sexta-feira, 29 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Politicamente incorretos, mas não hipócritas.




‘Você nunca será escravo daquilo que não fala’.

Enquanto nas últimas semanas, podemos observar a guerra que se trava no cenário político dos politicamente corretos versus os politicamente incorretos, vamos assistindo uma verdadeira epopéia de discursos de ódio, disseminados pelos que se dizem defensores das minorias. Alguns dizem defender a liberdade de expressão, mas querem reprimir o direito alheio de fazer o mesmo. Tem aqueles que impõem sua opinião e se não encontram apoio, mas rejeição, passam imediatamente a querer usar da força, do grito ou se fazem de vítima. Não convencendo assim, passam a usar da desqualificação. Não da mensagem, mas do mensageiro. Este comportamento está em todo lugar. Inclusive nas redes sociais.

Ao contrário da ditadura, você pode, na Democracia, falar mal até de presidentes.

Mas se emitir qualquer opinião pessoal sobre raças, credos, classes sociais ou gêneros... os democráticos defensores dos direitos humanos (aqueles que deviam abranger todos os cidadãos sem distinção, já que a lei é igual para todos - embora não  trate a todos com igualdade), se voltam à defesa dessa parte agora distinta dos humanos, as chamadas minorias. Preferencialmente, a categoria daqueles que possam por eles servir como soldados subservientes de seu exército particular.  Desde que sirvam a seus objetivos. Pode ser partidário também. E não se enganem, frequentemente, é. Quer um exemplo dessa escolha? Ladrões, pedófilos, traficantes, e até políticos, também são minorias, ou não?

Você pode não concordar, é seu direito, e pode optar por parar de ler o texto aqui. Talvez você  ainda ache que tanto a manifestação para tirar Renan da Presidência do Senado, quanto aquelas vassouras em Brasília, foram mesmo realizadas e pagas com dinheirinho obtido de manifestantes ‘apartidários’.

Fossem todas as pessoas seres pensantes com opinião própria, não haveria sequer os tais ‘formadores de opinião’. Fossem também as pessoas capazes de atitudes cidadãs, sequer haveria necessidade de líderes. Cada um cumpriria o seu papel na sociedade, e os governantes, suas obrigações. E jamais seriam ‘endeusados’ por isso. Muito menos por seres que pagam impostos, e altos, e recebem migalhas em serviços públicos. Traduzindo: pagam todos, cúmplices e/ou indignados, os salários e mordomias a estes que se investem de direitos e poderes em busca de projetos pessoais, graças a esta cumplicidade generosa, ou dos coniventes ou da grande massa que apóia indiferente, os desmandos praticados por vossas excelências.

Voltando aos defensores... Para haver a defesa de algo ou alguém, deve haver ‘ofensa’. A ofensa pode ser física ou pode ser verbal.  Pode ser inclusive gestual. A coisa está tão endêmica, que não precisa ser explícita. Pode não ser direcionada, mas se torna pessoal. As vezes depende de interpretação. Eu acho mesmo é que tem muita gente sofrendo de ‘síndrome do bullying’. Tempos modernos de uma sociedade doente.

Informações distorcidas, inverdades. Mentiras manipuladas, notícias manipuladas, e com isso, pessoas manipuladas. Os inocentes (ou não) úteis usados para se alcançar um objetivo, e creio eu, se estes são os princípios e os meios utilizados, o fim não deve ser nada apreciável e nobre. Por outras vezes, isto acontece para desvio de foco.

As pessoas engolem elefantes, mas se engasgam com uma mosca.

Basta prestar atenção, ao que está acontecendo no Congresso, com relação à CDH. O que ali ocorre, em minha opinião, são discursos de ódio, e não defesa de direitos de minorias. Há uma manipulação explícita entre grupos radicais para atingir seus interesses. Se a mim, Feliciano (embora legitimamente eleito) não me representa, menos ainda o deputado Jean Wyllys, (que só está onde está por votos de legenda, pra quem não sabe) . O deputado BBB só tem demonstrado censura a liberdade de expressão, além de incitar a violência.

Não há desvio do foco? Encerraram-se os protestos da sociedade contra a permanência de Renan, à presidência do Senado. Sem falar da Petrobrás, da inflação galopante, de Rosemary Noronha, dos 39 Ministérios, do aumento de salários e cargos, e da volta dos que não foram nos Ministérios. Da Transposição que não houve, da seca do NE e enchentes e mortes no Rio. E apesar da sociedade ter cobrado o julgamento do mensalão, e a punição de seus participantes, todos continuam livres. Dois deles, José Genoíno e João Paulo Cunha, desfrutam do cargo de deputados, e foram silenciosamente colocados sem nenhum protesto popular, nem de grupos de minorias, nem de artistas, na presidência da CCJ (Comissão de Constituição de Justiça). A Comissão mais importante do Congresso. Seria hilário, se não fosse trágico.

Enquanto os politicamente incorretos lutam pelo direito de expressão, os politicamente corretos, aqueles que não 'discriminam' , se propõem a usar uma linguagem neutra, para não ‘ofender’ ninguém. Para tentar calar os que não acatam suas regras,  desejam impor isso pela regulamentação da mídia.

Podemos ver este exemplo ‘indiscriminatório’ e não ofensivo, no Blog da Dilma, quando da visita da blogueira cubana Yoani Sanches, "Quem está financiando a mega viagem da blogueira rola bosta Yoani Sánchez" e no texto de Cynara Menezes (a musa jornalista dos petistas da esquerda democrática, junto com Nassif e Paulo Henrique Amorim - este último já processado e condenado por racismo), de hoje, cujo título é “o perfeito imbecil politicamente incorreto’. Os títulos já demostram que, realmente, são os politicamente corretos e esquerdistas coerentes e belos exemplos de dignidade humana.




quinta-feira, 28 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Declarações e desmentidos - por Celso Ming



Em entrevista aos jornalistas brasileiros em Durban (África do Sul), onde se encontrava para a cúpula dos Brics, a presidente Dilma Rousseff fez declarações sobre a inflação e sobre a estratégia de contra-ataque do governo que trombavam frontalmente com o que vem sendo dito pelo Banco Central.

Foram afirmações feitas horas antes da divulgação do Relatório de Inflação (que sai hoje), documento trimestral pelo qual o Banco Central transmite seu diagnóstico da inflação e diz como pretende controlá-la.

Depois que o conteúdo da entrevista foi conhecido pelo mercado financeiro e que já fazia estragos no mercado futuro de juros, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em nome da presidente Dilma, reafirmou a disposição do Banco Central em combater a alta da inflação com a veemência devida: "Não há tolerância em relação à inflação".

Horas depois, a própria presidente voltou a convocar os jornalistas brasileiros para denunciar a "manipulação da notícia" e deixou claro o que não tinha ficado antes: que, para ela, "o combate à inflação é um valor em si".

Nas declarações que entendeu terem sido manipuladas, Dilma dissera que o aumento da inflação que aí está é produto de choques externos e que seu governo não vai adotar nenhuma política que sacrifique o crescimento econômico e o emprego. Ficou entendido, assim, que o recuo da inflação viria espontaneamente e que a política monetária (política de juros) não deveria ser acionada pelo Banco Central para empurrar a inflação para dentro da meta.

A ênfase dada pela presidente Dilma às causas externas da inflação não explica por que esses choques de oferta de alimentos, gerados pela seca que derrubou as safras dos Estados Unidos no ano passado, só provocaram toda essa inflação no Brasil - e não também em outros países emergentes.

De todo modo, não é esse o diagnóstico do Banco Central. Em seus documentos (Relatório de Inflação e atas do Copom) vem denunciando mais causas internas do que externas para a inflação, que atualmente ultrapassa o nível dos 6% em 12 meses.

São elas fundamentalmente três: (1) descompasso entre uma "demanda robusta" e uma oferta fraca, ou, em outras palavras, incapacidade da produção interna de dar conta do forte consumo; (2) política de gastos públicos frouxa demais; e (3) mercado de trabalho excessivamente aquecido.

O Banco Central tem também repisado que não há incompatibilidade entre as políticas de combate à inflação e a criação de condições para o crescimento econômico - como pareceu sugerir a presidente Dilma Rousseff. Tem enfatizado o contrário. No parágrafo 32 da última Ata do Copom, por exemplo, deixou dito que "taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de empregos e de renda".

As declarações estão gravadas e aparentemente a presidente disse o que não deveria ter dito. Talvez a questão mais relevante para o acontecido seja o fato de que, apesar das explicações e dos desmentidos, Dilma tem dado motivos para que os agentes econômicos tendam a achá-la mais tolerante com a inflação do que admite ser. E, também, de que não gosta de que a política de juros seja usada para enquadrar a inflação dentro da meta.


Celso Ming - O Estado de S.Paulo

domingo, 24 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Rápidos no gatilho - por Dora Kramer





A desfaçatez anda de tal forma despudorada que a Câmara nem esperou esfriarem os corpos dos recentemente extintos dois salários extras por ano, para torná-los cadáveres insepultos na forma de aumento de verbas compensatórias à “perda” de suas excelências.

Há dois tipos de contas a serem feitas: uma é numérica, a outra política. A Câmara fica devendo nas duas.

Com a primeira promete uma economia de R$ 27,4 milhões deixando de pagar os salários adicionais, mas vai gastar quase tudo (R$ 21 milhões) só com o reajuste daquela cota para despesas extraordinárias que não raro é usada para gastos ordinários – no sentido pejorativo do termo.

Isso sem falar na criação de novos cargos (59), duas novas estruturas (Corregedoria Autônoma e Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Casa). A título de verniz, criou-se um tipo de ponto para controlar melhor o pagamento de horas extras dos funcionários do Legislativo.

Positivo? Sem dúvida, mas risível e até provocativo o aperto em face do afrouxamento na rubrica das benesses aos parlamentares que, segundo pesquisa recente, estão em segundo lugar entre os mais caros do mundo.

