Embora seja particularmente a favor de privatização, decidi fazer um levantamento das três empresas mais polêmicas em embates políticos, a Vale, Telebras e Embraer, para que o leitor veja a verdade sobre os fatos e números, e tire suas próprias conclusões:

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), atualmente Vale S.A, foi criada em 1942 no governo Getúlio Vargas. Antes empresa de economia mista, hoje é uma empresa privada, de capital aberto, com sede no Rio de Janeiro.
O Conselho de Administração da Vale é controlado pela Valepar S.A, que detém 53,3% do capital votante da Vale (33,6% do capital total). Por sua vez a constituição acionária da Valepar é a seguinte: Litel/Litela (fundos de investimentos administrados pela Previ) com 49% das ações, Bradespar com 17,4%, Mitsui com 15%, BNDESpar com 9,5%, Elétron (Opportunity) com 0,03%.
Em 2006 comprou 75,66% das ações da Inco, por C$ 86,00 (dólares canadenses) por ação, ou um total de cerca de US$ 18 bilhões. É o maior negócio fechado por uma empresa brasileira na história, o que a tornou a segunda maior mineradora do mundo.
Após esta incorporação, (2007) a Vale chegou a um valor de mercado de R$ 298 bilhões, superando inclusive a Petrobras, em R$ 8 bilhões.
Operando em 13 estados brasileiros e nos cinco continentes, a Vale possui mais de 10 mil quilômetros de malha ferroviária e 9 terminais portuários próprios. É a maior empresa no mercado de minério de ferro e pelotas (posição que atingiu em 1974 e ainda mantém) e a segunda maior produtora integrada de manganês e ferroligas, além de operar serviços de logística, atividade em que é a maior do Brasil.
A CVRD foi privatizada no dia 6 de maio de 1997 - durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, para o consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, de Benjamin Steinbruch (grupo Vicunha), que adquiriu o controle acionário da Vale por US$ 3.338.178.240 ou cerca de 3,3 bilhões de dólares, na ocasião, representando 27% do capital total da empresa, antes pertencente à União, que representavam 41,73% das ações ordinárias (com direito a voto) da empresa. As ações preferenciais (sem direito a voto) continuaram em mãos de acionistas privados.
Uma das melhores análises, isenta de partidarismo, que encontrei nesta pesquisa, sobre a venda da Vale, foi um artigo de 2011, “Valeu a pena privatizar a Vale?” de Vinícius Carrasco e João Manoel, que o leitor pode ver clicando aqui: Brasil Economia e Governo.
Após mais de 15 anos desde sua privatização, a Vale apresenta hoje números notáveis:
Como estatal, valia apenas U$ 8 bilhões. Em 2010, a Vale teve capitalização no mercado internacional de U$ 160 bilhões de dólares. Em 2011, o valor de mercado da Vale era de U$ 190 bilhões
Com 11 mil funcionários até a privatização, em 2010, a Vale empregava 174 mil pessoas, das quais 130 mil no Brasil.
A Receita Bruta alcançou U$ 53 bilhões. A empresa passou de um lucro líquido de R$ 1,378 bilhão em 1997, para R$ 37,8 bilhões, em 2011. Em 2010, o lucro líquido foi de R$ 30,1 bilhões. O lucro líquido da empresa em 2011 – R$ 37,8 bilhões – rendeu 5,5 salários para cada funcionário a título de Participação nos lucros.
Entre 2007 e 2010, a Vale investiu U$ 725 milhões em projetos sociais, e U$ 1,7 bilhão no meio ambiente. Em 2011, ela investiu US$ 17,9 bilhões em siderurgia, petróleo e geração de energia.
O processo de privatização permitiu aos brasileiros comprar ações com FGTS. Elas renderam, desde 1997, mais de 4.290,26%.
(Você pode usar o simulador do site da empresa, clicando aqui: Simulador de investimentos )
Expressivo aumento dos impostos pagos pela companhia. No período estatal, a empresa recolheu R$ 620 milhões em impostos. No período privado, os impostos subiram para R$ 1,5 bilhão, mais que o dobro. O recolhimento do Imposto de Renda, passou de R$ 104 milhões no período estatal para R$ 4,4 bilhões no período privado. Ou seja, a contribuição da Vale em impostos para o governo passou de R$ 724 milhões para R$ 6 bilhões, depois de privatizada. Um aumento de 733%.

