domingo, 23 de junho de 2013 | By: Vânia Santana

Não satisfeita com hospitais públicos, Fifa será atendida pela rede particular



Entidade acredita que rede pública não oferece um serviço minimamente decente
Jiri Dvorak, diretor médico da Fifa

A Fifa e os manifestantes que tomaram as ruas brasileiras tem pelo menos um ponto em comum: ambos concordam que os hospitais públicos brasileiros não oferecem um serviço minimamente decente. Ao contrário do que ocorreu na África do Sul, quando a entidade credenciou algumas unidades públicas de saúde para atender seus membros e investiu neles, no Brasil a Fifa será atendida pela rede particular.

Caso um jogador, cartola, repórter estrangeiro ou membro da entidade sofra algum problema de saúde, será levado para um desses hospitais credenciados. Todos, salvo no caso de Porto Alegre, são clínicas privadas.

"Essa é uma definição da Fifa escolher em qual rede quer ter seu atendimento. O governo brasileiro tem se preparado para melhorar toda sua rede, estamos no processo de preparação na rede pública. Estamos investindo pesadamente", comentou Derborah Malta, diretora de promoção da saúde do Ministério da Saúde.

Com o cuidado de medir as palavras, o diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak, procurou não fazer críticas diretas ao sistema de saúde público brasileiro e dizer que a decisão tomada levou em conta a orientação das autoridades locais.

"Quando escolhemos os hospitais nós o fazemos junto com o COL (Comitê Organizador Local). É uma avaliação complexa. Não estamos impondo que seja hospitais privados. Temos um grupo independente que avalia (os hospitais)".

Diante de perguntas sobre os protestos que pedem por melhores hospitais públicos, Deborah disse que o governo Dilma tem como prioridade aumentar o orçamento da saúde.

"Atualmente 9% do PIB são investidos na saúde, mas achamos sempre que podemos investir mais. É uma demanda legítima de melhorias na saúde. Estamos trabalhando para melhorar a gestão e o investimento na saúde pública. Somos um país em desenvolvimento e ainda temos muito a construir", ponderou a diretora. 


JAMIL CHADE E LEONARDO MAIA
O Estado de São Paulo


sexta-feira, 21 de junho de 2013 | By: Vânia Santana

Em meio aos protestos, governo dá aos Ministros, o "Bolsa-Copa"



O governo vai pagar diárias de hotel de até R$ 1.162 para ministros que quiserem assistir nos estádios aos jogos da Copa das Confederações. O benefício foi chamado por oposicionistas de “Bolsa Copa” e já começou a ser questionado no Congresso Nacional.

O texto, assinado pela presidente Dilma Rousseff (PT), pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, prevê que o governo federal pague diárias de até R$ 581 para ministros e servidores, e de R$ 406,70 para comandantes, oficiais e servidores das três Forças Armadas que se deslocarem aos jogos nos estádios. Esses valores são para viagens a Brasília, Manaus e Rio de Janeiro. No entanto, pelo artigo primeiro do decreto, o governo federal pode cobrir o dobro destes valores, alcançando então diárias de até R$ 1.162. São capitais-sedes da Copa das Confederações: Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Manaus, Rio e Belo Horizonte.

O benefício, que pode ser usado para bancar gastos com hotel, alimentação e translado, é previsto apesar de existirem bases militares com alojamentos do Exército e Aeronáutica em todas as sete capitais-sedes da Copa das Confederações. Os jogos acontecem entre os dias 14 deste mês a 2 de julho.

As comitivas ainda poderão viajar nos jatos da FAB (Força Aérea Brasileira), por prerrogativa dos cargos que possuem.

O Palácio do Planalto publicou em edição extra no Diário Oficial do dia 14 de junho, na véspera da abertura da Copa, o Decreto 8.028/13 com tabelas de gastos autorizados.

Oposição

O líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP), apresentou requerimento de informações para que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, esclareça os motivos do pagamentos das diárias para ministros, servidores e militares durante a Copa das Confederações.

O benefício das diárias já é previsto para essas autoridades, mas o Planalto baixou o novo decreto permitindo que elas possam ultrapassar o teto durante o evento da Fifa.

Explicações

Segundo o portal do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio pede que o governo explique as razões para esse aumento e destaca, no requerimento, que é prerrogativa do Congresso fiscalizar os gastos do Executivo.

Até aliados pedem reforma ministerial

Em meio à onda de manifestações em várias cidades brasileiras nos últimos dias, alas do PT e do empresariado recrudesceram as reclamações sobre a falta de interlocução do governo Dilma Rousseff com setores empresarial, político e social e pressionam por troca de ministros.

A insatisfação tem sido explicitada em encontros desses grupos com o ex-presidente Lula. O petista teria respondido a seus interlocutores que tem a mesma avaliação e que iria conversar com Dilma sobre a necessidade de abrir canais de diálogo com empresários, aliados políticos e líderes de movimentos sociais.

O ex-presidente esteve terça-feira com sua sucessora em reunião emergencial em São Paulo para falar das manifestações de rua no país.

Em comum nas conversas de industriais com Lula estão reclamações contra o estilo intervencionista da presidente e sobre o que consideram uma aversão à relação com o mercado. Para eles, Dilma precisa ter um ministro com livre trânsito no empresariado e estar mais aberta a sugestões da iniciativa privada.

Dentro do governo, assessores reconhecem que a administração dilmista precisa melhorar sua interlocução com esses setores, mas afirmam que não está nos planos da presidente fazer uma reforma ministerial agora.

A troca viria apenas no início do próximo ano, quando até 14 dos 39 ministros podem deixar o governo para disputar as eleições.