Mas dizíamos que há uma conta numérica e outra política. Nesta também o saldo é negativo. Confirmou-se a necessidade de adotar parcimônia em elogios quando o Congresso se curva à necessidade de dar cabo a exorbitâncias. Viu-se pela rapidez no gatilho para anular a economia e criação de duas esquisitices.

“Corregedoria Autônoma”? Alto lá: há uma corregedoria em funcionamento e que, pelo visto, foi posta sob desconfiança de atuar sem a necessária independência.

“Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Casa”? Espera aí: não seria o Parlamento já um centro de estudos e debates? Não são o estudo e o debate funções do Legislativo junto coma prerrogativa de legislar e fiscalizar?

Ou bem estão sendo criadas instâncias inúteis, ao molde de sinecuras, ou mal estão sendo criadas instâncias com sobreposições de funções. Ao molde de sinecuras.


sábado, 23 de março de 2013 | By: Vânia Santana

O novo ministério zomba do Brasil - por Guilherme Fiuza



Está confirmado: o julgamento do mensalão não teve a menor importância para o Brasil. Não se sabe ainda quando os condenados serão presos, se forem. Mas isso também não importa. Importa é que o esquema deu certo. O grupo político que organizou o maior assalto da história aos cofres públicos – ninguém jamais ousara criar um duto permanente entre o dinheiro do Estado e um partido político – vai muito bem, obrigado. Aprovado em duas eleições presidenciais, parte para a terceira como favorito. E os últimos atos da presidente da República mostram sua desinibição para reger o esquema parasitário.

Dilma Rousseff anunciou uma reforma ministerial. Assunto delicado. Como se sabe, a presidente passou todo o seu primeiro ano de governo tentando segurar nos cargos o exército de ministros podres que nomeou. Em muitos casos, não foi possível. A avalanche de denúncias publicada pela imprensa burguesa, que não deixa o governo popular sugar o país em paz, foi irresistível. Mas a opinião pública brasileira é tão lunática que esse vexame – ter de cortar cabeças em série, todas recém-nomeadas – passou ao senso comum como a “faxina ética” da presidente. O Brasil gosta é de novela – e resolveu acreditar nesse enredo tosco da mãe coragem que toma conta da casa.

Dilma, Lula e sua turma exultaram com o cheque em branco que receberam da nação. Ao longo de dez anos no poder, o tráfico de influência para edificar a República do fisiologismo foi flagrado em todo o Estado-maior petista: de Valdomiro a Dirceu, de Erenice a Rosemary, de Palocci a Pimentel, dos aloprados aos mensaleiros, dos transportes ao turismo, da agricultura ao trabalho. A tecnologia da sucção do Estado pelos revolucionários progressistas foi esfregada diversas vezes na cara do eleitorado, que continuou aprovando sorridente o truque. É por isso que agora, nos conchavos para a tal reforma ministerial, Dilma não faz a menor cerimônia para chamar os fantasmas para dançar.

Entre os principais interlocutores da presidente para decidir quem abocanhará o quê, estão figuras inesquecíveis como o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi. O sujeito que tentou ficar no cargo na marra, que disse que só saía debaixo de tiro, após uma floresta de irregularidades apontadas na sua gestão – incluindo passeio em avião de dono de ONG beneficiada por seu ministério –, está aí de novo, dando as cartas no primeiro escalão à luz do dia. O brasileiro é mesmo um generoso.

Quem mais apareceu decidindo com Dilma o futuro de seu ministério? Alfredo Nascimento, o ex-ministro dos Transportes demitido na “faxina”, falando grosso de novo para resolver quem ficará com uma das pastas mais endinheiradas do governo. E atenção: esses encontros não são secretos. Faxineira e faxinados mostram para quem quiser ver que continuam jogando no mesmo time, sem arranhar o mito da gerentona ética. Magia pura.

Nessa conversa houve um desentendimento inicial. Dilma queria que assumisse o Ministério dos Transportes o senador Blairo Maggi, citado por réus do escândalo Cachoeira-Delta. Se o Brasil não lembra de nada, por ela tudo bem. Quem vetou foi o próprio Nascimento. A escolha de Dilma não passou no filtro do ministro demitido por ela. Isso é que é faxina bem feita.

Já que o Brasil não liga para essas coisas, nem para a gastança pública que fermenta a inflação, Dilma achou que era hora de criar mais um ministério. Contando ninguém acredita. Vem aí a pasta da Micro e Pequena Empresa, para acomodar mais um companheiro e premiar o partido criado por Gilberto Kassab para aderir à indústria política do oprimido.

Evidentemente, os brasileiros não se importarão que o novo ministério, com dezenas de novos cargos custando mais alguns milhões de reais ao Tesouro, tenha funções já cobertas pelo Ministério do Desenvolvimento. Faz sentido. O ministro do Desenvolvimento é Fernando Pimentel, amigo de Dilma que faturou R$ 2 milhões com consultorias invisíveis e permaneceu no cargo agarrado à saia da madrinha. Para ter um ministro café com leite, que precisa ficar escondido, melhor mesmo criar um ministério novinho em folha para fazer o que ele não faz.

Eis o triunfo da doutrina do mensalão: para cada Dirceu preso, sempre haverá uma Dilma livre, leve e solta.

Guilherme Fiuza - Época
quinta-feira, 21 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Aumento de verba para deputados. Mais 24 milhões ao ano




A Câmara gastará cerca de R$ 24 milhões a mais por ano com o reajuste do chamado Cotão dos deputados - verba mensal que cobre gastos com passagens aéreas, telefones, correios, entre outros benefícios dos 513 deputados - e do auxílio moradia. A decisão de dar o aumento foi tomada na quarta-feira, pela Mesa Diretora, e os percentuais definidos nesta quinta-feira pela equipe técnica e chancelados pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o primeiro secretário, Márcio Bittar (PSDB-AC). Com os reajustes, as duas verbas custarão cerca de R$ 200 milhões.


O Cotão terá um reajuste de 12,72%, um impacto de R$ 22,6 milhões por ano. Os valores do Cotão variam de acordo com o estado, sendo o maior valor pago aos deputados de Roraima, que sobre de R$ 34,2 mil para R$ 38 mil ao mês e o menor, para os do Distrito Federal, de R$ 23 mil para R$ 25 mil. O auxílio moradia será aumentado de R$ 3 mil para R$ 3,8 mil, um reajuste de 26% e impacto de R$ 1,5 milhão ano ano nos gastos.

A Câmara decidiu aumentar as duas verbas e criar 59 cargos e funções comissionadas três semanas depois de aprovar o projeto que reduz o pagamento do 14º e 15º salários dos deputados. A criação dos cargos provocará mais gastos: um impacto de R$ 7 milhões já em 2013 e de R$ 8,9 milhões em 2014.

O auxílio moradia pago aos deputados não sofria reajuste desde 1996. Assessores da Câmara informaram que se fosse aplicado o IGP-M acumulado, o índice de correção seria de 307%. A Casa optou, no entanto, por adotar o valor R$ 3,8 mil, mesmo valor da verba paga aos senadores. Dos 513 deputados, 207 recebem a verba e os demais optaram por morar nos apartamentos funcionais da Câmara.

O Cotão foi criado em julho de 2009 e não sofreu reajuste desde então. Se a Casa fosse aplicar o IPCA acumulado (índice oficial de inflação no país), o reajuste seria de 23%. A Diretoria Geral da Câmara informou que as novas despesas serão compensadas com o fim do 14º e 15º salários, que este ano garantirá uma economia de R$ 12,6 milhões e em 2014, e com a economia no pagamento de horas extras noturnas, estimada em cerca de R$ 24 milhões.


O Globo


Gastos de Embaixada no Vaticano incluem até almoço com cardeais brasileiros





O Contas Abertas encontrou diversas notas de empenhos da Embaixada do Brasil no Vaticano, inclusive com gastos relativos à viagem da presidente Dilma Rousseff a Roma. Os valores, que somam R$ 40 mil, incluem desde parcela das hospedagens da chefe de estado brasileira e sua comitiva até almoço com os cardeais brasileiros. Dilma esteve na cidade para acompanhar a missa inaugural do papa Francisco.

Do total, R$ 2,3 mil foram empenhados para gastos relativos à almoço para os cardeais brasileiros na data de hoje (21). Ao todo, R$ 2,3 mil foram empenhados com gêneros alimentícios, serviços de garçons e compra de flores. O almoço, no entanto, não deve contar com a presença da presidente, que já estará em solo brasileiro.

Outras notas de empenho com valor total de R$ 12,9 mil destinam-se ao pagamento de parcela da hospedagem da presidente e da comitiva oficial no período de 16 a 20 de março deste ano. Dilma viajou acompanhada pelos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Helena Chagas (Comunicação Social), Aloizio Mercadante (Educação) e Gilberto Carvalho (Casa Civil).

Os pagamentos foram realizados ao hotel The Westing Excelsior, um dos mais luxuosos de Roma e no qual a comitiva teria ocupado 30 quartos. Segundo o jornal, a Folha de S. Paulo, a diária da suíte presidencial custa cerca de R$ 7,7 mil e o quarto mais barato, R$ 910.

Um dos quartos foi transformado em escritório de apoio para a presidente Dilma. Ao todo, segundo notas de empenho, R$ 14,2 mil foram reservados para atender essas despesas. Dentre os dispêndios, R$ 12,6 mil foram destinados ao aluguel de sala para uso do escritório e R$ 1,5 mil para o aluguel de aparelhos de fax e máquina copiadora para a sala do escritório de apoio e comunicações da Presidência.

Geralmente, os presidentes da República ficam hospedados na residência oficial da Embaixada do Brasil, no centro histórico de Roma, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando participou das cerimônias do enterro do papa João Paulo II, em 2005.

