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sábado, 23 de novembro de 2013 | By: Vânia Santana

Presos nas teias do PT

"Pela lei brasileira, cada preso tem que ter no mínimo seis metros quadrados de espaço (na unidade prisional). Encontramos situações em que cada um tinha só 70 cm quadrados", disse o deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), o relator da CPI do Sistema Carcerário, em 2008.

O Brasil tem cerca de 500 mil presos, e um déficit de quase 200 mil vagas. A Comissão de Direitos da ONU recomendou ao Brasil “melhorar as condições das prisões e enfrentar o problema da superlotação”.

O país tem 1.420 penitenciárias estaduais, que de acordo com o Ministério da Justiça o custo per capita mensal é em média de R$ 1.800. O Brasil tem quatro presídios federais de segurança máxima (Campo Grande, Catanduva, Porto Velho e Mossoró), que abrigam os criminosos mais perigosos do país e chefes de quadrilhas organizadas, com  custo médio por mês R$ 3.312 por cada preso.

nas teias do PT - acordando alices e mariasMas aos governantes que mais bradam a defesa aos direitos humanos parecem que somente agora, com a prisão de seus companheiros de partido, se deram conta de fato, das condições dos presídios no país. E quem pode ser mais humano e ter mais direitos do que estes companheiros?  Não importa se o nordeste padece a maior seca dos últimos anos, onde nem lembram mais o que é água, sequer enlameada dos açudes. Se cabritos  atravessam a construção já destruída e abandonada do que seria a Transposição do São Francisco. Nordestinos há muito deixaram de saber o que é água de torneira. “Mas, é desumano, o companheiro Genoíno beber água de torneira” - que, diga-se de passagem, é água potável. Tem que ser mineral, afinal ele é um inocente ‘preso político’,  que teve um ‘julgamento de exceção’, após  anos de ampla defesa (que está ainda mais estendida por embargos infringentes) pelos advogados mais caros do país, e foi condenado por participar do maior esquema já descoberto de corrupção no país. Por ministros-juízes indicados em sua maioria por seu próprio partido. Nem preciso dizer aqui, que esta exceção e injustiça só se aplicam aos companheiros condenados. Nenhum outro mensaleiro. Nenhum outro presidiário.

A corrupção, que os de bom senso chamam de desumana e crime hediondo,  tira dos cofres públicos, cerca de R$ 60 Bilhões por ano, de acordo com o presidente da Trevisan Consultoria. O cálculo é simples, e até gentil: calcula-se que 25% das verbas do Orçamento da União, são desviadas. Eu disse gentil? Sim, Trevisan supõe que seja entre 5 a 10%, por isso presume este valor. Generoso.

Voltando ao sistema presidiário e seu déficit: para supri-lo, o governo precisaria construir 66 novos presídios, com cerca de 3.000 vagas cada um. Baseando-se no exemplo e custos da Suapi, com capacidade de  3040 vagas, O Presídio Ribeirão das Neves,  o primeiro presídio privado do país. Ele abriga 1824 presos para o regime fechado, e 1216 para o regime aberto. Construído por meio de PPP (Parceria Político Privada) o governo de Minas não desembolsou recursos para este empreendimento, que custará ao Consórcio, R$ 280 milhões. O Consórcio explorará  durante 27 anos o negócio, e será remunerado pelo governo mineiro em R$ 2.700 por cada preso/mês. Atualmente cada preso no Estado de Minas custa R$ 2.800/mês.

Para se construir esses 66 presídios, sem recorrer a parceria privada, e no naipe desta prisão de Ribeirão das Neves, onde os direitos humanos são exemplares, o governo teria que desembolsar R$ 18,5 Bilhões. Sim, é uma fortuna. Cerca de 30% do valor calculado em desvios de corrupção por ano. E o problema carcerário ‘desumano’ estaria resolvido. Revejam os números. O país tem 1420 penitenciárias estaduais e 4 federais. Solucionaria este problema com apenas mais 66 presídios com 3040 vagas cada.

R$ 1 Trilhão e 700 bilhões é a previsão de recolhimento de impostos para este ano.

R$ 22,100 Bilhões  é a verba do Governo para o Programa Bolsa Família apenas para 2013. Valor que aumenta a cada ano, e não soluciona o problema de fato, já que a entrada de novos dependentes ao programa é maior do que a saída.

