do deputado Tiririca na Comissão de Educação da Câmara? Nenhum deles, porém, corre o risco de se tornar alvo da militância petista nas redes sociais. A indignação é seletiva e a moralidade só entra em cena quando convém.



Ruy Fabiano é jornalista (via Blog do Noblat)
sexta-feira, 15 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Quando menos vale mais - por Nelson Motta



Como disse a presidente Dilma, com conhecimento de causa, para ganhar eleições faz-se o diabo. Como fez o presidente Geisel, em 1977, editando o "Pacote de abril" para ajudar a Arena a ganhar as eleições legislativas. Entre outras leis e decretos para assegurar a maioria no Congresso, dava mais cadeiras de deputados aos Estados menos populosos e mais pobres e atrasados, dominados pelo governismo e o coronelismo. Ganhou as eleições, mas até hoje o Brasil democrático perde com esse entulho autoritário.

O pretexto para o arbítrio era equilibrar as desigualdades regionais, como se mais deputados com menos votos pudessem dar mais ordem e progresso ao Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Sergipe, onde cada voto passou a valer no Congresso três vezes mais do que os de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, distorcendo a representatividade, a federação e o princípio democrático de "um cidadão, um voto".

O analista político Fernando Rodrigues contabilizou: em 2010, os 48 deputados eleitos por esses Estados privilegiados - que continuam entre os mais pobres e atrasados - tiveram, juntos, 1,8 milhão de votos. Já os 46 eleitos pelo Rio de Janeiro receberam 4,5 milhões de votos. Certos parágrafos valem por uma coluna inteira. Mas, além dos caciques regionais, como Sarney e Romero Jucá, quem defende a continuidade dessa partilha autoritária e casuística? Os partidos que hoje dominam esses grotões e não querem perder a vantagem que a ditadura lhes deu.

Todos concordam com a urgência de uma reforma eleitoral, mas ninguém fala nessa aberração, só em financiamento público, lista fechada, voto distrital, o que for mais vantajoso para o partido que propõe, e assim não se faz reforma alguma.

Mesmo na hora em que o pacto federativo é ameaçado pela guerra dos royalties do petróleo, pelos cortes de impostos que prejudicam os Estados, pelos critérios de distribuição dos fundos constitucionais aos entes federativos, ninguém quer discutir as distorções dos colégios eleitorais. É incrível, mas o "Pacote de abril" continua em vigor, como uma diabrura da ditadura para ganhar as eleições.


NELSON MOTTA - O Estado de S.Paulo


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013 | By: Vânia Santana

O decênio que mudou o Brasil, o afastou do futuro?



Criadas sob o regime militar, no início dos anos 70, as disciplinas EMC (Educação Moral e Cívica) e OSPB (Organização Social Política Brasileira) tornaram-se obrigatórias e foram impregnadas com os abusos da época, exaltando o regime militar, onde até existia um slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o”.   Ao invés de banidas em 1996, tivessem sido adaptadas ao ensino factual da história política brasileira, sem ideologias em detrimento da análise e reflexão, talvez outros rumos estaríamos nós vivendo hoje, em virtude do ensino poder despertar o nacionalismo e civismo nos alunos.
Além de melhorar a auto-estima de um País, o patriotismo, evitaria hoje, a ignorância política, onde os atuais líderes costumam, ao seu bel prazer e a vontade, recontar a história de acordo com sua conveniência, aproveitando-se do analfabetismo político da população. Isto é mais uma constatação que, a Educação, é o primórdio e a prioridade para o desenvolvimento de uma Nação.