No entanto, Patriota explicou que a Embaixada do Brasil na Itália está temporariamente desocupada, enquanto aguarda a chegada do novo embaixador Ricardo Neiva Tavares. O ministro afirmou que devido à transição entre embaixadores a presidente não pôde se hospedar na residência oficial da representação brasileira.

Outros R$ 10,3 mil foram destinados ao pagamento parcial da hospedagem dos integrantes do chamado escalão avançado, responsável pela preparação das viagens oficiais. O escalão viaja antes para garantir a segurança e preparar o terreno para a chegada do presidente da República. O valor foi pago ao Parco Dei Principi Grand Hotel e Spa para o período de 16 a 20 de março de 2013. Segundo informações da Folha de S. Paulo, 22 quartos teriam sido utilizados para o pessoal de apoio.

A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que a viagem da presidente Dilma Rousseff ao Vaticano custou aos cofres públicos 125.990,00 euros (cerca de R$ 324 mil). A oposição quer explicações sobre as despesas da comitiva presidencial. Os gastos dizem respeito apenas ao valor total do pacote de hospedagem e salas de apoio e reunião.

Mais gastos

Apesar de ainda não constarem no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), segundo o jornal Folha de S. Paulo, os gastos da comitiva na viagem ao Vaticano também incluem o aluguel de 17 carros luxuosos. A frota incluiria sete veículos sedan com motorista, um carro blindado de luxo, quatro vans executivas com capacidade para 15 pessoas cada, um micro-ônibus e um veículo destinado aos seguranças. Apenas para o transporte de bagagens e equipamentos, Dilma contou com um caminhão-baú e dois furgões.

Contas Abertas


terça-feira, 19 de março de 2013 | By: Vânia Santana

10 Razões para você rejeitar o Socialismo





1. Socialismo e comunismo são a mesma ideologia
O comunismo não é senão uma forma extrema de socialismo. Do ponto de vista ideológico, não há diferença substancial entre os dois. Na verdade, a União Soviética, um país comunista, chamou-se “União das Repúblicas Socialistas Soviéticas” (1922-1991) e igualmente a China comunista, Cuba e Vietnã se definem como nações socialistas.

2. O socialismo viola a liberdade pessoal
O socialismo visa eliminar a “injustiça” pela transferência de direitos e responsabilidades dos indivíduos e das famílias ao Estado. No processo, o socialismo realmente cria injustiças. Ele destrói a verdadeira liberdade: a liberdade de decidir todas as questões que estão dentro da nossa própria competência e de seguir o curso mostrado pela nossa razão, nos limites das leis morais, incluindo os ditames da justiça e da caridade.

3. O socialismo viola a natureza humana
O socialismo é anti-natural. Ele destrói a iniciativa pessoal − fruto do nosso intelecto e livre arbítrio − e o substitui pelo controle do Estado. Ele tende ao totalitarismo, com a repressão do governo e da polícia, onde é aplicado.

4. O socialismo viola a propriedade privada
O socialismo apela à “redistribuição da riqueza”, tirando dos “ricos” para dar aos pobres. Impõe impostos que punem aqueles que foram capazes de tirar o maior partido dos seus talentos produtivos, capacidade de trabalho ou hábitos de poupança. Ele utiliza a tributação para promover o igualitarismo econômico e social, um objetivo que será plenamente alcançado, de acordo com o Manifesto Comunista, com a “abolição da propriedade privada”.

5. O socialismo se opõe ao casamento tradicional
O socialismo não vê nenhuma razão moral para se restringirem as relações sexuais ao casamento, isto é, uma união indissolúvel entre um homem e uma mulher. Além disso, como ficou dito, o socialismo mina a propriedade privada, o que Friedrich Engels − fundador do socialismo e do comunismo modernos, juntamente com Karl Marx − considerava como o fundamento do casamento tradicional.


6. O socialismo se opõe ao direito dos pais na educação
O socialismo quer que o Estado, e não os pais, controle a educação dos filhos. Quase desde o nascimento, as crianças devem ser entregues a instituições públicas, onde lhes será ensinado o que o Estado quer, independentemente dos pontos de vista dos pais. A teoria da evolução deve ser ensinada [em oposição à doutrina da origem dos seres por criação]. A oração deve ser proibida nas escolas.

7. O socialismo promove a igualdade radical
A suposta igualdade absoluta entre os homens é o pressuposto fundamental do socialismo. Por isso, ele vê qualquer desigualdade como injusta em si mesma. Assim, os empregadores privados são retratados como “exploradores”, cujos lucros
realmente pertencem a seus empregados. Como conseqüência, rejeitam o sistema assalariado.

8. O socialismo promove o ateísmo
A crença em Deus, que ao contrário de nós é infinito, onipotente e onisciente, choca-se de frente com o princípio da igualdade absoluta. O socialismo, por conseguinte, rejeita o mundo espiritual, alegando que só existe a matéria. Deus, a alma, e a vida futura são apenas ilusões, de acordo com o socialismo.

9. O socialismo promove o relativismo
Para o socialismo, não existem verdades absolutas nem moral revelada, que estabelecem normas de conduta que se aplicam a todos, em todos os lugares e sempre. Tudo evolui, incluindo o certo e o errado, o bem e o mal. Não há lugar para os Dez Mandamentos, nem na esfera privada, nem na praça pública.

10. O socialismo zomba da religião
De acordo com Karl Marx, a religião é o “ópio do povo”. Lênin, o fundador da União Soviética, vai mais longe: “A religião é o ópio do povo. A religião é uma espécie de má aguardente espiritual na qual os escravos do capital afogam a sua imagem humana, a sua procura por uma vida mais ou menos digna do homem.”

O History Channel apresentou este ótimo documentário, de como o 'nacional-socialismo' também chegou na América do Sul e no Brasil, e como ele foi introduzido. Possivelmente isto não será  ensinado nas escolas, nem passará em TV aberta:






Desastres naturais: recursos para Petrópolis não saem do papel




A cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, mais uma vez sofre com as fortes chuvas da região. Ao todo, já foram registradas 17 mortes e 560 desabrigados. A repetição dos fatos, o descaso das autoridades com a região se mostra evidente. Segundo a última cartilha estadual do PAC, as quatro ações voltadas para prevenção em áreas de risco ainda se encontram em fase de licitação ou em contratação, ou seja, não saíram do papel.

Para a drenagem de áreas de risco, por exemplo, a iniciativa de recuperação do túnel do Palatinato, construção de galeria entre o canal do centro e o rio Piabanha e implantação de parques fluviais no mesmo rio estão em contratação. A obra para a drenagem urbana nas bacias dos rios Cuiabá, Santo Antônio e Carvão ainda está em fase de licitação.

Outras duas ações também dependem do processo licitatório. São elas: a elaboração de projetos para estabilização de encostas e a elaboração ou revisão do Plano Municipal de Redução de Riscos.

Nenhum dos quatro projetos sequer apresenta previsão de investimentos. Segundo o relatório regional, a previsão é que R$ 2,1 bilhões sejam investidos no Rio de Janeiro para prevenção em áreas de risco. O valor deve ser aplicado até 2014.

No mesmo sentido, convênio firmado entre a prefeitura de Petrópolis e a Caixa Econômica Federal também revela a dificuldade de aplicação dos recursos federais no município. Em julho de 2011, o contrato foi celebrado entre as partes objetivando a elaboração de projetos para estabilização de encostas.

O contrato previa recursos de R$ 805 mil, verba que foi integralmente empenhada entre o período de 21 de julho de 2011 e 07 de dezembro de 2012. Porém, apesar da disponibilidade orçamentária dos recursos, somente em 28 de novembro de 2012, 17 meses depois da celebração do contrato, R$ 40,3 mil foram efetivamente pagos.

A justificativa para o convênio foi o desastre natural de janeiro de 2011, quando Petrópolis contabilizou 72 mortes e 48 pessoas desaparecidas. A inundação na região também deixou 2.135 famílias desalojadas e 7.063 pessoas atingidas diretamente. A tragédia deixou nítido que o município não possuía recursos suficientes para a reconstrução da infraestrutura urbana de Petrópolis.

O responsável pelo contrato, conforme consta na descrição do convênio, foi o ex-prefeito da cidade Paulo Roberto Mustrangi de Oliveira (PT). Mustrangi concorreu nas eleições de 2012, mas não chegou a disputar para o segundo turno, quando apoiou a candidatura de Bernardo Rossi (PMDB).

A eleição do município foi repleta de polêmicas. O candidato vencedor foi Rubens Bomtempo, que só disputou o segundo turno depois diversas liminares que o livraram de ser enquadrado pelo Tribunal Superior Eleitoral na Lei do Ficha Limpa.

Verbas federais

O estado do Rio de Janeiro foi o mais favorecido por repasses de verbas federais em 2012, quando recebeu R$ 242,9 milhões em recursos para prevenção e preparação para desastres. Nos últimos três anos, enchentes e deslizamentos de terra mataram mais de 1.200 pessoas no estado, especialmente em cidades da região serrana, como Petrópolis.

O levantamento do Contas Abertas leva em consideração quatro programas do governo federal referentes ao assunto: “Gestão de Risco e Resposta a Desastres”; “Prevenção e Preparação para Desastres”; “Resposta aos Desastres e Reconstrução” e “Drenagem Urbana e Controle de Erosão Marítima e Fluvial”, para o qual não houve dotação orçamentária em 2012 e constavam apenas restos a pagar.

A maior parcela dos recursos beneficiou diretamente para a capital fluminense. Do total, 84,9%, o equivalente a R$ 206,2 milhões, destinou-se à cidade do Rio de Janeiro. Os municípios de Mesquita e São João do Meriti, que receberam verbas de R$ 15,8 milhões e R$ 12,9 milhões ano passado. Nova Friburgo, que também sofreu com fortes chuvas em 2011, recebeu R$ 2,9 milhões ano passado. Para a cidade de Petrópolis foram repassados R$ 41,2 mil. Do total, R$ 9,4 mil pelo programa “Resposta aos Desastres e Reconstrução” e R$ 31,8 mil pelo “Gestão de Risco e Resposta a Desastres”.