O Congresso Nacional, a entender o Senado e a Câmara, custarão aos cofres este ano, R$ 8, 6 Bilhões. Cada deputado e Senador nos custa, por ano, R$ 14,3 milhões. Se somar a câmara de deputados federais e o senado, com as  27 assembléias legislativas e 5.564 câmaras de vereadores, o custo chega a mais de R$ 20 bilhões por ano. Cada cidadão deveria saber que paga até  guardanapos de pano para o Senado, ao custo de R$ 420 cada um. E que banca a despensa do presidente do Senado Renan Calheiros, no valor de R$ 7.100 por mês. Para Renan, sua esposa e seus 2 filhos. E este valor seria o dobro, não fosse divulgado pela imprensa e contestado. Teria até direito a  25 quilos de camarão, 20 quilos de frutos do mar, além de 1.700 quilos de carnes diversas. E saibam os leitores, apenas a despensa de Renan, custou no segundo semestre de 2012  para nosso bolso,  R$ 290 mil.

Por tudo isso, o leitor é capaz de compreender, mesmo que os mais sensatos não concordem e menos ainda aceitem, porque os parlamentares do PT e seus aliados estão chocados com a prisão de seus colegas. Banho frio e água de torneira é desumano!

Mais de 52 mil assassinatos foram cometidos no Brasil, em estatísticas apenas no ano de 2011. Para que saibam o que isto significa,  é  4 vezes o número de mortes comparado com a Guerra do Iraque, desde 2003, de acordo com o Mapa da Violência 2012. E isto nunca foi chamado de desumano.
Porém, R$ 3,1 bilhões de reais foram previstos para a verba da segurança este ano no Brasil. Mas somente 23%, ou seja, R$  738 milhões foram utilizados.

O Ministro Cardoso tem há anos em suas mãos, o poder (e o dever) de diminuir o purgatório dos presídios, mas escolheu declarar que preferia se matar a ficar preso num deles.

Após quase 12 anos de governo petista, no que depender deles, também a hipocrisia e a demagogia dificilmente serão superadas neste país. Muitos estão presos nas teias do PT e sequer se dão conta. Condenados estão os que ainda acreditam, apoiam e votam neles.




por Vânia Santana

quarta-feira, 20 de novembro de 2013 | By: Vânia Santana

PF alerta para ação dos “senhores que desviam recursos públicos”


Chefe da instituição em São Paulo diz que colarinho branco é tão nocivo para o País quanto tráfico de drogas


O colarinho branco representa risco tão grave para o Brasil quanto o tráfico de drogas, na avaliação da Polícia Federal.
No combate ao crime organizado, a PF coloca num mesmo plano e peso o comércio de entorpecentes e as fraudes contra o Tesouro.

“As prioridades absolutas da Polícia Federal são as organizações criminosas que exploram o tráfico e as organizações de senhores que se dedicam ao desvio de recursos públicos”, alerta o delegado Roberto Ciciliati Troncon Filho, superintendente da PF em São Paulo.

Troncon, ex-diretor da unidade da PF para combate ao crime organizado, só vê uma diferença entre os dois grupos: a violência. “De um extremo, as organizações armadas, cuja ação está diretamente relacionada com a violência urbana e que tem como sua principal fonte de renda a exploração do tráfico ilícito de drogas e são responsáveis pela disseminação do crack em nosso País. No outro extremo estão as organizações criminosas não violentas, também conhecidas de colarinho branco, grupos que se dedicam a fraudar os recursos públicos, a desviar recursos públicos que deveriam ser destinados para as áreas essenciais do Estado, educação, saúde, transporte, a própria segurança pública.”

O delegado chefe da PF em São Paulo assinala que as organizações do tráfico são predominantemente formadas por brasileiros que interagem com grupos criminosos dos países vizinhos, produtores de cocaína e crack e de maconha, e internacionalmente com outros continentes para onde é remetida pate dessa droga.
“Sendo o Brasil, já há algum tempo, pela evolução da nossa economia, pela melhoria da renda do seu povo e pela proximidade de centros produtores, o segundo maior consumidor dessa droga em termos absolutos. foram estabelecidas já lá atrás, em 2009 e em 2010, diretrizes para o enfrentamento, com toda a capacidade disponível, dessas organizações criminosas”, relata Roberto Troncon.

Ele adverte para as consequências da ação do outro tipo de organização criminosa, a do colarinho branco. “As ações desses grupos, ao fraudar licitações, ao desviar recursos que deveriam ser destinados para áreas essenciais do Estado, embora não sejam violentas, embora não haja violência contra a pessoa no ato criminoso, existe indiretamente uma violência tremenda e muito abrangente, porque o dinheiro público deixa de chegar para construir uma nova escola, para melhorar o sistema de saúde.”