O país passou desde 1500, por Colônia, Império, Primeira e Segunda República e Regime Militar até chegar à Nova República e a Democracia.
Passou pelo ‘milagre econômico’ na era militar, com o PIB chegando a 8%. Passou por crises de petróleo, censura, anistia, controle de inflação. Passou por várias reformas políticas e econômicas, manifestações populares, como o ‘Diretas Já’.
Planos econômicos, tentando o controle da inflação, entre os quais, congelamento de preços. Após o cruzeiro o Plano Cruzado, Plano cruzado 2. Plano Bresser, Plano Verão, Cruzado Novo, Cruzeiro Real.
Passou por um novo movimento popular, ‘os cara pintadas’, pelo impeachment de um presidente.
Chegou à estabilidade, conseguida pelo Plano Real, iniciado em fevereiro de 1994, com uma medida provisória, estabelecendo a URV (Unidade Real de Valor)  e lançado em Julho de 1994, no governo Itamar Franco, onde FHC era o Ministro da Fazenda.
Perante uma inflação que já havia chegado a 70% em um único mês, e beirou a casa dos 47% um mês antes do lançamento do Real, a primeira inflação registrada sob efeito da nova moeda foi de 6,08%. Em Setembro de 1994, a inflação chegou a 1,51%.

Uma sequência de reformas estruturais foram feitas nos 6 anos seguintes, já sob o governo FHC,  para sustentar a estabilidade econômica. Para estancar os históricos déficits nas contas governamentais, foram feitas privatizações de empresas estatais como a Telebrás e a Vale do Rio Doce. Foi criado o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) para recuperação de instituições financeiras que estavam com graves problemas de caixa, até a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo FHC criou programas sociais como o Bolsa-Escola, Vale Gás, e bolsa-alimentação, atualmente unificados e denominado de Bolsa-Família. Milhares de crianças foram retiradas do trabalho escravo. Implementou a AGU (Advocacia Geral da União). Criou Agências Reguladoras, incluindo a ANS e a Anvisa. Criou  lei de incentivo aos medicamentos genéricos e o programa de combate a AIDS foi considerado pela ONU o melhor do mundo. Também foi aplicada lei de combate ao tabagismo e implantada vacinação contra gripe a idosos.
Com a expansão econômica, investidores externos entraram em grande escala no Brasil, somente na área automobilística, 11 marcas passaram a fabricar seus automóveis no país.
O governo FHC enfrentou várias crises internacionais, entre elas, a crise do México, a asiática, a Rússia, a Argentina e o atentado de 11 de setembro nos EUA.


Será preciso estatísticas comparativas em cartilhas, distribuídas hoje, em comemoração aos 10 anos do partido governista atual, o Partido dos Trabalhadores, onde há tanta prepotência e arrogância, de seus líderes, e nenhuma generosidade em reconhecer, que entre erros e acertos, foi o trabalho de vários governos o resultado do Brasil que temos hoje?
Um partido que ao conquistar o poder, e permanecer nele durante 10 anos, não fez nenhuma reforma que de fato levasse o país ao desenvolvimento, que é muito diferente de levar ao crescimento, e que foi contra todas medidas do governo anterior. E hoje, se tem governabilidade possível, é porque pode usufruir dos méritos dos feitos anteriores, que aliás, tomou para si e divulga como seu, sem hoje confessar publicamente que foi contra as eleições Diretas, que foi contra a Constituição de 1988 e que foi contra o próprio plano Real.
Que foi contra as privatizações e hoje privatiza. Que foi contra o programa social chamado ‘bolsas’, cujo líder do partido, e ex-presidente, bradava no palanque ser utilizado como sistema de compra de votos, e até hoje usa o programa, que mudou de nome, como sua criação, e palanque eleitoral. E que o mesmo faz sua sucessora. Sucessora esta, que tal como seu mestre, também propaga o uso do programa, chamando agora os anteriores de ‘precários’ (mas que nunca o ampliou para capacitar seus dependentes para o trabalho e sustento),  inclusive o utiliza como pré-campanha, usando a máquina administrativa, dizendo que com ele acabou com a miséria extrema e visível do país.

Se auto denominar o governo petista de ‘glorioso’, quando lutou contra as medidas tomadas pelos antecessores, quando oposição, inclusive protestando contra o ‘irrisório’ salário mínimo, que em sua visão e promessas, levaria a R$2.500 e cujo valor hoje, após 10 anos, é de R$ 678,00, colocando como classe média pessoas com ganho de R$ 290,00 onde a cesta básica chega a R$ 377,00 e dizendo que acabou com a miséria no país, porque distribui bolsas de R$ 70,00, é ofender a inteligência de qualquer ser pensante.