É oportuno ressaltar que os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), referem-se à localidade do beneficiário, ou seja, entidades públicas ou privadas, pessoas físicas ou jurídicas, com endereço na cidade e não necessariamente à prefeitura do município.

Os valores por unidade da federação desconsideram o montante gasto para o Cartão de Pagamento de Defesa Civil, que é repassado pela Caixa Econômica Federal e deixa o Distrito Federal com o recebimento de R$ 373,8 milhões no exercício passado. Contudo, o cartão atende a todas as localidades do país, por isso não pode ser contabilizado para apenas um estado ou região.

De maneira geral, os recursos federais previstos para as iniciativas de prevenção e resposta a desastres naturais não são efetivamente aplicados. Dos R$ 5,7 bilhões previstos para o ano passado, apenas R$ 2,1 bilhões foram pagos. O montante equivale a 36,8% do total.

Em Roma, onde participa da missa que abre o pontificado do papa Francisco, a presidente Dilma disse que não houve falha no sistema de prevenção instalado em 2011. No entanto, Dilma defendeu medidas “mais drásticas” para remoções em locais de risco. “O problema é que muitas vezes as pessoas não querem sair”, afirmou.



Dyelle Menezes
Contas Abertas

domingo, 17 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Brasília como ela é - por Carlos Brickman






Foto: Wilton Junior AE


Dilma, coitadinha, é refém desta política suja, dizem seus aliados; ou se submete a alianças estranhas, difíceis de compreender, e se junta a pessoas que sempre criticou, distribuindo-lhes cargos e verbas a mancheias, ou o país se torna ingovernável. Se a presidente é mesmo refém desta política suja, sofre hoje da Síndrome de Estocolmo, aquela que leva os reféns a amar e admirar seus algozes.

A presidente Dilma Rousseff está chamando Fernando Collor, senador pelo PTB de Alagoas, de “nosso senador” (e em público!), faz elogios ao senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, presidente do Senado, aquele que já teve de renunciar ao cargo para não ser cassado e voltou ao mesmo lugar contra a vontade de Dilma (que em outras épocas preferia vê-lo no Governo alagoano e não em Brasília, tão perto dela). Os dois, disse ela em entrevista às rádios alagoanas, são seus “aliados preferenciais” no Congresso.

Dilma também fez elogios ao senador alagoano Benedito de Lira, do PP de Paulo Maluf, outro político que antes repudiava e a quem hoje dedica manifestações de apreço. Mas a presidente deu menos destaque a Lira do que a Collor e Renan ─ talvez porque Lira não tenha ─ ainda ─ currículo tão destacado quanto o de seus companheiros alagoanos.

E que é que o PT de Dilma dizia de Fernando Collor enquanto ele não tinha virado “aliado preferencial”? Na palavra de Lula, gravada em vídeo, “lamentavelmente a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção fez com que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões de brasileiros por terra”.



Nota do Blog: Complemento o texto de Carlos Brickmann, com este vídeo esclarecedor:



sábado, 16 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Indignação Seletiva - por Ruy Fabiano



Linchamento moral, via redes sociais da internet, tornou-se já há algum tempo instrumento de ação política. Nas eleições, então, faz-se “o diabo”, como mencionou há dias, com a maior naturalidade, a presidente Dilma Roussef. Mas não apenas.

O vale-tudo não se prende a calendários: tornou-se rotina. E o grande protagonista, sem dúvida, é o PT, que dispõe da consultoria de especialistas para manter a militância mobilizada.

Coube ao partido criar um clima de comoção com a visita da blogueira cubana Yoani Sánchez, crítica dos irmãos Castro, que há mais de meio século governam Cuba.

Antes, a militância deflagrara campanha nacional pelo impeachment do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e agora faz o mesmo em relação ao deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Não vem ao caso examinar o mérito (ou a ausência de) de cada qual. O que importa, para efeito desta análise, é examinar a ambiguidade do partido, uma espécie de esquizofrenia política deliberada. Renan Calheiros não seria presidente do Senado sem o apoio ativo e entusiástico do PT.

Da mesma forma, Marco Feliciano não estaria na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara sem o consentimento (e o apoio) do mesmo PT. No primeiro caso, bem mais relevante, dada a importância do Senado para a governabilidade, Renan é parceiro dos petistas desde o governo Lula.

A presidente Dilma saudou sua eleição, que lhe garante algum conforto numa Casa legislativa que lhe tem imposto alguns revezes. Lula e José Dirceu pediram votos para Renan.

Não obstante, a militância, na internet, fiéis a ambos, entrou em cena, pedindo o impeachment, que, por razões óbvias, sensibilizou pessoas de boa fé, sem vínculo partidário, que nem de longe desconfiam que o propósito da campanha não é moral, mas político. Se Renan deixar o cargo, será sucedido pelo vice, o petista Jorge Viana. É disso que se trata.

O caso do pastor Feliciano, não é muito diferente: trata-se também de reciprocidade, pagamento de dívida eleitoral. Embora a militância do PT seja hostil às religiões – sobretudo às evangélicas, que se opõem à sua agenda comportamental -, elas são de grande valia em tempo de campanha eleitoral.

Marco Feliciano foi um dos muitos pastores assediados pelos articuladores da candidatura de Dilma Roussef em 2010, para que orientasse seus fiéis a votar no PT.

E ele cumpriu o combinado (quem quiser pode consultar suas palavras no Youtube, pedindo votos para Dilma). Já naquela época, ele se opunha ao casamento gay, ao aborto, extraía dízimos à revelia do Código Penal e sustentava sua bizarra teologia em relação à raça negra (da qual, inclusive, descende).

A dívida eleitoral está paga com sua eleição. A campanha por sua destituição é outra história e o PT se exime formalmente de qualquer responsabilidade, mas sabe que será beneficiário de seu afastamento, recuperando condições de ter de volta uma comissão que considera sua, de fato e de direito.

A vice de Feliciano, Antonia Lucia (PSC-AC), é também evangélica e seguidora do mesmo ideário. Se Feliciano cair, é improvável que consiga sucedê-lo.

Não há dúvida de que colocar alguém com o perfil de Feliciano numa Comissão de Direitos Humanos fere a lógica e o bom senso. Mas não é mais chocante que ver o deputado João Cunha (PT-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal, presidindo a Comissão de Constituição e Justiça, onde lhe faz companhia outro condenado do Mensalão, o deputado José Genoíno (PT-SP).

E o que dizer do deputado Tiririca na Comissão de Educação da Câmara? Nenhum deles, porém, corre o risco de se tornar alvo da militância petista nas redes sociais. A indignação é seletiva e a moralidade só entra em cena quando convém.



Ruy Fabiano é jornalista (via Blog do Noblat)
sexta-feira, 15 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Quando menos vale mais - por Nelson Motta



Como disse a presidente Dilma, com conhecimento de causa, para ganhar eleições faz-se o diabo. Como fez o presidente Geisel, em 1977, editando o "Pacote de abril" para ajudar a Arena a ganhar as eleições legislativas. Entre outras leis e decretos para assegurar a maioria no Congresso, dava mais cadeiras de deputados aos Estados menos populosos e mais pobres e atrasados, dominados pelo governismo e o coronelismo. Ganhou as eleições, mas até hoje o Brasil democrático perde com esse entulho autoritário.

O pretexto para o arbítrio era equilibrar as desigualdades regionais, como se mais deputados com menos votos pudessem dar mais ordem e progresso ao Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Sergipe, onde cada voto passou a valer no Congresso três vezes mais do que os de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, distorcendo a representatividade, a federação e o princípio democrático de "um cidadão, um voto".

O analista político Fernando Rodrigues contabilizou: em 2010, os 48 deputados eleitos por esses Estados privilegiados - que continuam entre os mais pobres e atrasados - tiveram, juntos, 1,8 milhão de votos. Já os 46 eleitos pelo Rio de Janeiro receberam 4,5 milhões de votos. Certos parágrafos valem por uma coluna inteira. Mas, além dos caciques regionais, como Sarney e Romero Jucá, quem defende a continuidade dessa partilha autoritária e casuística? Os partidos que hoje dominam esses grotões e não querem perder a vantagem que a ditadura lhes deu.

Todos concordam com a urgência de uma reforma eleitoral, mas ninguém fala nessa aberração, só em financiamento público, lista fechada, voto distrital, o que for mais vantajoso para o partido que propõe, e assim não se faz reforma alguma.

Mesmo na hora em que o pacto federativo é ameaçado pela guerra dos royalties do petróleo, pelos cortes de impostos que prejudicam os Estados, pelos critérios de distribuição dos fundos constitucionais aos entes federativos, ninguém quer discutir as distorções dos colégios eleitorais. É incrível, mas o "Pacote de abril" continua em vigor, como uma diabrura da ditadura para ganhar as eleições.


NELSON MOTTA - O Estado de S.Paulo


quarta-feira, 13 de março de 2013 | By: Vânia Santana

A Copa do Brasil Carinhoso, sem infraestrutura e superfaturado



O Brasil não tem infraestrutura para a Copa, foi a conclusão que chegaram mil especialistas da Trevisan Gestão do Esporte, uma empresa de ensino e consultoria. Após analisar Transportes, telecomunicações, hospedagem, segurança pública, aeroportos, portos e mão de obra para a Copa, os itens foram reprovados. A análise é feita trimestralmente, e na última avaliação realizada, houve queda na percepção dos especialistas.

A notas são de 1 a 5, e a média anterior, havia sido 2,2. Agora é de 2,1.
A melhor avaliação, ficou para os estádios (3,0) O restante dos itens de infra-estrutura, ficou assim: telecom (2,1), hospedagem (2,4), qualificação de mão de obra (2,4), segurança pública (1,7), transporte (1,6) e aeroportos e portos (1,6). Estes dados foram obtidos em matéria do Estadão.