Troncon ressalta que “milhões e milhões de brasileiros que dependem do Estado acabam não tendo, ou tendo de forma precária, esses serviços essenciais, porque os recursos que deveriam ser destinados para sua melhoria são carreados para benefício pessoal (do colarinho branco), remetidos ao exterior, para paraísos fiscais”.

O chefe da PF em São Paulo fez um balanço das atividades da corporação em todo o Estado. Os números impressionam.

Foram realizadas 49 operações especiais. Apreendidas 3,2 toneladas de pasta base de cocaína, crack e cocaína em pó, além de 25 toneladas de maconha. Foram cumpridos 588 mandados de busca e apreensão e executados 267 mandados de prisão, além de 757 prisões em flagrante.

Na área de polícia administrativa foram expedidos 592 mil passaportes. “A busca por melhoria da prestação de serviço ao cidadão brasileiro é uma constante. Infelizmente, nem sempre os recursos estão disponíveis para que possamos, no tempo em que achamos necessário, fazer os investimentos que a atividade requer. Ainda assim expedimos 592 mil passaportes e controlamos nos dois aeroportos internacionais entrada e saída de 22,8 milhões de cidadãos brasileiros e estrangeiros.”

A PF no Estado de São Paulo fiscalizou 7.002 agências bancárias e 547 empresas de segurança privada. Também foram fiscalizadas 6.636 empresas de produtos químicos e foram atendidos 558 mil estrangeiros.
O Setor Técnico Científico produziu um incrível acervo de 6.570 laudos periciais. A Interpol prendeu 9 foragidos internacionais e promoveu a extradição de 26 presos. O Setor de Planejamento Operacional realizou 5.850 intimações e fez a escolta de 1.184 presos. O grupo de capturas prendeu 53 presos foragidos da Justiça.

Ao todo, estão em andamento 19.052 inquéritos – 12.907 foram relatados até a última segunda feira. Foram indiciados 6.965 investigados. O orçamento da PF em São Paulo para 2013, despesas de custeios, alcançou R$ 54,57 milhões.
O Setor de Comunicação Social da PF em São Paulo expediu 110 notas e atendeu cerca de 2,2 mil demandas da imprensa.

por Fausto Macedo
O Estado de SP

quinta-feira, 31 de outubro de 2013 | By: Vânia Santana

É guerra, e estamos perdendo

charge de Angeli - Folha de SP 30/10/2013

Desta vez, o genial Angeli chegou atrasado com sua charge de ontem na página A2. Nela, uma família, à porta de casa, diz: "Melhor entrarmos, vai que estoura a guerra civil paulistana". Já estourou, caro Angeli, e não é apenas paulistana.

Os puristas poderão implicar com o termo guerra civil. Afinal, os civis (nós) não somos parte da guerra, a não ser como vítimas, eventualmente das forças policiais, no mais das vezes da delinquência, organizada ou não.

Aliás, não é preciso dispor de um esquema de espionagem à la NSA para saber, como só agora desconfia a polícia, que o PCC ou qualquer outra facção do crime organizado está por trás dos crimes que têm sido praticados na esteira de manifestações legítimas --e, de novo, não apenas em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro e em outras cidades.

A rigor, há três camadas nos protestos que se tornaram uma espécie de programa diário desde pelo menos junho: a dos manifestantes propriamente ditos; a dos vândalos do chamado "black bloc", que entram para quebrar; e a dos delinquentes comuns, que entram para quebrar, mas também para roubar.

Duas observações que me parecem importantes antes de voltar ao tema da guerra civil ou como se queira chamá-la:

1 - Desde a vitória na questão das tarifas de transporte, as manifestações tornaram-se um fim em si mesmas. O poder público não dá a menor atenção às reivindicações nelas feitas, e o público não envolvido diretamente já nem sabe o que cada um reivindica.

É uma anomalia democrática, mas o país consegue conviver com esse diálogo de surdos já faz um bom tempo.

2 - É inútil a tentativa de diálogo com o "black bloc" agora anunciada por Gilberto Carvalho, o secretário-geral da Presidência.

Diálogo pressupõe que uma parte possa ceder algo à outra. No caso, não há o que ceder, posto que o que os anarquistas querem é sepultar o capitalismo, coisa que não está na agenda do Palácio do Planalto, por mais que alguns hidrófobos do antipetismo pensem o contrário.

Volto à guerra. A baderna que se seguiu às manifestações legítimas tornou patente o que já era perceptível, mas de forma mais difusa: a polícia é incapaz de impor a ordem.

