sexta-feira, 24 de outubro de 2014 | By: Vânia Santana

Ilusão coletiva - por Heleny Galati



São aqueles que acreditam nas 'facilidades', aqueles que preferem nivelar o mundo por baixo, aqueles que acreditam em conspirações, aqueles que guardam do passado frustrações de todos os tipos, aqueles que acreditam em 'tomar' ao invés de merecer, aqueles que justificam seus erros através de outros, aqueles que se iludem com promessas de vida mais fácil, aqueles que não enxergam que a igualdade é apenas para quem está embaixo, enquanto os que governam nunca serão iguais.
Enfim, a cegueira comandada pelo ódio ao que tem mais - mesmo que seja por esforço pessoal, o hábito de que os direitos é o que importa, a triste verdade de termos nos tornado dependentes de esmolas que nos controla, foi, é e sempre será tudo isso que nos levará a lugar nenhum, rodando em torno do rabo e pensando que igualdade é ter o mesmo carro, ir ao mesmo restaurante, ter a mesma marca de roupa ao invés de ter a mesma educação de qualidade, a mesma saúde eficiente e gratuita e a segurança de andar nas ruas sem medo.

Determinados locais nesse globo - são mais que um, muitos mais - vivem de um tipo de ilusão coletiva, fomentada pela estatística, tão manipulada e verdadeira quanto o curriculum de alguns poderosos que os governam. Existe muito mais que números, que urnas, que mídia. Exite a capacidade individual de pensar, de observar e concluir. O governo de um país não pode ser um caso de paixão, mas um caso de racionalidade e escolha adequada.

Pergunto a um homem, se ele permitiria a um qualquer, sem qualificações que não fosse a fala decorada que agrada ao ouvido, tomar conta de seu negócio. "Não", é a resposta, como 'não' é a resposta para um professor, engenheiro, médico, mas nunca é 'não' para alguém que vai representar os desejos de centenas de milhões de pessoas, por quê?

Identificação? Ódio por quem é capaz de falar melhor, que estudou mais? Qual é a real moral que qualquer um tem - do passado ou do presente - para representar pessoas que trabalham, empenham-se em ser melhores e cumprem a lei? Não há.

Estamos num vácuo, de lideranças, de inteligência, de moralidade - no que se refere ao bem público, comum. Estamos num momento em que, em todo mundo, os que nunca conseguiram dar o próximo passo, querem agora arrastar a todos que, aparentemente, são os responsáveis para o mesmo poço escuro.

A história anda ensinou, talvez porque muitos nunca a estudaram sem a paixão do torcedor. Talvez por que muitos nunca saíram de seus casulos e viram a realidade que cada experimentação trouxe.

Não é possível acreditar nas pessoas apaixonadas que mentem, especialmente para elas mesmas. Não é possível compactuar com a cegueira, com a covardia e, acima de tudo, com a manipulação da verdade com objetivos nobres. A nobreza desses mesmos objetivos fica comprometida. Não é aceitável manipular a fraqueza de muitos, para compactuar com a ganancia de alguns.

Não se vê saída. Não se vê liderança. Tudo se resume em gritos, mentiras, covardes manipulações. Seria o fim? Seria o começo da escravidão definitiva? O que seria?


Heleny Galati

*Heleny Galati é paulista, empresária e escritora. Pós graduada em Administração de Empresas e Ciência de Computação. Autora dos romances "Asif - Perdão" "Asif - Superação" e Luzes da Turquia.
site: www.helenygalati.net 

twitter @helenig

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