Vou fazer um adendo, talvez um alerta pessoal, que alguns podem achar pessimista, mas com certeza, outros o acharão pertinente. Esqueceram de analisar o item Saúde Pública. Sim, pois sabemos de todas as tragédias que tem ocorrido no mundo, e aqui no Brasil, também,  com torcidas em estádios de futebol. Supondo que, houvesse algo parecido no Brasil, como houve no Egito, o que aconteceria? Sabemos o resultado pelo recente exemplo da boate em Santa Maria. Podemos imaginar qual a nota receberia a Saúde Pública.

A um ano da Copa, os mais informados saberão, como procedem as autoridades responsáveis pela realização de um evento deste porte. Porque é o mesmo procedimento que vemos delas em anos de eleição. Grandes obras a serem entregues, precisam estar prontas antes do fim dos mandatos. E vejam vocês, por acaso, a Copa 2014 ocorre juntamente com o ano de eleição presidencial.

E como o objetivo deste blog, é levar informação, por que somente ela tem o poder de fazer as pessoas acordarem, ainda que por muito resistam, encerro o texto com esta matéria do jornalista Luiz Carlos Prates, exibida no jornal do SBT, e bastante esclarecedora:





terça-feira, 12 de março de 2013 | By: Vânia Santana

MPF recorre da decisão que livrou Lula de improbidade



O procurador da República Hélio Ferreira Heringer Junior recorreu da decisão da Justiça Federal de Brasília que, em novembro passado, livrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de responder a uma ação de improbidade administrativa que o acusava de promoção pessoal e de benefício ao banco BMG, envolvido no escândalo do mensalão. A procuradoria vai insistir perante o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, na devolução de R$ 9,5 milhões de Lula e do ex-ministro da Previdência Amir Lando aos cofres públicos pelo envio de cartas a assegurados do INSS informando sobre a possibilidade de obter empréstimos consignados a juros reduzidos.

O envio das correspondências em setembro de 2004, no entender do Ministério Público Federal (MPF), favoreceu o BMG, único banco privado na ocasião que havia entrado no bilionário mercado de crédito consignado do País. O recurso foi apresentado pelo MPF no dia 22 de janeiro, mas somente nesta segunda-feira, dia 11 que constou, de acordo com o andamento processual, como pronto para decisão judicial.

Nas 15 páginas da apelação, Heringer Junior disse que nos casos de ressarcimento de dinheiro público decorrentes de atos de improbidade não há prescrição. Essa é uma manifestação contrária ao que decidiu o juiz Paulo Cesar Lopes para extinguir a ação sem apreciar sem mérito. Segundo o magistrado, já havia passado mais de cinco anos entre o ato dito ímprobo e o ajuizamento da ação - o que levaria à extinção de uma eventual punição determinada pelo Estado.

Segundo o procurador, o prazo prescricional para o ex-presidente Lula, por exemplo, só começou a contar a partir do dia 31 de dezembro de 2010, portanto um mês antes do ajuizamento da ação de improbidade. No caso de Amir Lando, o MP reconhece que o caso prescreveu quanto ao ato considerado ímprobo, mas ele ainda pode ter de devolver os recursos públicos decorrentes do envio supostamente irregular das correspondências.

O integrante do Ministério Público defendeu ainda que Lula, no caso do envio das cartas, pode, sim, ser processado por improbidade administrativa e não apenas por crime de responsabilidade, como havia decidido o magistrado. "Não se pode afirmar que, no caso dos autos, os apelados estivessem no exercício de natureza política, mas em autêntico exercício de atividade administrativa", afirmou o procurador.

Mensalão

Essa é a única ação contra Lula na Justiça que, indiretamente, o envolve ao escândalo do mensalão. Em outubro de 2012, dirigentes da instituição foram condenados pela Justiça Federal mineira de, assim como integrantes da cúpula do Banco Rural no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, terem concedido empréstimos fraudulentos ao PT e ao empresário Marcos Valério que abasteceram o esquema de pagamento de propina a parlamentares no primeiro mandato do governo Lula.


RICARDO BRITO - Agência Estado

O efeito bondade - por Celso Ming

As primeiras avaliações sobre o impacto da desoneração de impostos federais da cesta básica sobre a inflação estão prejudicadas. Não há segurança de que essa redução dos custos tributários será mesmo repassada para os preços. Na edição de domingo, esta coluna apresentou uma análise inicial. Há novas observações a fazer.

Até mesmo o atendimento do objetivo principal dessa nova bondade da presidente Dilma Rousseff pode ser contestado. O projeto da desoneração da cesta básica deveria entrar em vigor apenas a 1.º de maio, no contexto das festividades do Dia do Trabalho. Pretendia manter ou até melhorar o apoio popular à atual administração, portanto, mantinha no foco o calendário eleitoral de 2014.

O que precipitou a desoneração anunciada na sexta-feira para ter vigência imediata foi a disparada da inflação. Os números de fevereiro vieram altos demais e bastante disseminados. As projeções apontam para inflação anual da ordem de 6,6%, acima do teto da meta anual (de 6,5%), já incluída aí a margem de tolerância de 2 pontos porcentuais.

A presidente imaginou que a antecipação da desoneração poderia ajudar a conter a inflação, à medida que derrubaria em 0,6% ponto porcentual a inflação anual - conforme cálculos preliminares da área econômica.

Aparentemente a previsão de que houvesse essa queda de preços se baseou no precedente da redução e isenção de impostos federais a veículos e aparelhos domésticos, quando uma certa queda de preços de fato aconteceu. E, ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou os dirigentes de supermercados para assegurar que repassariam a isenção de impostos para os preços ao consumidor. O diabo é que o principal imposto pago pelos supermercados é o ICMS, cobrado pelos Estados.

Sobram dúvidas de que esse repasse acontecerá. Desta vez, o problema não é de falta de demanda nem de excesso de estoques. Ao contrário, a demanda está exacerbada - como o próprio Banco Central vem apontando.

A decisão não contribui para controlar a demanda. É, sim, mais um estímulo ao consumo. Desse ponto de vista, pode ser analisada como uma recaída da política econômica, que parecia entender que o fim das distorções da economia passou a depender mais do empurrão aos investimentos do que ao consumo.

Explicando melhor: caso consiga conter a escalada de preços, a renúncia fiscal (redução da arrecadação) injetará R$ 7,5 bilhões na veia do consumo. Assim, contribuirá para puxar ainda mais a demanda. Se não conseguir eficácia e o repasse não acontecer ou vier apenas em parte, contribuirá somente para reforço do caixa das empresas. Em outras palavras, a isenção de impostos à cesta básica pode se tornar irrelevante enquanto providência destinada a controlar a inflação. E, nessas condições, tende a não ser sentida pela população. Assim também poderá ter efeito limitado inclusive como medida eleitoral.

Sobra sem solução a questão de fundo, que é conter a demanda forte demais. Aparentemente, o quadro pouco mudou do ponto de vista do Banco Central, que terá de combater a inflação com o instrumento disponível: a política monetária. Se a isenção de impostos ajudar a segurar os preços, o aumento dos juros pode ser menor. Talvez seja esse o efeito esperado.


segunda-feira, 11 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Dilma e o engodo da redução da cesta básica




Dilma vetou em setembro, projeto do PSDB que isentava os produtos da cesta básica. Não tivesse feito isso, a inflação não estaria no nível que está, porque foi influenciada em grande parte pela alta da alimentação. Claro, que além de 'fazer o diabo' pra ganhar eleições, o governo petista também faz o diabo para não deixar de arrecadar impostos. Sob a desculpa de melhorar os ingredientes da cesta básica, para nutrir melhor seu povo, Dilma colocou na cesta, 16 produtos. Deles, 9 já estavam isentos de impostos. Nada como João Santana de marketeiro, para vender somente o lado bom da história, que nunca é história, sempre é um conto de fadas, como Dilma é Alice, no país das Maravilhas. 

PS: nada como governar num país, onde a única atitude que a oposição toma é mandar nota a imprensa e publicá-la na internet. Tenho certeza que vai alcançar todos os brasileiros que assistiram o pronunciamento de Dilma pela TV. Não acham? 


Não desanimem, vocês não vão ver o vídeo do Implicante em rede nacional, mas como sempre, é ótimo:



A morte do caudilho - por Marcos Vargas Llosa



O comandante Hugo Chávez Frías pertencia à robusta tradição dos caudilhos que, embora mais presentes na América Latina que em outras partes, não deixaram de se assomar a toda parte, até em democracias avançadas, como a França. Ela revela aquele medo da liberdade que é uma herança do mundo primitivo, anterior à democracia e ao indivíduo, quando o homem ainda era massa e preferia que um semideus, ao qual cedia sua capacidade de iniciativa e seu livre-arbítrio, tomasse todas as decisões importantes de sua vida.

Cruzamento de super-homem e bufão, o caudilho faz e desfaz a seu bel prazer, inspirado por Deus ou por uma ideologia na qual, quase sempre, se confundem o socialismo e o fascismo ─ duas formas de estatismo e coletivismo ─ e se comunica diretamente com seu povo mediante a demagogia, a retórica, a espetáculos multitudinários e passionais de cunho mágico-religioso.

Sua popularidade costuma ser enorme, irracional, mas também efêmera, e o balanço de sua gestão, infalivelmente catastrófico. Não devemos nos impressionar em demasia pelas multidões chorosas que velam os restos de Hugo Chávez. São as mesmas que estremeciam de dor e desamparo pela morte de Perón, de Franco, de Stalin, de Trujillo e as que, amanhã, acompanharão Fidel Castro ao sepulcro.