Não é capaz em circunstâncias digamos normais, se é que se pode chamar de normal a situação de segurança pública nas grandes cidades. Menos ainda o é, claro, em momentos em que é mais exigida, como acontece com as manifestações, mesmo que sejam estritamente pacíficas.

Consequência: a criminalidade, comum ou organizada, lança-se ao ataque, vendo pela televisão que a impunidade de que já goza normalmente só aumenta com a confusão.

Dois episódios recentes mostram que se inverteu a lógica segundo a qual bandido tem medo da polícia.

O primeiro foi a tentativa de linchamento do coronel Reynaldo Simões Rossi. A segunda foi o roubo de um celular de um cineasta, na frente não só do prefeito Fernando Haddad como do secretário de Segurança Urbana.

Momentos que indicam quem está vencendo a guerra. Não somos nós.

Clóvis Rossi
edição impressa da Folha de SP

quinta-feira, 25 de julho de 2013 | By: Vânia Santana

Visita do Papa ao Brasil é marcada por erros - New York Times


Publicação do Jornal americano New York Times sobre a visita do Papa ao Brasil:



photo by Luca Zennaro
O Papa Francisco celebrou sua primeira missa pública na quarta-feira em um dos maiores santuários da América Latina, pedindo aos católicos para evitar os "ídolos efêmeros" de sucesso material, poder e prazer, mas sua visita ao Brasil continuou a ser marcada por tensão sobre erros cometidos por seus organizadores brasileiros.

Os erros começaram minutos depois de Francisco chegar ao Rio na segunda-feira, quando sua pequena comitiva ficou presa em uma rua movimentada, expondo o papa a uma cena de multidão de pessoas tentando tocá-lo através da janela aberta de seu carro. Na terça-feira, o sistema de metrô do Rio quebrou por duas horas, deixando milhares de pessoas aqui reunidas para uma conferência da juventude católica lutando para chegar a uma missa à beira-mar.

Autoridades políticas do Rio de Janeiro também enfrentaram controle sobre o seu tratamento de manifestações de rua em torno da visita do papa. Eles reconheceram usar agentes disfarçados para se infiltrar nos protestos, mas negou alegações de que seus agentes de inteligência eram os culpados pela violência, incluindo o lançamento de bombas incendiárias.

"Eu acho que o nosso governador aqui é um idiota", disse Robson Lopes Landaw, 56, um advogado que viu os protestos segunda-feira de sua janela. Sérgio Cabral, governador do Rio, tem lutado por semanas com manifestantes expressando raiva sobre questões como a brutalidade policial e uso oneroso de helicópteros para transporte do Sr. Cabral entre residências.

Como outros no Rio, que é o anfitrião do Dia Mundial da Juventude nesta semana e está se preparando para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de Verão de 2016, o Sr. Lopes Landaw questionou se a cidade está pronta para a recepção de tais eventos de grande porte. "Há uma torneira aberta de dinheiro entrando, mas é mal administrado", disse ele.

Por ser sua primeira viagem ao exterior desde que ele foi escolhido como papa em março, Francisco escolheu o Brasil, que tem mais católicos do que qualquer outra nação, para enfatizar a importância da América Latina para a igreja. Em Aparecida, cidade que abriga um santuário enorme para padroeira do Brasil, o papa ofereceu uma missa animada "O dragão, o mal, está presente em nossa história, mas ele não tem a mão superior", disse ele, referindo-se para o Livro do Apocalipse. "O que tem a mão superior é Deus."

O Papa terminou sua aparição em Aparecida, passando de Português para Espanhol, sorrindo e aproveitando claramente o momento em que ele conectou-se a milhares de pessoas reunidas na chuva para vê-lo. Ele disse que pretende voltar ao Brasil em 2017. Mais tarde, na quarta-feira, o papa voltou ao Rio, onde visitou um hospital para viciados em drogas. No hospital, ele criticou defensores da descriminalização do uso de drogas e traficantes chamando-os "mercadores da morte".

Comentaristas chamaram a atenção sobre a forma como Francisco estava ficando com gostinho para os desafios que os moradores do Rio de Janeiro enfrentam diariamente.

"Como no caso de milhares de outros no Rio de Janeiro, o papa acabou em um engarrafamento na Presidente Vargas", Elio Gaspari, colunista de jornal, escreveu sobre a cena frenética na segunda-feira. Ele observou que, entre o caos na rua, Francisco tinha calmamente abençoado uma criança. "Ele era apenas um homem sem medo do povo."