Nos setores petistas, a avaliação é que a presidente Dilma precisa mudar sua articulação com o Congresso e dar mais poder a Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), que estaria sem autonomia para dialogar com os movimentos sociais.

São comuns em Brasília relatos da falta de diplomacia de Dilma ao tratar com aliados no meio político e empresarial. Há algumas semanas, por exemplo, Lula foi ao Peru e se encontrou com o presidente Ollanta Humala.


A Gazeta

Obs. do blog: O salário de um Ministro é de R$ 26.723,13.


'Revolução dos 20 centavos' mostra que fantasia acabou, diz Financial Times


Um editorial publicado nesta quinta-feira no diário britânico Financial Times diz que os maiores protestos de rua vividos no Brasil nos últimos 20 anos mostram que os brasileiros se deram conta de que o "glorioso novo país" propagado pelo governo seria uma "fantasia".





"A revolução dos 20 centavos mostra que a fantasia acabou" diz o jornal, citando que "espetaculares 10 anos de crescimento" tiraram "cerca de 30 milhões de pessoas da pobreza" com novas demandas que não foram atendidas.

A chamada nova classe média, diz o jornal, "pode consumir como nunca", mas "as mudanças sociais em outros setores não acompanharam as demandas desta nova classe, ainda precária".

O editorial cita que "não há problema" em cultivar a imagem global do Brasil com investimentos de US$ 12 bilhões em estádios de futebol, mas "não quando a vida é tão dura para a maioria".

"Eles pagam impostos iguais aos de primeiro mundo e recebem em troca serviços públicos de má qualidade de países em desenvolvimento".

"Ônibus lotados e tráfego pesado tornam as viagens diárias caras e um desperdício de tempo. A corrupção do governo prevalece."

Para o FT, os brasileiros tentam se posicionar "entre o Brasil 'velho' que teriam deixado para trás e o glorioso Brasil 'novo' que o governo diz ser o país em que vivem".

"Isso talvez esteja em sintonia com uma tendência que corre entre os investidores: a de que o modelo brasileiro chegou ao seu limite".

"Em toda América do Sul, cidadãos estão fartos de ouvir como as coisas são boas", diz o FT, acrescentando que os protestos no Brasil vão causar preocupações nos mercados financeiros a respeito dos mercados emergentes como um todo e podem indicar que a "salada política dos velhos dias e o dinheiro fácil do passado podem estar chegando ao fim".


Daily Telegraph

Em um artigo de opinião, intitulado "Apesar do boom das commodities, o Brasil está perto de entrar em ebulição", o jornal britânico Daily Telegraph diz que a frustração que desencadeou os protestos no país se explica pelo fato de as pessoas "terem perdido fé no processo político", a exemplo do que ocorreu em outros países da região.

O texto, assinado por Daniel Hannanfaz, faz uma retrospectiva dos acontecimentos políticos nos países da América do Sul, que, nas últimas três décadas saíram de ditaduras militares, passaram por governos neoliberais que "desperdiçaram suas chances e, em desespero, optaram pela esquerda populista".

"Hugo Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Cristina Kirchner na Argentina e Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho carismático de Dilma Rousseff, no Brasil".

Segundo o texto, este modelo funcionou durante um tempo.

"As pessoas preferiam eleger os populistas simplesmente pelo fato de que não eram da velha oligarquia. Mas mais cedo ou mais tarde, como acontece com muitos governos socialistas, o dinheiro acaba".

"Esse momento chegou para o Brasil e os brasileiros sentem isso".


BBC Brasil


quinta-feira, 20 de junho de 2013 | By: Vânia Santana

A Democracia Brasileira em grave ameaça pelas urnas eletrônicas


Não dá pra confiar numa Democracia, que usa nas eleições, urnas passíveis de serem fraudadas. O Brasil é o único país que utiliza estas urnas, sem sequer imprimir um comprovante. Nem o Paraguay aceitou essas urnas.
Milhares de denúncias já foram feitas, porém, mesmo com hackers pelo mundo afora, invadindo sistemas governamentais e bancários, o governo brasileiro insiste em dizer que as urnas são seguras.
Não adianta as pessoas lutarem por mudar os governantes via voto, com um sistema frágil e passível de fraude.
Vejam o vídeo, e tirem suas conclusões. E divulguem isso. Já passou da hora, de exigirmos a mudança no Sistema Eleitoral Brasileiro. Não emitir comprovante de quem se votou, interessa a quem, afinal?




terça-feira, 18 de junho de 2013 | By: Vânia Santana

Vídeo - Não, eu não vou à Copa do Mundo

Uma cineasta brasileira desmontou em seis minutos a vigarice bilionária forjada pelos organizadores da Copa da Ladroagem

Nascida em São Paulo e residente na Califórnia, a cineasta Carla Dauden presenteou o Brasil decente com um vídeo que, em 6:10, reduz a farrapos a fantasia triunfalista costurada nos últimos seis anos. Desde que ficou oficialmente decidido que o País do Futebol seria o anfitrião da Copa do Mundo de 2014, o governo federal, a Fifa e a CBF agem em cumplicidade para vender como empreitada patriótica o que sempre foi uma conjunção de negociatas bilionárias com pilantragens eleitoreiras.

Nesta segunda-feira, enquanto multidões de brasileiros incluíam o oceano de obras superfaturadas entre os alvos dos atos de protesto, Carla postou seu vídeo no YouTube. Passadas 24 horas, o número de acessos vai chegando a 600 mil. A menos de 12 meses do apito inicial, a fraude foi implodida. E o mundo começou a descobrir o que fizeram, fazem e pretendem continuar fazendo os governantes e supercartolas que arquitetaram a Copa da Ladroagem.





 Augusto Nunes