Os caudilhos não deixam herdeiros e o que ocorrerá a partir de agora na Venezuela é totalmente incerto. Ninguém, entre as pessoas de seu entorno, e certamente em nenhum caso Nicolás Maduro, o discreto apparatchik a quem designou seu sucessor, está em condições de aglutinar e manter unida essa coalizão de facções, de indivíduos e de interesses constituídos que representa o chavismo, nem de manter o entusiasmo e a fé que o defunto comandante despertava com sua torrencial energia nas massas da Venezuela.

Uma coisa é certa: esse híbrido ideológico que Hugo Chávez urdiu chamado revolução bolivariana ou socialismo do século 21, já começou a se decompor e desaparecerá, mais cedo ou mais tarde, derrotado pela realidade concreta: a de uma Venezuela, o país potencialmente mais rico do mundo, ao qual as políticas do caudilho deixaram empobrecido, dividido e conflagrado, com a inflação, a criminalidade e a corrupção mais altas do continente, um déficit fiscal que beira a 18% do PIB e as instituições ─ as empresas públicas, a Justiça, a imprensa, o poder eleitoral, as Forças Armadas ─ semidestruídas pelo autoritarismo, a intimidação e a submissão.

Além disso, a morte de Chávez coloca um ponto de interrogação na política de intervencionismo no restante do continente latino-americano que, num sonho megalomaníaco característico dos caudilhos, o comandante defunto se propunha a tornar socialista e bolivariano a golpes de talão de cheques. Persistirá esse fantástico dispêndio dos petrodólares venezuelanos que fizeram Cuba sobreviver com os 100 mil barris diários que Chávez praticamente presenteava a seu mentor e ídolo Fidel Castro? E os subsídios e as compras de dívida de 19 países, aí incluídos seus vassalos ideológicos como o boliviano Evo Morales, o nicaraguense Daniel Ortega, as Farc colombianas e os inúmeros partidos, grupos e grupelhos que por toda a América Latina lutam para impor a revolução marxista?

O povo venezuelano parecia aceitar esse fantástico desperdício contagiado pelo otimismo de seu caudilho, mas duvido que o mais fanático dos chavistas acredite agora que Maduro possa vir a ser o próximo Simon Bolívar. Esse sonho e seus subprodutos, como a Aliança Bolivariana para as América (Alba), integrada por Bolívia, Cuba, Equador, Dominica, Nicarágua, San Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda, sob a direção da Venezuela, já são cadáveres insepultos.

Nos 14 anos que Chávez governou a Venezuela, o preço do barril de petróleo ficou sete vezes mais caro, o que fez desse país, potencialmente, um dos mais prósperos do planeta. No entanto, a redução da pobreza nesse período foi menor que a verificada, por exemplo, no Chile e no Peru no mesmo período. Enquanto isso, a expropriação e a nacionalização de mais de um milhar de empresas privadas, entre elas 3,5 milhões de hectares de fazendas agrícolas e pecuárias, não fez desaparecer os odiados ricos, mas criou, mediante o privilégio e o tráfico, uma verdadeira legião de novos ricos improdutivos que, em vez de fazer progredir o país, contribuiu para afundá-lo no mercantilismo, no rentismo e em todas as demais formas degradadas do capitalismo de Estado.

Chávez não estatizou toda a economia, como Cuba, e nunca fechou inteiramente todos os espaços para a dissidência e a crítica, embora sua política repressiva contra a imprensa independente e os opositores os reduziu a sua expressão mínima. Seu prontuário no que respeita aos atropelos contra os direitos humanos é enorme, como recordou, por ocasião de seu falecimento, uma organização tão objetiva e respeitável como a Human Rights Watch.

É verdade que ele realizou várias consultas eleitorais e, ao menos em algumas delas, como a última, venceu limpamente, se a lisura de uma eleição se mede apenas pelo respeito aos votos depositados e não se leva em conta o contexto político e social no qual ela se realiza, e na qual a desproporção de meios à disposição do governo e da oposição era tal que ela já entrava na disputa com uma desvantagem descomunal.

No entanto, em última instância, o fato de haver na Venezuela uma oposição ao chavismo que na eleição do ano passado obteve quase 6,5 milhões de votos é algo que se deve, mais do que à tolerância de Chávez, à galhardia e à convicção de tantos venezuelanos que nunca se deixaram intimidar pela coerção e as pressões do regime e, nesses 14 anos, mantiveram viva a lucidez e a vocação democrática, sem se deixar arrebatar pela paixão gregária e pela abdicação do espírito crítico que o caudilhismo fomenta.

Não sem tropeços, essa oposição, na qual estão representadas todas as variantes ideológicas da Venezuela está unida. E tem agora uma oportunidade extraordinária para convencer o povo venezuelano de que a verdadeira saída para os enormes problemas que ele enfrenta não é perseverar no erro populista e revolucionário que Chávez encarnava, mas a opção democrática, isto é, o único sistema capaz de conciliar a liberdade, a legalidade e o progresso, criando oportunidades para todos em um regime de coexistência e de paz.

Nem Chávez nem caudilho algum são possíveis sem um clima de ceticismo e de desgosto com a democracia como o que chegou a viver a Venezuela quando, em 4 de fevereiro de 1992, o comandante Chávez tentou o golpe de Estado contra o governo de Carlos Andrés Pérez. O golpe foi derrotado por um Exército constitucionalista que enviou Chávez ao cárcere do qual, dois anos depois, num gesto irresponsável que custaria caríssimo a seu povo, o presidente Rafael Caldera o tirou anistiando-o.

Essa democracia imperfeita, perdulária e bastante corrompida, havia frustrado profundamente os venezuelanos que, por isso, abriram seu coração aos cantos de sereia do militar golpista, algo que ocorreu, por desgraça, muitas vezes na América Latina.

Quando o impacto emocional de sua morte se atenuar, a grande tarefa da aliança opositora presidida por Henrique Capriles será persuadir esse povo de que a democracia futura da Venezuela terá se livrado dessas taras que a arruinaram e terá aproveitado a lição para depurar-se dos tráficos mercantilistas, do rentismo, dos privilégios e desperdícios que a debilitaram e tornaram tão impopular.

A democracia do futuro acabará com os abusos de poder, restabelecendo a legalidade, restaurando a independência do Judiciário que o chavismo aniquilou, acabando com essa burocracia política mastodôntica que levou à ruína as empresas públicas. Com isso, se produzirá um clima estimulante para a criação de riqueza no qual empresários possam trabalhar e investidores, investir, de modo que regressem à Venezuela os capitais que fugiram e a liberdade volte a ser a senha e contrassenha da vida política, social e cultural do país do qual há dois séculos saíram tantos milhares de homens para derramar seu sangue pela independência da América Latina.


MARIO VARGAS LLOSA - Estadão
TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
domingo, 10 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Ministros demitidos estão de volta da 'faxina ética' de Dilma



Um ano e meio depois da faxina promovida pela presidente Dilma Rousseff no primeiro escalão do governo, em resposta à crise ética gerada pelas suspeitas de irregularidades em vários ministérios, dois dos sete ministros que caíram estão sendo reabilitados pelo Palácio do Planalto: os presidentes do PR, senador Alfredo Nascimento, e do PDT, Carlos Lupi. Eles foram chamados pela presidente para discutir a prometida reforma ministerial, que será feita para garantir o apoio de todos os partidos da coalizão governista à reeleição, ano que vem.

Dos processos abertos contra os ministros que deixaram o governo em 2011, acusados de irregularidades, poucos andaram. Afora censuras e advertências sem efeito prático na vida pública dos acusados, não houve punições. Alguns inquéritos se arrastam na Justiça.

Além de Nascimento e Lupi, perderam o cargo sob suspeita ao longo de 2011 os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Esporte), Pedro Novais (Turismo) e Mário Negromonte (Cidades). Todos voltaram à vida política ou empresarial. Como Palocci, que retomou com força sua atividade de consultor — motivo da demissão —, assumindo recentemente um trabalho para o grupo CAOA, que controla a Hyundai no Brasil.

Mas o ex-todo poderoso ministro do governo petista não tem mantido atuação político-partidária. Deputados petistas, inclusive os paulistas, afirmam que nunca mais falaram com Palocci. Ele tem se mantido tão distante da política que sequer apareceu para votar na eleição de Ribeirão Preto, no ano passado.

Outro que também está sumido da política é o peemedebista Wagner Rossi, que optou por uma discreta passagem na convenção nacional do PMDB que reelegeu Michel Temer, no fim de semana passado. Na Câmara, Negromonte e Novais mergulharam no ostracismo e se escondem na multidão de 513 parlamentares. Orlando Silva continua na política, como vereador em São Paulo pelo PCdoB. Quem conseguiu se recolocar na órbita de Dilma deve essa retomada ao poder que exerce em seus partidos.

— Acho que a presidente sentiu saudade de mim. O partido teve muita resistência à forma como foi conduzida (a minha sucessão), se sentiu desprestigiado. Agora voltamos a conversar. A presidente está mais solta, mais destravada, mais politizada — contou Alfredo Nascimento, que já esteve com Dilma três vezes este ano.

— A presidente quer uma aproximação maior da bancada do PDT, falou da nossa história comum — confirma Lupi, que responde ação civil pública por improbidade administrativa por ter pego carona no avião de um empresário com negócios no ministério. — Daquilo tudo, o que ficou foi o “eu te amo Dilma”. Muitos me encontram na rua e gritam “eu também te amo”.

Contra Negromonte e Orlando Silva investigações da Comissão de Ética foram arquivadas por falta de provas.

— Eu me sinto injustiçado porque sei que não há nada contra mim — disse Orlando

— Mantenho minha atuação como parlamentar, mas estou desencantado. Vasculharam tudo, fizeram papel de FBI e não encontraram nada — disse Negromonte.


CATARINA ALENCASTRO E ISABEL BRAGA - O Globo

sábado, 9 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Hugo Chávez, já houve embalsamamento ou tanatopraxia?