Jogando para baixo as preocupações de segurança, a porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, disse a jornalistas que o Papa quis "contato direto com o povo" e não uma "militarização da situação." Mas a igreja substituiu um veículo fechado por um papamóvel aberto para passeio de quarta-feira Francis pelo bairro operário de Tijuca.

Oficiais da polícia nesta quarta-feira mais uma vez rejeitaram as acusações de que seus próprios agentes de inteligência foram incitar o confronto em protestos, com alguns manifestantes alegando que esta era uma estratégia para reprimir a dissidência na rua. Ainda assim, a revelação de que as autoridades de segurança do Rio de Janeiro haviam se infiltrado nos movimentos de protesto com agentes disfarçados provocou repulsa entre alguns. João Paulo Soares, 21 anos, estudante, disse que as táticas da polícia violaram o direito de "liberdade de expressão". Mas ele recebeu a visita de Francisco, um jesuíta nascido na Argentina com hábitos espartanos. "Ele é revolucionário, como nós somos", disse ele.

O Prefeito do Rio, Eduardo Paes, sugeriu que era hora de seguir em frente e fazer o resto da viagem do papa, que continua até domingo, o mais suave possível. "Qualquer explicação parece desnecessária e inútil neste momento", disse ele. "O que precisamos fazer é pedir desculpas."

Agente da Abin e mulher são presos participando de quebra-quebra

A geógrafa Carla Hirt foi detida no momento em que supostamente atirava pedras na vidraça de uma loja, e o geógrafo Igor Pouchain Matela, por ter desacatado os PMs que a prenderam. Os dois foram levados para 14ª DP Marcelo Piu / Agência O Globo

RIO - Presos pela Polícia Militar sem documentos na madrugada de 18 de julho no Leblon, palco de uma das mais violentas manifestações do Rio, perto da residência do governador Sérgio Cabral, o casal de geógrafos Igor Pouchain Matela e Carla Hirt foram levados à 14ª DP, no bairro. Carla foi detida no momento em que supostamente atirava pedras na vidraça de uma loja, e Igor, por ter desacatado os PMs que a prenderam. O caso seria mais um dos que marcam os bastidores dos protestos na cidade, não fosse por um detalhe: segundo os policiais de plantão naquele dia, os dois se apresentaram como agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e agora são tratados como suspeitos de estarem ali trabalhando infiltrados. A Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo (CEIV) e a Polícia Civil estão investigando o caso.
A Polícia Civil confirmou ao GLOBO que Igor e Carla se apresentaram como agentes da Abin ao chegarem à delegacia. Também informou que, de acordo com o relato do delegado titular da 14ª DP, Rodolfo Waldeck, Carla foi presa em flagrante por formação de quadrilha, e Igor, por desacato a um PM. Na delegacia, Igor também teria desacatado a delegada Flávia Monteiro, responsável pelo plantão no dia. Carla foi autuada por formação de quadrilha e liberada após pagamento de fiança. Igor, por crime de desacato. Os dois não foram localizados para comentar a denúncia.
Segundo nota da Polícia Civil, a CEIV — criada depois dos atos de vandalismo durante os protestos — vai “investigar a informação de que o casal preso na manifestação do dia 18 de julho no Leblon seria integrante da Abin”.
Agência nega ter agentes infiltrados
A Abin negou manter agentes infiltrados nas manifestações do Rio. Em nota, garantiu “desconhecer a prisão ou a autuação de servidor de seu quadro em 18 de julho ou nos dias subsequentes na cidade do Rio” e explicou que “o sigilo dos nomes dos integrantes da Abin é garantido pela lei 9.883, de dezembro de 1999, sendo, portanto, vedada a sua publicação, inclusive em atos oficiais”. No Diário Oficial da União, de 2008, Igor aparece entre os nomeados para atuar junto ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ao qual a Abin está subordinada.
O caso de Igor e Carla acontece num momento delicado, em que vem à tona a participação de policiais fluminenses infiltrados em manifestações. Esta semana, o Ministério Público estadual anunciou que passou a investigar vídeos divulgados nas redes sociais, em que policiais do serviço reservado (P-2) da PM do Rio aparecem supostamente infiltrados no protesto em Laranjeiras, na noite de segunda-feira, durante a recepção ao Papa Francisco. No mesmo dia, a PM reconheceu o uso do expediente, informando que os policiais agem filmando, coletando provas e fazendo prisões.
Infiltrar agentes é prática reconhecida internacionalmente nos meios policiais de inteligência, mas os especialistas alertam que há limites: o agente infiltrado deve se limitar a observar, coletar informações e transmiti-las. Mas eles não podem se envolver em crimes — há denúncias de manifestantes de que PMs estariam incitando e até praticando atos violentos.
— Na ausência de disciplina legal específica, os limites da ação de inteligência são os parâmetros gerais, constitucionais e legais dos agentes estatais — disse um especialista, que preferiu o anonimato.
Ainda segundo ele, essa premissa tem sua validade confirmada na Lei n. 9.034/95, que trata dos meios operacionais para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas. Em seu art. 2, inciso V, a lei prevê a infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de investigação, constituídas pelos órgãos especializados pertinentes, mediante circunstanciada autorização judicial.
— Falando em tese eu diria: mesmo para a infiltração estrutural, é preciso autorização judicial que preveja os limites genéricos da operação. Na lei atual, embora não esteja prevista a possibilidade da prática de crimes pelos agentes infiltrados, entende-se na doutrina ser admissível quando se tratar de prática necessária e imprescindível para a garantia da infiltração, o que envolve obter a confiança do grupo, e o crime a praticar for menor do que o investigado.