Desativada em 1998 pelo processo de privatização das empresas estatais de telefonia do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a empresa foi oficialmente reativada para gerir o Plano Nacional de Banda Larga em 2010 pelo governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT).
19% das ações que o governo detinha, foi a parcela vendida no leilão de 29 de julho de 1998 e pela qual o governo recebeu R$ 22,2 bilhões ( equivalente a US$ 19 bilhões na época)
Além dos R$ 22,2 bilhões recebidos pela privatização da Telebrás, o governo brasileiro recebeu mais R$ 45 bilhões com a venda de licenças às diversas operadoras, de 1996 até hoje, o que soma R$ 67,2 bilhões.
Após a privatização, o Brasil saltou de 24,5 milhões de acessos a linha telefônica, para 230 milhões.
Com um dos impostos mais caros do mundo, (43%) sobre este serviço, o governo arrecada hoje cerca de R$ 40 Bilhões anuais em tributos.
Outro dado que não poderia faltar, o setor empregava 20 mil trabalhadores antes da privatização. Hoje, são 390,9 mil.

Foi privatizada em 1994, durante o governo de Itamar Franco, para depois passar por um longo processo de reestruturação e apresentar novos projetos que a tornariam uma gigante de setor.
Possui 17 mil empregados. Em 2010, entregou 246 aviões, com um valor adicionado de R$ 2,7 bilhões. Somente em impostos, foram R$ 503 milhões.
Com uma receita líquida de R$ 12,2 bilhões (US$ 6,1 bilhões) em 2012, passou à quarta posição mundial no setor, abaixo da principal concorrente, a canadense Bombardier (que encerrou 2012 com um faturamento de US$ 8,6 bilhões), da Airbus e da Boeing.
Essa queda para a quarta posição foi uma decisão estratégica da empresa, que optou por reduzir a atuação no mercado de aeronaves comerciais (onde há uma maior concorrência internacional) e ampliar seu mercado na linha executiva e defesa.
Essa mudança de estratégia levou a Embraer a ser em 2012, a empresa que mais cresceu, das maiores exportadoras brasileiras (17,6% em relação a 2011)
A Embraer, antes de ser privatizada, estava à beira da bancarrota e sequer figurava entre as empresas com maior valor de mercado. Quase vinte anos após a privatização, seu ativo total estava avaliado em R$ 20,4 bilhões (março/2013), além de figurar como a terceira maior fabricante de jatos do mundo.
Agora o leitor de posse destes dados, pode avaliar com isenção os resultados das privatizações, ao contrário de políticos e militantes que distorcem a realidade e os números, para favorecer a ideologia e seus interesses político-partidários.
Referências: Vale S.A. / A Gazeta / O Estado de SP / BNDES / G1 e Wikipédia
‘Análise do Desempenho da CVRD antes e depois da privatização’: http://www.fecilcam.br/nupem/anais_iv_epct/PDF/ciencias_sociais/02_FARIA_HOMIAK_FERREIRA.pdf
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Olha amiga....quantos anos vc tem?....estou aqui neste pais a 53 anos....nunca vi o sistema de auto gestão implantado nas empresas de economia mista.....tudo é um grande golpe da empresas estrangeiras....financiam as campanhas dos partidos....e depois recebem companhias do Brasil de mãos beijadas....dê uma chance as "economia mistas" e vc vera que o lucro que a empresa privada Vale tem....a empresa economia mista Vale terá....nem li o restante tão simplista.....sempre lutamos por auto gestão o governo que nunca deixou, pois estas empresas sempre serão mais rentáveis sem os cabides de emprego do governo federal.....qualquer aluno de 2º grau sabe disto....empresa do governo é moeda de troca....um dia vamos chegar ao fundo do poço.....ai vc vera com quantos paus se faz uma canoa....
Recomento a todos os leitores do Blog darem uma olhada na obra do Rodrigo Constantino, Privatize Já !!
Se dependesse de mim, até a Petrobras já estaria privatizada !!
#ProntoFalei !!
eu particularmente sou contra qualquer tipo de privatização pois, as mesma não acresenta em nada o poder economico do estado ou da nação eu falo, porque vim de uma empresa privatizada e onde quem pagou o pato foi o proprio funcionario pois as mesma não investiram é pelo o contrario subtrairam do povo tudo que elas tinha como ex. venderam os terrenos para fazerem caixa
O problema nunca foi a Privatizacao, mas sim o que se faz com o dinheiro da privatizacao e a forma como se faz essa privatizacao.