Apesar do anúncio feito pelo presidente interino da Venezuela, Nicolas Maduro, sobre embalsamar o corpo de Hugo Chávez, dificilmente é possível que seu corpo já não tenha passado pelo  processo de embalsamamento ou tanatopraxia.

Depois de 24 horas, o sangue coagula, o que torna muito difícil injetar o líquido usado para este processo (formol), pois o mesmo precisa passar pelas artérias. Após 36 horas, o corpo entra em estado de decomposição. O embalsamamento deve ocorrer até no máximo 12 horas após a morte de uma pessoa, e leva de 6 a 12 horas o processo.
A morte de Chávez foi anunciada como ocorrida às 16:25h de Caracas (17:55h no fuso do Brasil), na terça feira, 05 de março. Chávez passou por um tratamento de câncer terminal, quimioterapia, por cirurgia, soro, infecção pulmonar, e seu “corpo” seguiu em cortejo em caixão, exposto sob o calor, em Caracas. Sob estas condições, e passado este tempo, se houver possibilidade de embalsamamento, o processo em Chávez levaria semanas para ser concluído.
Tenho pra mim, que o caixão exposto no cortejo não tinha o corpo de Chavez, que poderia estar sendo preparado para o velório (embalsamamento). Isto levando em consideração, que sua morte já não houvesse ocorrido em Cuba. Tive a informação de um venezuelano, que Chávez nunca esteve no Hospital de Base, e que sua família também não estava em Caracas. Enfim, talvez a verdade fique ainda oculta, mas sabemos que a mentira não dura para sempre.

Existem determinações legais que obrigam o embalsamamento ou tanatopraxia para traslados de corpos, além dos velórios prolongados.
Personagens como a princesa Diana, o presidente dos EUA, Abraham Lincoln, Evita Perón, Papas (Papa João Paulo II passou pelo processo de Tanatopraxia), foram embalsamados. Aqui no Brasil, Celso Daniel,  Ruth Cardoso, Paulo Autran, Nair Bello, José de Alencar, Antonio Carlos Magalhães e Oscar Niemeyer também passaram pelo embalsamamento, antes de serem enterrados ou cremados.
No caso de líderes comunistas embalsamados e expostos em urnas de vidro pela eternidade, a “embalagem à vácuo” das urnas impede a proliferação de fungos e bactérias, que deteriorariam os corpos.
Também é necessário o tratamento nas almofadas das urnas mortuárias.

Conheça a diferença entre embalsamamento e tanatopraxia:
Embalsamar é a arte de preservar um corpo por um longo período para velórios com mais de 24 horas de duração. Embalsamamento é o nome dado ao tratamento de um corpo morto para esterilizá-lo ou protegê-lo da decomposição. Sua técnica, originada dos egípcios, utiliza a retirada de órgãos e a inserção de fluídos embalsamadores. Atualmente, a retirada dos órgãos não é mais permitida, devido a processos judiciais sobre a morte. Neste caso, os órgãos são colocados em formol, e depois reinseridos ao local. O embalsamamento é obrigatório para viagens aéreas nacionais e internacionais. Para realizar o traslado, é necessário apresentar o termo de embalsamamento. Para o Consulado Holandês e Italiano, é também obrigatório a apresentação de atestado de doença não infecto-contagiosa.

A Tanatopraxia, nada mais é do que a denominação empregada para a técnica de preparação de corpos humanos, vitimados das mais variadas formas de óbito. Corresponde à aplicação de produtos químicos em corpos falecidos, visando a sua desinfecção e o retardamento do processo biológico de decomposição, permitindo a apresentação dos mesmos em melhores condições para o velório. Diferente do embalsamamento, essa técnica não utiliza formol ou realiza a retirada de qualquer órgão.
Seu princípio está na aplicação de um líquido conservante e desinfetante, que devolve a aparência natural do corpo, evitando extravasamento de líquidos, inchaço e garantindo um aspecto semelhante ao que apresentava em vida. Tem por objetivo, ainda, evitar a propagação de moléstias contagiosas e doenças para a comunidade, visto que com essa preparação o corpo recebe um tratamento especial com substâncias germicidas.

As diferenças fundamentais existentes entre Embalsamamento e Tanatopraxia são de: (1) ausência de evisceração (as vísceras são mantidas nas próprias cavidades), (2) metodologia (utilização de equipamentos modernos apropriados para injeção e aspiração) e (3) diferentes produtos químicos (testados cientificamente) empregados neste último processo.

Através da tanatopraxia, é possível realizar a restauração facial e do corpo em caso de acidente; permitir que a família possa permanecer mais tempo no velório; ou mesmo para que o corpo possa ser transportado a grandes distâncias para o enterro, bem como para cumprir com as determinações legais para o traslado.
O importante benefício social com a aplicação desta metodologia pode ser observado entre os tempos onde não se praticava a tanatopraxia e os dias de hoje. Na grande maioria das vezes, pode-se atender às necessidades dos familiares, como a preservação por um tempo mais prolongado de velório, em condições ambientais normais, sem a necessidade de um sistema de refrigeração.

O tempo mínimo para a preparação de um corpo com “causas mortis” natural varia de 60 a 90 minutos, dependendo de fatores intrínsecos e extrínsecos que acometeram o corpo, ou seja: aonde, como e quando aconteceu o óbito. Estas e outras variáveis existentes determinam o tempo de preparação, que pode se estender a aproximadamente 4 (quatro) horas para o completo processo de preservação corporal.

Níveis de Tanatopraxia:

Nível 1: recomendada para corpos que serão velados por até 12 horas;
Nível 2: recomendada para corpos que serão velados por até 24 horas e traslados intermunicipais;
Nível 3: recomendada para corpos necropsiados (IML) e para traslados interestaduais.
sexta-feira, 8 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Foro de São Paulo - A aliança anti-democracia



Como já observou Sertillanges, “a vida moral é uma arquitetura cujos materiais são os acontecimentos cotidianos. Com os mesmos materiais, pode-se construir uma choça, uma taverna ou um templo”.
Li de Diógenes, um filosofo grego, a seguinte sentença: “Em todas as coisas, considera o fim”.

Quando aplicamos isto na política, pode-se observar que é o passado e a soma das atitudes ao longo de uma carreira construída,  que nos dá a base para o julgamento dos resultados, a qual finalidade se encaminhou. Temos vários exemplos na história, de líderes políticos, carismáticos ou não, que tomaram várias atitudes durante toda sua vida, visando chegar ao seu objetivo. Alguns progrediram até uma altura incomensurável, outros regrediram até uma baixeza inominável.

Mas por que comecei este texto, falando sobre isso? Porque hoje quero apresentar para vocês, uma compilação (é longa, mas esclarecedora) que fiz em pesquisa para entender os objetivos dos chamados governos populistas e socialistas de esquerda. Claro que os personagens deste texto serão Chávez, Fidel, Lula e Dilma, principais e atuais precursores e adeptos defensores do socialismo na América Latina.

É importante, primeiramente, que saibam: existe um encontro de representantes de partidos políticos e de organizações não governamentais de esquerda da América Latina e Caribe. Este encontro chama-se Foro de São Paulo. O Forum foi criado em 1990 pelo Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, onde a reunião se realizou pela primeira vez. Desde então, o FSP tem acontecido a cada um ou dois anos, em diferentes cidades dos países participantes. São eles: Argentina, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Nicarágua, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Em vermelho na imagem abaixo:



A ideia do Foro de São Paulo surgiu em julho de 1990, durante uma visita feita por Fidel Castro a Lula, ex-presidente do Brasil em São Bernardo do Campo. Foi formalizada quando 48 organizações, partidos e frentes de esquerda da América Latina e do Caribe, atendendo a convite do Partido dos Trabalhadores, reuniram-se na cidade de São Paulo visando debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim (1989). Com objetivo também de elaborar estratégias para fazer face ao embargo dos Estados Unidos a Cuba e unir as forças de esquerda latino-americanas no debate das consequências da adoção de políticas supostamente neoliberais pela maioria dos governos latino-americanos da época.
Fazem parte do Foro de São Paulo, além de organizações, como as FARC, os Partidos Comunistas e Socialistas de todos os países citados, e no Brasil, o PT, o PCdoB, o PDT, o PSB, e o PCB.

A imprensa brasileira, se cala sobre a existência do Foro. Mas enquanto não censuram a internet de vez, veja o vídeo:



E para os críticos da revista Veja, que dirão que o vídeo acima é montagem da revista golpista, podem ver este:





Uma vez, Boris Casoy, em entrevista a Lula, perguntou a ele: “Fala-se sobre uma aliança, um eixo, sobre Chávez, Fidel e Lula. É verdade isso?” Lula negou, (claro, e falou que era piada) e o ‘aconselhou’ a não repetir isso no vídeo. Boris Casoy foi demitido da Record, logo em seguida. Veja isso, e mais:





Agora, o mais assustador, e que talvez o mais esclarecedor, de tudo que encontrei, (no blog Nota Latina) foi esta ‘suposta’ carta, de Fidel a Chávez, que a transcrevo abaixo com tradução de G.Salgueiro, e que foi lida em um programa de rádio de Caracas, ouça clicando aqui: RCTV.