O Globo


quinta-feira, 18 de julho de 2013 | By: Vânia Santana

Homicídios de jovens crescem 326,1% no Brasil

A violência contra os jovens brasileiros aumentou nas últimas três décadas de acordo com o Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil, publicado hoje (18) pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), com dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Entre 1980 e 2011, as mortes não naturais e violentas de jovens – como acidentes, homicídio ou suicídio – cresceram 207,9%. Se forem considerados só os homicídios, o aumento chega a 326,1%. Dos cerca de 34,5 milhões de pessoas entre 14 e 25 anos, em 2011, 73,2% morreram de forma violenta. Na década de 1980, o percentual era 52,9%.

“Hoje, com grande pesar, vemos que os motivos ainda existem e subsistem, apesar de reconhecer os avanços realizados em diversas áreas. Contudo, são avanços ainda insuficientes diante da magnitude do problema”, conclui o estudo.



O homicídio é a principal causa de mortes não naturais e violentas entre os jovens. A cada 100 mil jovens, 53,4 assassinados, em 2011. Os crimes foram praticados contra pessoas entre 14 e 25 anos. Os acidentes com algum tipo de meio de transporte, como carros ou motos, foram responsáveis por 27,7 mortes no mesmo ano.

Segundo o mapa, o aumento da violência entre pessoas dessa faixa etária demonstra a omissão da sociedade e do Poder Público em relação aos jovens, especialmente os que moram nos chamados polos de concentração de mortes, no interior de estados mais desenvolvidos; em zonas periféricas, de fronteira e de turismo predatório; em áreas com domínio territorial de quadrilhas, milícias ou de tráfico de drogas; e no arco do desmatamento na Amazônia que envolve os estados do Acre, Amazonas, de Rondônia, Mato Grosso, do Pará, Tocantins e Maranhão.

De acordo com o estudo, a partir “do esquecimento e da omissão passa-se, de forma fácil, à condenação” o que representa “só um pequeno passo para a repressão e punição”. O autor do mapa, Julio Jacobo Waiselfisz, explicou à Agência Brasil que a transição da década de 1980 para a de 1990 causou mudanças no modelo de crescimento nacional, com uma descentralização econômica que não foi acompanhada pelo aparato estatal, especialmente o de segurança pública. O deslocamento dos interesses econômicos das grandes cidades para outros centros gerou a interiorização e a periferização da violência, áreas não preparadas para lidar com os problemas.

“O malandro não é otário, não vai atacar um banco bem protegido, no centro da cidade. Ele vai aonde a segurança está atrasada e deficiente, gerando um novo desenho da violência. Não foi uma migração meramente física, mas de estruturas”, destacou Waiselfisz.

Nos estados e capitais em que eram registrados os índices mais altos de homicídios, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, houve redução significativa de casos, devido aos investimentos na área. São Paulo, atualmente, é o estado com a maior queda nos índices de homicídios de jovens nos últimos 15 anos (-86,3%). A Região Sudeste é a que tem o menor percentual de morte de jovens por causas não naturais e violentas (57%).

Em contraponto, Natal (RN), considerado um novo polo de violência, é a capital que registrou o maior crescimento de homicídios de pessoas entre 15 e 24 anos – 267,3%. A região com os piores índices é a Centro-Oeste, com 69,8% das pessoas nessa faixa etária mortas por homicídio.

