sexta-feira, 19 de julho de 2013 | By: Vânia Santana

PT, perdão de dívidas e BNDES. Quem fica com a obra, quem fica com a dobra?




Se tudo anda bem pro lado da Dinamarca, há algo de podre no reino de Banânia. Se fazer caridade com dinheiro alheio não é louvável e nem legítimo, quem dirá fazer isso com bilhões de dinheiro público, privando o próprio país das necessidades mais básicas. 
Já me chamaram de egoísta, fascista e preconceituosa, por ter expressado essa opinião nas redes sociais. Mas não me importo, não só porque sei quem eu sou, como porque sei bem, quem fica com os benefícios deste perdão. E com certeza não serão os realmente necessitados dele. Sempre vou escolher antes, o benefício dos que precisam no meu país, ao contrário do que tem feito o governo, que prima em separar e favorecer classes e 'companheiros',  apesar do slogan "Brasil para Todos", e apenas governando (sic) visando a próxima eleição.

Talvez isso não me chamasse a atenção, se a escolha tivesse sido, por exemplo, qualquer democracia, que passou ou passa por dificuldades financeiras. Mas acontece que o perdão de dívidas escolhidas pelo PT, já desde a época de Lula, foram países pobres sim, mas com os governantes mais corruptos do planeta. E ditadores. E ricos, extremamente ricos. Isto confirma que são os semelhantes que se atraem.

Em julho de 2004, Lula perdoou dívida de USD 52 milhões ( cerca de R$ 116 milhões atuais) da Bolívia, quando então presidente era Carlos Mesa. Além do perdão da dívida, Lula também anunciou  abertura de uma linha de crédito do BNDES para a Bolívia construir uma rodovia ligando Puerto Suarez (cidade boliviana na fronteira com o Brasil, perto de Corumbá/MS) a Santa Cruz de La Sierra.

Em dezembro de 2005, Lula perdoa parte da dívida da Nigéria, quando a presidia Olusegun Obasanjo, no valor de USD 84,7 milhões (cerca de R$ 189 Milhões atuais). A dívida integral da Nigéria na época com o Brasil era de USD 162 milhões.

O Brasil beneficiou principalmente nações africanas. Até 31 de dezembro de 2006, foram concedidos descontos de US$ 931,8 milhões a países do continente — US$ 815,2 milhões aos altamente endividados. Com a Nigéria, por exemplo, o abatimento chegou a 67% da dívida, que estava pendente desde 1984 e somava US$ 162 milhões. Os débitos de outros países em desenvolvimento foram reduzidos em US$ 321,8 milhões, US$ 125,1 milhões entre os altamente endividados.

Lula anunciou em outubro de 2007, o perdão da dívida do Congo com o Brasil, no valor de USD 400 milhões, equivalentes a R$ 892 milhões hoje. “Eu convido vocês a investir no Congo” disse Denis Sassou Nguesso, presidente de Congo-Brazzaville desde 1997, na abertura de um seminário para empresários brasileiros e congoleses em Brazzaville.

Cuba também foi beneficiada por Lula. O BNDES financiou USD 680 milhões do projeto de USD 900 milhões, para a construtora Odebrecht expandir o Porto Mariel, próximo a Havana, iniciado em 2010. Enquanto os portos aqui no Brasil sofrem entraves por problemas de acesso, falta de pátios para caminhões, entre outros.
Segundo informações, o BNDES está financiando o valor de USD 150 milhões para a Odebrecht  reformar e construir Aeroportos em Cuba. Estes valores só poderão ser confirmados em 2027, pois, inédita e estranhamente, contrariando a Lei da Transparência, o governo decretou grau de sigilo SECRETO sobre as operações do BNDES em Cuba e em Angola. Somente no ano passado, o banco destinou USD 875 milhões em operações de financiamento a empresas brasileiras para estes dois  países.

Não estranhem. Por acaso, Lula foi o lobista que intermediou a negociação entre os países e a construtora Odebrecht que, inclusive, bancou suas viagens. Não estranhem também, que a Odebrecht é uma das maiores doadoras de campanha do PT.

Reflitam: com ou sem sigilo, como saberemos o valor de custo de uma obra, em outro país? Pode custar de fato 200 mil e declarar-se e financiar-se 600 mil ... e a diferença da obra, alguém pode ficar com a dobra, certo? E isto explicaria o perdão da dívida. Ou não?

Num governo onde não há transparência, podemos duvidar de tudo. E temos este direito, pois é nosso dinheiro, que está sendo usado onde não autorizamos e dívidas sendo perdoadas, de governos conhecidamente corruptos, quando o governo brasileiro não concede nenhum perdão a empresários endividados no país, como, por exemplo, os 350 mil inadimplentes do semi-árido nordestino, que além de enfrentar a pior seca dos últimos 50 anos, ainda tem R$ 2,2 Bilhões em dívidas.

E como não poderia deixar de ser, Dilma também perdoou dívidas das nações africanas, já comentadas em artigo neste blog e foram estas autorizadas recentemente no Congresso pela base aliada ( dia 10/7 – por 39 votos  contra 21 da oposição), no valor de USD 707 milhões, para cinco países. E novamente, após o perdão de USD 400 milhões em 2010, o Congo-Brazzaville é perdoado em USD 278,60 de USD 352,60 milhões, com o restante, reescalonado.


Fontes de pesquisa: BBC Brasil / Folha / O Globo/ Club de Paris/ Diário do Comércio e Inesc
atualizado em 20/07 as 09:55h

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