É indescritível o avanço das empresas privadas frente às empresas do governo. O avanço é numérico, está nas estatísticas e não nas falsas especulações ou notícias maquiadas. Abra-se o balanço de cada uma dessas empresas e veja a evolução que tiveram pós privatizar. Comparem-a com as do governo.
Não sou especialista nesse assunto, mas ressalto o fato de que a subida exagerada do valor patrimonial da Vale tem que ter alguma outra razão. Creio que foram os direitos de lavra não reconhecidos à época da privatizacao. O que discuto aqui é se o povo brasileiro foi roubado, pelo fato de terem pago 3,3 bilhoes em 1997 e ja valer quase 300 bilhoes hoje. Os investidores não poderiam ter errado tanto quanto as perspectivas de lucro dessa empresa. Tudo indica, trapaça na privatizacao. Mas que se dane o povo brasileiro, porque , eu, de alguma forma, usufrui dessa lucratividade. O povo que lute. Na hora, pensarei se estarei ou nao do lado dessa turba que nada faz em relacao à corrupcao escancarada!
Muita gente confunde as coisas quando se fala em privatização. A pergunta do título é cheia de pegadinhas. Numa olhada rápida e sem se ater a muita coisa, podemos dizer que a privatização foi boa para as empresas. Olhando com mais calma e analizando o que de fato seja uma privatização e o porque de sua realização, aí a coisa fica a desejar.
Vejamos:
A privatização ocorre quando o governo vende empresas estatais para a iniciativa privada (empresas nacionais, grupos de investimentos, multinacionais). Desta forma a empresa torna-se privada. Geralmente, a privatização ocorre quando uma empresa estatal não está gerando os lucros necessários para competir no mercado ou quando ela passa por dificuldades financeiras.
Leva-nos a entender que o modelo adotado por FHC foi uma beleza, mas não é por aí. Existem outras questões dentro do processo que nunca é levado ao conhecimento do público. A empresa privatizada, tem um valor de mercado. Por mais problemática que ela seja, esse valor nunca é "uns trocadinhos". Então fica a pergunta: onde foram parar o dinheiro das privatizações? Ninguém nunca viu ou ouviu falar.
Então, não adianta falar que o FHC foi um grande administrador ou foi o Sr. Honesto, porque privatizou várias empresas. E a prestação de contas? E as diferenças absurdas nos valores? Talvez mais um que não sabia de nada.
e onde foram parar os 22 bilhões da Telebrás?
Tenho um imóvel que em 1997 valia R$ 90 mil reais, hoje ele vale R$ 600 mil.
NÃO INVESTIR NAS EMPRESAS PÚBLICAS E AO MESMO TEMPO USÁ-LAS COMO CABIDE DE EMPREGO, ESSA FOI A RECEITA DO FHC PARA JUSTIFICAR A PRIVATIZAÇÃO, QUALQUER EMPRESA PRIVADA OU PÚBLICA SE BEM GERENCIADA SÓ PODE DAR LUCRO, PORÉM NÃO FOI ASSIM COM O FHC, POIS ERA NOTÓRIO SUA INTENÇÃO EM PASSAR PARA AS MÃOS DA INICIATIVA PRIVADA O PATRIMONIO PUBLICO BRASILEIRO PRINCIPALMENTE EMPRESAS ESTRATÉGICAS, A PERGUNTA É PORQUE A PETROBRAS QUE ESTAVA A BEIRA DA FALENCIA NO GOVERNO FHC MESMO CONTINUANDO PÚBLICA CRESCEU SEU PATRIMONIO LÍQUIDO SAINDO DOS MÍSEROS 33 BILHÕES E CHEGANDO A VALER 290 BILHÕES NO GOVERNO LULA/DILMA, A ESCOLHA DE POLÍTICOS QUE DEFENDEM AS EMPRESAS PÚBLICAS NÃO SIGNIFICA ATRASO, SÓ NA CABEÇA DE IGNORANTES A PRIVATIZAÇÃO REPRESENTA BOA COISA,
Ah que Wilson grande xooco que o pt pt fez em investir na Petrobras e ainda assim usar como manobra para intenções nefastas, onde os seus amiguinhos ficavam ricos do dia pra noite e onde estão os maiores escandalos de corduocao do planeta. A teoria que diz que empresas sejam elas gerenciadas pelo governo ou privatizada e cresçam e boa, mas o problema é que o pt e aliados destruiram qualquer confiança, nesse caso prefiro que privatizem.
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