Agência Brasil

Nota do blog: Foto acima do Mapa da violência. Você pode fazer o download do PDF clicando aqui


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013 | By: Vânia Santana

Boate Kiss - Foto às 03:05h revela fogo de artifício aceso e casa cheia


A foto tirada pelo Dj Bolinha e postada em sua página no Facebook, mostra claramente o tipo de fogo de artifício usado no palco pela banda, e como a casa estava cheia, nos últimos minutos antes do incêndio.

Clique na foto:



Em foto anterior o dj posta foto dizendo: Kiss bombandoooo. 

Não vi esta foto publicada em nenhum jornal. Fica a pergunta: ninguém viu? Estão noticiando que o fogo de artifício usado foi sinalizador de mão, e a foto mostra que não é verdade!

Se houve uso de sinalizador de mão, foi no show anterior. Veja foto do dj antes dessa,  tirada a 01:23h:



Uma imagem vale mais do que mil palavras. Aí está.

obs: retirei os comentários para proteger os autores, mas a foto é pública no face.

Mais uma observação: de acordo com o proprietário as câmeras da casa estavam no conserto. Mas houve filmagem do show exibido nos vídeos da casa. Talvez possam ter imagens que provem o ocorrido.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 | By: Vânia Santana

Santa Maria – Quem é que vai pagar por isso?



O Brasil ficou estarrecido, chocado,  com o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, no ultimo domingo, que causou até o momento a morte de 235 pessoas, sendo que ainda 143 vítimas estão internadas nos hospitais.
Qualquer tragédia da vida humana é de se lamentar, e prestar solidariedade as suas vítimas e familiares, é o mínimo que podemos fazer. As perdas humanas sempre são dolorosas, e parece mais aguda quando são de crianças e jovens. O país chorou, ficou de luto. 

Desde o ocorrido, entrei numa espécie de choque emocional. Não só por imaginar a cena vivida por aqueles jovens, ou pela dor de seus familiares e amigos. E a revolta que virá na sequência.
Mas porque, concluí também, dediquei metade da minha vida,  trabalhando em produção de shows e eventos e em casas noturnas, e talvez por isso, tenha tido um maior abalo com esta notícia.

Sei que os familiares e amigos, que sofrem hoje por decorrência deste ‘acidente’, não terão nenhum consolo. Nenhuma lágrima, nenhum ressarcimento material,  fará mudar o que sentem hoje, e o que sentirão. Aos vivos, só restou enterrar e chorar seus mortos. E tenho certeza, nada mais vão querer, do que haja justiça, de que haja punição aos culpados. E do desejo que a lição seja aprendida, para que nunca mais ninguém precise passar por isso.

Por isso, digo, por experiência, que este fato não foi uma tragédia. Tragédias são vulcões em erupção. Terremotos, Furacões. Tsunamis. Isto eu chamo de tragédia. No caso da boate, foi negligência, foi irresponsabilidade em série, onde não existe um culpado apenas. Não vou fazer politicagem com o assunto. Já tem o suficiente disso por aí. Este texto é apenas minha opinião pessoal e profissional.

Muitos empresários sabem do lucro que o investimento em bares, restaurantes e similares, gera. E se decidiu por isso, a primeira coisa a saber é, onde há grande aglomeração humana, começa-se a responsabilidade pela contratação de engenheiros e arquitetos especializados. Pessoas especializadas já conhecem as normas de segurança, o material a ser utilizado, além de favorecer o projeto para sua aprovação. No caso onde há palcos e apresentação de shows, qualquer pessoa da área já sabe que é onde há o maior risco de acidentes/ incêndios, que pode começar com um simples curto circuito, devido a alta carga elétrica que os palcos contem, desde os equipamentos de som, e principalmente pela iluminação. Existem materiais que podem ser usados desde a construção, que já são isolantes térmicos e acústicos, como o ‘siporex’ por exemplo. E existem materiais isolantes acústicos que não propagam fogo ou fumaça tóxica. Portas corta fogo. Saídas anti-pânico. Hidrantes. Alarmes de incêndio. Brigada anti-incêndio (funcionários treinados pelo corpo de bombeiros para casos de emergência)
Além de projetos que facilitem a movimentação, a segurança e o escape, são diversos os erros na boate Kiss. Somente uma saída, que também era entrada. Extintores de incêndio vencidos ou falsificados. Sinalização de saída e emergência é necessária, mas considere que estes ambientes proporcionam consciências alteradas por consumo de alcóol. Ainda que tudo estivesse em ordem, não existe alvará que tire o poder de incêndio de um fogo de artifício usado em ambiente fechado. Porém, se houvesse o material em ordem,  e mais portas de saída, o acidente ocorreria, mas  poderiam ter poupado se não todas, muito mais vidas. Calculando que a casa tinha capacidade para 690 pessoas e, ao que parece, havia mais de mil, e sabendo que houve 235 mortes e 143 vítimas, também podemos analisar que, o descumprimento a lotação permitida da casa, foi mais um ponto negativo para a fuga. Percebam que a quantidade de vítimas, é exatamente a quantia excedente de público permitido.