Sob o slogan “do povo, pelo povo, para o povo”, no governo repetidamente ‘do povo’, nunca os bancos tiveram maior lucro. O Brasil se encontra em 84º no IDH. 6% da população brasileira vive em favelas. 40% do país não tem saneamento básico. Apesar de ter os impostos mais caros do mundo, não temos qualidade em serviços públicos essenciais, como Educação, Saúde, Transporte e Segurança. Mais de 50 mil homicídios por ano. O país é o maior consumidor de crack do mundo.
Bastou uma ‘tragédia’ durante o governo ‘do povo’ em uma boate incendiada, para mostrar ao país e ao mundo, os gigantescos problemas de falta de fiscalização, ineficiência da Saúde Pública e corrupção. Que se estendeu para todo o país.


Possivelmente a cartilha petista não fala do PIB. Não fala do BNDES. Não fala da manobra econômica, da queda de ministros,  dos escândalos seqüenciais e ininterruptos de corrupção. Do Mensalão. Do desafio dos governistas ao Judiciário. Dos condenados mensaleiros que estão em exercício no Congresso. E que possivelmente estarão lá, todos se confraternizando, na festa de 10 anos do PT. Não falará da censura que já impõe e quer regular ainda mais, calando a liberdade de expressão da mídia que não o afaga. Aliás, o Brasil já está na lista dos 10 países mais perigosos do mundo em liberdade de imprensa. De seu apoio aos países e líderes comunistas. Do Foro de São Paulo. Também não deve falar dos problemas da Eletrobrás e da Petrobrás.

O governo mais demagogo, intervencionista, fisiologista e clientelista já existente, que somente no governo Lula, gastou mais de R$ 10 Bilhões do dinheiro público em propaganda, se auto-proclama ‘glorioso’ e está em festa. A democracia, pela qual eles dizem ter 'lutado', e apoiar, não será mais Democracia se não houver alternância de poder. E o PT pretende se perpetuar nele. E tem feito qualquer coisa e a qualquer preço, para isso.

‘O decênio que mudou o Brasil’. Alter-egos e fanáticos à parte, cabe a população, que sofre todas as consequências e paga todas as contas, avaliar e decidir se foi pra melhor ou pra pior, e qual o futuro que quer para si.



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013 | By: Vânia Santana

"Vou-me embora pra Bruzundanga" por Marco Antonio Villa




O Brasil é um país fantástico. Nulidades são transformadas em gênios da noite para o dia. Uma eficaz máquina de propaganda faz milagres. Temos ao longo da nossa História diversos exemplos.O mais recente é Dilma Rousseff.

Surgiu no mundo político brasileiro há uma década. Durante o regime militar militou em grupos de luta armada, mas não se destacou entre as lideranças.Fez política no Rio Grande do Sul exercendo funções pouco expressivas. Tentou fazer pós graduação em Economia na Unicamp, mas acabou fracassando,não conseguiu sequer fazer um simples exame de qualificação de mestrado. Mesmo assim,durante anos foi apresentada como "doutora" em Economia.

Quis-se aventurar no mundo de negócios, mas também malogrou. Abriu em Porto Alegre uma lojinha de mercadorias populares, conhecidas como "de 1,99". Não deu certo. Teve logo de fechar as portas.

Caminharia para a obscuridade se vivesse num país politicamente sério. Porém, para sorte dela, nasceu no Brasil. E depois de tantos fracassos acabou premiada:virou ministra de Minas e Energia.Lula disse que ficou impressionado porque numa reunião ela compareceu munida de um laptop.Ainda mais: apresentou um enorme volume de dados que, apesar de incompreensíveis, impressionaram favoravelmente o presidente eleito.

Foi nesse cenário, digno de O Homem que Sabia Javanês, que Dilma passou pouco mais de dois anos no Ministério de Minas e Energia. Deixou como marca um absoluto vazio.Nada fez digno de registro.Mas novamente foi promovida. Chegou à chefia da Casa Civil após a queda de José Dirceu, abatido pelo escândalo do mensalão.

Cabe novamente a pergunta: por quê? Para o projeto continuísta do PT a figura anódina de Dilma Rousseff caiu como uma luva. Mesmo não deixando em um quinquênio uma marca administrativa um projeto, uma ideia, foi alçada a sucessora de Lula.

Nesse momento, quando foi definida como a futura ocupante da cadeira presidencial, é que foi desenhado o figurino de gestora eficiente, de profunda conhecedora de economia e do Brasil, de uma técnica exemplar,durona,implacável e desinteressada de política.Como deveria ser uma presidente a primeira no imaginário popular.

Deve ser reconhecido que os petistas são eficientes. A tarefa foi dura,muito dura. Dilma passou por uma cirurgia plástica, considerada essencial para, como disseram à época, dar um ar mais sereno e simpático à então candidata.

Foi transformada em "mãe do PAC". Acompanhou Lula por todo o País. Para ela e só para ela a campanha eleitoral começou em 2008.Cada ato do governo foi motivo para um evento público, sempre transformado em comício e com ampla cobertura da imprensa. Seu criador foi apresentando homeopaticamente as qualidades da criatura ao eleitorado.Mas a enorme dificuldade de comunicação de Dilma acabou obrigando o criador a ser o seu tradutor, falando em nome dela e violando abertamente a legislação eleitoral.

Com base numa ampla aliança eleitoral e no uso descarado da máquina governamental, venceu a eleição. Foi recebida com enorme boa vontade pela imprensa. A fábula da gestora eficiente, da administradora cuidadosa e da chefe implacável durante meses foi sendo repetida.

Seu figurino recebeu o reforço, mais que necessário, de combatente da corrupção.Também,pudera:não há na História republicana nenhum caso de um presidente que em dois anos de mandato tenha sido obrigado a demitir tantos ministros acusados de atos lesivos ao interesse público.

Como esgotamento do modelo de desenvolvimento criado no final do século 20 e um quadro econômico internacional extremamente complexo,a presidente teve de começar a viver no mundo real. E aí a figuração começou a mostrar suas fraquezas. O crescimento do produto interno bruto (PIB) de 7,5% de 2010, que foi um componente importante para a vitória eleitoral, logo não passou de uma recordação. Independentemente da ilusão do índice (em 2009 o crescimento foi negativo: -0,7%),apesar de todos os artifícios utilizados,em 2011 o crescimento foi de apenas 2,7%. Mas para piorar, tudo indica que em 2012 não tenha passado de 1%.Foi o pior biênio dos tempos contemporâneos, só ficando à frente,na América do Sul,do Paraguai.

A desindustrialização aprofundou-se de tal forma que em 2012 o setor cresceu negativamente: -2,1%. O saldo da balança comercial caiu 35% em relação à 2011, o pior desempenho dos últimos dez anos,e em janeiro deste ano teve o maior saldo negativo em 24 anos. A inflação dá claros sinais de que está fugindo do controle.E a dívida pública federal disparou: chegou a R$ 2 trilhões.

As promessas eleitorais de 2010 nunca se materializaram.Os milhares de creches desmancharam-se no ar. O programa habitacional ficou notabilizado por acusações de corrupção. As obras de infraestrutura estão atrasadas e superfaturadas. Os bancos e empresas estatais transformaram-se em meros instrumentos políticos a Petrobrás é a mais afetada pelo desvario dilmista.

Não há contabilidade criativa suficiente para esconder o óbvio: o governo Dilma Rousseff é um fracasso.E pusilânime: abre o baú e recoloca velhas propostas como novos instrumentos de política econômica. É uma confissão de que não consegue pensar com originalidade. Nesse ritmo, logo veremos o ministro Guido Mantega anunciar uma grande novidade para combater o aumento dos preços dos alimentos: a criação da Sunab.

Ah, o Brasil ainda vai cumprir seu ideal: ser uma grande Bruzundanga. Lá, na cruel ironia de Lima Barreto, a Constituição estabelecia que o presidente "devia unicamente saber ler e escrever; que nunca tivesse mostrado ou procurado mostrar que tinha alguma inteligência; que não tivesse vontade própria; que fosse, enfim, de uma mediocridade total".

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013 | By: Vânia Santana

A verdade sobre o Carnaval




Amanhã começa mais um feriado prolongado em comemoração a 'grande festa popular' chamada Carnaval.
Uns não vêem a hora dele chegar, outros, dele acabar. Fico com a segunda opção. Assistam ao vídeo, onde esta jornalista do SBT dá uma aula,  explicação melhor do porquê, não há.





quinta-feira, 24 de janeiro de 2013 | By: Vânia Santana

Dilma e as mentiras maquiadas de otimismo em rede nacional


Como faço parte dos 44% de eleitores que não votaram no PT, justamente por não acreditar nem nas promessas e nem nos números que eles divulgam da excelência de seu governo, além de não concordar com sua ideologia, sempre tão diferente de sua prática, não poderia me calar, depois de ser colocada ontem, mesmo que indiretamente, na posição que Dilma colocou, em seu pronunciamento na TV e rádios,  todos aqueles que contrariam o seu governo.
Segue o vídeo do pronunciamento de Dilma, e então, farei minhas colocações fundamentadas na realidade, sobre os temas (em destaque abaixo) dissertados por ela, e  não como disse Dilma, previsões sem fundamento e pessimistas.


Maior redução na tarifa elétrica do que o prometido. 18% doméstico e 32% para indústria/comércio.(...) ampliando investimentos na infra estrutura, na educação e na saúde. (...) Miséria será superada (...) Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e o futuro (...) Racionamento e apagões são previsões sem fundamento. O Brasil não deixou de produzir um único Kilowatt que precisava.(...) Sobre as concessionárias que não aderiram a redução(...) Nosso país avança sem retrocessos (...) pra quem não acreditava que o país saísse da miséria e virasse país de classe média (...)não houve queda de emprego nem perda de poder de compra  (...) 19,5 milhões de pessoas sairam da pobreza nos últimos 2 anos(...) por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos maiores momentos da nossa história(...) trabalhando acima dos interesses políticos e pessoais.

Sobre a tarifa da energia elétrica:
A tarifa de energia elétrica antes deste "desconto maior que o prometido" sofreu reajuste de 45%.  Para conceder este desconto, o Tesouro Nacional arcará com os custos da redução. Por Tesouro Nacional, entenda dinheiro do contribuinte, que pagou 1 Trilhão de impostos em 2012. O governo para isso renovou antecipadamente as concessões que venceriam de 2015 a 2017, reduzindo encargos sobre o setor. A Cesp, Cemig e Copel não renovaram suas concessões de geração. Tinham a opção de aceitar ou não. Veja aqui a explicação delas.
Quanto a esse 'generoso' desconto nas contas de luz, Dilma esqueceu de explicar que durante 8 anos, por cálculos errados na ANAEL, os consumidores pagaram a mais do que deviam nas tarifas de energia, e o governo precisava devolver os R$ 7 bilhões de reais cobrados indevidamente.

Sobre os apagões e previsões sem fundamento e o Brasil não deixar de produzir 1 kw que precisava:
Em novembro/2009 com queda brusca na Usina Hidrelétrica de Itaipú, um blecaute afetou 18 estados brasileiros, deixando 90 milhões de pessoas sem luz por até 7 horas.



Em fevereiro/2010 novo blecaute atingiu todos os estados da Região Nordeste do país. Esta queda, provocou o desligamento das estações da Sabesp e alguns municípios de SP além da luz, também ficaram sem água por até 36 horas. O mesmo ocorreu com concessionárias de outros estados, como o Rio e Espirito Santo.
Em 22 de setembro de 2012 um apagão ocorreu na Região do Nordeste. Dia 03 de Outubro de 2012, uma pane em Furnas, interrompeu o fornecimento de energia para grande parte do país. Menos de 24 horas depois, um novo apagão atingiu 70% do DF.
Em 26 de outubro de 2012 novo apagão afetou o NE, atingindo os estados de AL, CE, BA, MA, PE, PI, RN, PB, SE e parte do Pará, Tocantins e DF. Veja mais aqui
A ONG Contas Abertas, informou que Furnas, pertencente a Eletrobrás, investiu apenas 37,6% dos recursos de 2012.
Segundo o Ministro de Energia, Edison Lobão, "não houve apagão, houve uma interrupção temporária de energia".
Dia 18/01/2013, com poucas horas antes da presença de Dilma no estado, nova 'interrupção de energia' deixou sem luz 33 cidades do Piauí.
Desde o blecaute de 2009, houve queda de aproximadamente 64 mil Megawatts de energia no país, o que equivale o país inteiro sem luz por 24 horas.
Somente em 2012 foram registrados 245 'interrupções de energia' no Brasil. Mas deve ter sido a energia dos pessimistas que afetaram o sistema.


Sobre superar a miséria, a classe média , pleno emprego, poder de compra e retrocesso:
Quanto ao vencer a miséria, o governo aumentou o valor e distribuição do bolsa-família. Tomou e propaga como seu um programa social que já existia. Veja aqui. Continua porém, sem expandir o programa. Para o governo, geração de renda é apenas a transferência de dinheiro, sem nenhuma medida ou proposta de erradicar a miséria pelo trabalho e atividade econômica produtiva.

Apesar de propagar investimentos na infra estrutura, educação e saúde, o governo, para pagar a dívida pública, cortou R$ 55 Bilhões do orçamento de 2012. Cortou verbas da Educação em R$ 1,93 Bilhões, e da Saúde em R$ 5,47 Bilhões. Também houve corte na Segurança, de R$ 3,319 Bilhões. Veja aqui.

A economia brasileira gerou 1.301.842 empregos formais no ano de 2012, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número, 33% menor em comparação à geração verificada no ano passado, é também o mais baixo já registrado desde 2009, quando foram criados 1,9 milhão de novas vagas. O governo já havia revisado duas vezes a previsão de criação de empregos, sendo que a última era de 1,4 milhão de novas vagas. Mas Dilma disse que não houve queda de emprego. Veja aqui.

Mesmo com a diminuição dos juros (onde foi decidido mexer na poupança, alterando suas regras e diminuindo os rendimentos) e o corte de verbas, o governo não conseguiu atingir o superávit primário. Para maquiar isto, fez uma manobra econômica usando fundos do Tesouro Nacional. Teve um crescimento economico pífio de 0,4% no PIB e perdeu a 6ª colocação na economia mundial. E uma inflação de 5,85%, ante a meta de 4,5%. Confira aqui.os indices do IPC.

Para o governo, classe média são famílias que ganham de R$ 291 a R$ 1.029. Classe média 'baixa' tem renda de R$291 a R$ 441 e classe média 'alta' de R$ 641 até R$ 1.019. Por este critério, 53% da população brasileira torna-se classe média. Só para comparativo, nos EUA, são considerados classe média famílias com rendimento de R$ 6.750 (já em reais).
De acordo com o Dieese, a alta da alimentação em quase 9%, fez o preço da cesta básica em SP, chegar a R$ 377,26. Um ano antes, este valor era de R$ 247,26. Mas de acordo com o PT, não perdemos o poder de compra, não houve retrocesso (inflação de quase 6% não é retrocesso) e os brasileiros estão na classe média, mas só os da "alta" recebem o suficiente pra uma cesta básica.

Veja os índices do Brasil no mundo e na America Latina, caso queira complementar estes dados, no texto deste blog "um olhar sobre os índices do Brasil"

Agora que tiveram as informações que Dilma 'omitiu' em seu pronunciamento ontem, onde não está tão   maravilhoso como ela descreve porque o PT é incompetente e péssimo administrador, já podem decidir se realmente existiu pessimismo, ou realismo, e também já podem saber como o PT governa acima dos interesses políticos e pessoais.

atualizado 25/01/12 as 16:35h