Na carta, Fidel ensina a Chávez como conduzir o processo revolucionário, em 3 etapas:

Primeira Etapa
“Os pobres são maioria e têm pouca memória. Injeta-lhes esperança e acusa o passado, à Democracia de todos os seus males. Mantém-te em linha permanente com teu povo. Identifica-te com eles. Teu verbo tem de ser simples; isso lhes chega muito bem, pois tens o tempero que faz falta. Emociona-os, leva-os em consideração. Aprende a manipular a ignorância. O verbo deve ser inflamado, de autoridade e poder; não te preocupes com os ricos e a classe média, [pois] não são mais que 80% de pobres o que tu necessitas. Os ricos saem correndo se lhes fazes "Buu!!!"
Os católicos adoram menções da Bíblia ou de Cristo. Os católicos, em que pese ser a grande maioria na Venezuela, não fazem nada. Rezar, sem ações, não vão chegar a parte alguma; são uns bobalhões. Enquanto a igreja está adormecida, aproveita. Quando decidirem mover-se, já estarás instalado. Lembra que a igreja é “escorregadia”. Segue fustigando. Os católicos sem liderança não são ninguém. Nenhum padreco vai reagir. Há dois ou três que querem rebelar-se, porém seus superiores os encurralam. Se vês um sacerdote católico alvoroçado, compra-o, chama-o, ganha-o para ti; se o povo cristão se te rebela, esse será teu último dia... porém, dificilmente esse dia virá. Os judeus na Venezuela não contam, os Evangélicos são uns pobres coitados e as demais religiões para que nomeá-las? Cita o Cristo, sempre, fala em seu nome, lembra que isto a mim me deu excelentes resultados.
Inclui bandeiras e Simón Bolívar quando possas. Gera um novo nacionalismo. Desperta o ódio, divide os venezuelanos. Esta etapa te dará bons dividendos... Se eliminarão uns aos outros, a violência te ajudará também a instalar-te mais tarde à força. Entretanto, fale-lhes de Democracia. Tens dinheiro, compra a fidelidade enquanto cumpres os teus objetivos. Quando consegues o que queres se se opõem ou te aconselham, despreza-os. Envia-os a embaixadas, dá-lhes dinheiro para que se calem ou tira-os do país para que a imprensa não os utilize. Os que se oponham “planta-lhes” delitos; isso desqualifica para sempre. Por todos os meios mantém maioria na Assembléia. Mantém a teu lado no mínimo a Procuradoria e o Tribunal. Compre todos os militares com comando de tropa e equipamentos. Põe-os onde há bastante dinheiro. Compra banqueiros. Grandes comerciantes e construtores. Dá-lhes contratos, trabalhos e facilidades para esta primeira etapa.
Segunda Etapa
Para a segunda etapa tens que haver formado Comitês de Defesa sa Revolução que os podes chamar de “Bolivarianos”. Faz trabalho comunitário com eles para que te defendam agradecidos. Paga-lhes para que sigam teus alinhamentos (marchas, concentrações). Dos comitês seleciona os mais agressivos para uma força de choque armada que podem necessitar se a coisa se põe difícil. Controla a Polícia, destrói-a. Ponha-na à tua disposição. Na segunda etapa tens que aprofundar a visão da Revolução. Deve-se mencionar muito a palavra revolução. Isto emociona os pobres.
Aqui tens que fraturar as uniões de trabalhadores e de empresários que podem fazer oposição. Aqui temos que conseguir com que os trabalhadores estejam filiados a uma central paralela. Com dinheiro se consegue. Do mesmo modo, tens que armar uma central de empresários paralela. Ataca os empresários. Acusa-os de famintos, fascistas e particularmente acusa-os de golpistas; faz-te de fraco.
A mente dos homens se situa no mais fraco e na injustiça. Se não o podes comprá-los, fecha os meios de comunicação radial, impressos e televisoras. Tua empresa de petróleo é quem te produz o dinheiro do projeto. Põe uma Junta Diretora Revolucionária. Demite os técnicos e acaba com essa chamada meritocracia.
Terceira Etapa
Se tens tudo nesta etapa podes seguir para a terceira. Na terceira etapa podes violar a Constituição porque ninguém vai te impedir. Ordena invasões. Distribui armas, drogas e dinheiro. Acusa-os de espiões e corruptos. Desprestigia-os. Prende muitos jornalistas, empresários, líderes trabalhistas. Os demais escaparão do país ou serão punidos.
Reestrutura o Gabinete. Aqui podes desfazer-te de teus colaboradores. A alguns podes premiá-los e outros desprezá-los pois já não há oposição. Tens que pôr camaradas. Estabelece o chamado constitucionalmente. Estado de Exceção; Suspende garantias. Lança o toque de recolher. Apura-te, olha se o povo te está achando excelente. Fecha todos os meios de comunicação. Destrói Prefeitos e Governadores da oposição.
Anuncia a reestruturação de todas as áreas do Estado e a elaboração de uma nova Constituição. Forma um Conselho de Governo com 500 membros. No Conselho Assessor do Governo estarei eu. Há que fuzilar os opositores que não aprendem. Isso é a única coisa que os silencia e é mais econômico.
Nunca deixes que se organizem, nem deixes que conheçam tuas intenções. Seremos respeitados novamente com o Marxismo-Leninismo. Brasil, Equador, Venezuela e Cuba a passos indestrutíveis. Se vejo que não tens colhões, recolho todo o meu pessoal; podem me matar os militares, quando se te ergam, se não me fazes caso. Que estás esperando, Hugo?”


Percebem alguma semelhança?


Neste vídeo você pode ver os discursos de Lula e Dilma, no Foro de São Paulo. E como ele diz tudo, termino o texto por aqui, e que os leitores tirem suas conclusões.






quinta-feira, 7 de março de 2013 | By: Vânia Santana

Dilma e PT, o milagre dos manipuladores da ilusão



O Brasil já se encontra em campanha eleitoral 2014, plena, explícita e obviamente inconstitucional, em pleno início do ano de 2013, quando sequer foram cumpridas promessas de campanha anteriores. Enquanto os críticos do governo, são chamados pela presidente de “manipuladores do pessimismo”, o partido governista continua arduamente a tarefa de “manipuladores da ilusão”, onde discursar sobre o fim da miséria, colocando inclusive data para isso, certamente garante que ela deixará de existir.
O passado, mesmo que recente, certamente não influencia no governo petista, cuja visão, parece ser focada apenas nos anos pares de eleições. Esquecem as próprias dívidas assumidas em campanha, tanto na era Lula, como por exemplo, a Transposição do São Francisco ( que segundo ele, seria entregue em 2012, e agora adiadas para 2015), como outras promessas da era Dilma, como aquela de entregar 6000 creches e dois anos depois, ter entregue somente 6 delas até dezembro de 2012.

Quiséramos ver os governantes “fazer o diabo” para cumprir seu mandato e suas promessas, e não “fazer o diabo” para vencer eleições. (Sim, Dilma disse que 'faz o diabo' nas eleições)

Dilma se aprimora cada vez mais, em suas ‘pérolas’. Ontem foi a vez desta aqui:

"Todo mundo acha que o Bolsa Família a gente faz na canetada. O Bolsa Família precisou de arte e engenho. Precisou de vontade política.
Só uma experiência de dez anos permitiu que a gente olhasse e visse que dava para tirar (brasileiros da miséria), porque tínhamos um cadastro adequado, um cartão. Não é milagre, não é malabarismo, nem estatística. Nós colocamos hoje todos os 36 milhões de brasileiros do cadastro do Bolsa Família acima da linha da miséria".

Na semana passada, Dilma disse que foi o governo petista que criou o Cadastro Único.

Não há constrangimento algum, em distorcer a percepção do eleitorado, mas tenho pra mim, que Dilma sabe, tão bem quanto Lula, que se não houvesse a estrutura monetária realizada no governo anterior, mesmo tendo sido o PT contra ela, não haveria sequer dinheiro para o programa Bolsa Família.

Sem entrar no mérito da questão, dos que aprovam ou não o programa, vamos aos fatos, e os fatos mostram a impostura da presidente Dilma, que desapropria os méritos anteriores.


Fato 1 – O que Lula dizia sobre o Bolsa Família:




Os fatos seguintes estão documentados. Clique sobre os grifos (em laranja) para ver a íntegra, e sobre as imagens para aumentá-las:


Fato 2-  Decreto 3769 –08 de Março de 2001 – Projeto Alvorada – Estabelece diretrizes de execução de projetos voltados para a área social





Fato 3 – Lei 10.219 – 11 de Abril de 2001 – Cria o Programa Nacional de Renda Mínima Vinculada a Educação “Bolsa Escola”




Fato 4 – Lei complementar 111 – 06 de julho de 2001 – Dispõe sobre o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza


Fato 5 – Medida Provisória 2.206-1 – 06 de Setembro de 2001 – Cria o Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”





Fato 6 – Rede de Proteção SocialA Rede de Proteção Social buscou proporcionar uma melhor redistribuição da renda, a partir de uma atenção maior às pessoas mais carentes e às suas desigualdades no escopo de retirá-las da exclusão. Doze programas integram a Rede:



Fato 07 – Cartão Cidadão - Para ter acesso aos benefícios dos programas criou-se, durante o governo de FHC, o Cartão Cidadão, uma espécie de RG, obtido a partir do cadastro do cidadão a ser beneficiado, junto à prefeitura de seu município, conforme este atenda aos requisitos de cada programa. Posteriormente,  o Cartão Cidadão passou a ser denominado por Cadastro Único.
A liberação do benefício não era discricionária, mas sim vinculada aos requisitos de cada programa em específico.
Os pagamentos são feitos até hoje pela CEF, por intermédio do cartão, que funciona como um cartão de débito comum, e a transparência das transações é condição imperativa.




Para encerrar o texto, este vídeo de entrevista à FHC, é um resumo e bastante esclarecedor, e não deixa de dar os créditos a quem merece:




Seria bom se Dilma também tivesse vontade política para cumprir suas promessas de campanha, ao invés de fazer campanha antecipada, com conquistas alheias e com dinheiro público. E se quer ter algum mérito sobre o Bolsa Família, que tal começar a ampliar o programa, vinculando-o (e fiscalizando-o) sobre cursos de capacitação profissional aos adultos, para que realmente possamos comemorar o fim da miséria, de verdade, com a inclusão destas pessoas na atividade econômica do país? Comemorar o fim da miséria Dilma, é constatar a diminuição dos cadastrados no programa, e não o aumento da distribuição do benefício.