Da minha experiência, posso concluir que, neste caso específico, a simples responsabilidade de cada um em fazer o certo, aqui, cito os donos, o produtor/gerente, os órgãos públicos, a fiscalização destes, a banda,  evitaria não só essa, como várias ‘tragédias’. Muitos erros assim aconteceram no mundo, o que também não serviu de lição.

As leis existem, para serem cumpridas, e não burladas. A quantidade de multas por várias infrações e os acidentes no trânsito por alcoolismo neste país, comprovam o que estou dizendo. Como me disse um amigo hoje, quando comentei isso: 'parece que precisa de um policial em cada esquina, pra garantir que se respeite um sinal de trânsito'.

Se houvesse cidadania, bom senso e  responsabilidade, não precisaria de fiscalização.

Mas infelizmente, em casos assim, quem paga o maior preço dos erros, geralmente são aqueles que não os cometeram.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013 | By: Vânia Santana

O preço da insegurança nacional



Segurança Pública é um processo que depende, ou deveria, de decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos.
A segurança pública não pode ser tratada apenas como medidas de vigilância e repressiva, mas como um sistema integrado e otimizado envolvendo instrumento de prevenção, coação, justiça, defesa dos direitos, saúde e social. O processo de segurança pública se inicia pela prevenção e finda na reparação do dano, no tratamento das causas e na reinclusão na sociedade do autor do ilícito.

No final de 2007, ainda no Governo Lula, o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania ) foi criado com a promessa de diminuir os indicadores de criminalidade nas regiões metropolitanas mais violentas do Brasil. Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Pronasci tem como objetivo enfrentar a criminalidade articulando políticas de segurança com ações sociais, tentando atingir as causas da violência. Entre seus pontos principais estão a valorização dos profissionais de segurança pública, reestruturação do sistema penitenciário e combate à corrupção policial. Até 2012, Dilma em sua campanha prometeu destinar mais de R$ 6 bilhões para o programa.

Apesar da suposta promessa da petista, o Pronasci sofreu no Governo Dilma, um dos maiores cortes de verbas desde sua criação, já em seu primeiro ano. Em 2011, dos R$ 2,094 bilhões autorizados, somente a metade foi paga aos projetos do Ministério da Justiça. Veja dados do Siafi e outras informações sobre o corte de verbas clicando aqui Jornal O Globo

A questão da segurança pública passou a ser considerada problema fundamental e principal desafio ao estado de direito no Brasil. A segurança ganhou enorme destaque, tanto na mídia, quanto nas redes sociais e em conversas pessoais.
Assuntos que vão desde o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, especialmente nos grandes centros urbanos, a degradação da “coisa” pública, à falta de reforma das instituições da administração da justiça criminal, a violência policial, a ineficiência da prevenção, a superpopulação nos presídios, rebeliões, fugas, a pena de jovens infratores, corrupção, aumento dos custos operacionais do sistema, à eficiência da investigação criminal e das perícias policiais e morosidade judicial, entre tantos outros, que indicam os desafios a serem enfrentados para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Brasil.

Mapa da Violência 2012 no Brasil:



Para aqueles brasileiros que muitas vezes são excluídos dos direitos humanos no país, resta recorrer ao mercado paralelo de segurança e proteção pessoal, a fim de se obter, pelo menos, o mínimo daquilo que o Estado não oferece. O mercado cresceu 40% no Brasil, e oferece várias opções, com preços acessíveis ou nem tão acessíveis. A blindagem de um carro, por exemplo, custa de R$ 25 mil a R$ 70 mil reais. (O Brasil é o terceiro maior mercado em blindagem do mundo, 70% em SP). Cercas elétricas, em média R$ 2 mil por 300m lineares. Portões eletrônicos, a partir de R$ 400 reais (o equipamento). Câmeras com gravador, em média R$ 2.500. Ainda tem alarmes, seguros residenciais, serviços de vigilância e monitoramento, censores de luz, rastreadores de automóveis. Artifícios que, se não combatem, ao menos inibem o crime.

Pra encerrar o texto de hoje,  fico também com a pergunta “Quanto Vale a Vida?” dos Engenheiros do Hawai: