quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013 | By: Vânia Santana

O decênio que mudou o Brasil, o afastou do futuro?



Criadas sob o regime militar, no início dos anos 70, as disciplinas EMC (Educação Moral e Cívica) e OSPB (Organização Social Política Brasileira) tornaram-se obrigatórias e foram impregnadas com os abusos da época, exaltando o regime militar, onde até existia um slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o”.   Ao invés de banidas em 1996, tivessem sido adaptadas ao ensino factual da história política brasileira, sem ideologias em detrimento da análise e reflexão, talvez outros rumos estaríamos nós vivendo hoje, em virtude do ensino poder despertar o nacionalismo e civismo nos alunos.
Além de melhorar a auto-estima de um País, o patriotismo, evitaria hoje, a ignorância política, onde os atuais líderes costumam, ao seu bel prazer e a vontade, recontar a história de acordo com sua conveniência, aproveitando-se do analfabetismo político da população. Isto é mais uma constatação que, a Educação, é o primórdio e a prioridade para o desenvolvimento de uma Nação.

O país passou desde 1500, por Colônia, Império, Primeira e Segunda República e Regime Militar até chegar à Nova República e a Democracia.
Passou pelo ‘milagre econômico’ na era militar, com o PIB chegando a 8%. Passou por crises de petróleo, censura, anistia, controle de inflação. Passou por várias reformas políticas e econômicas, manifestações populares, como o ‘Diretas Já’.
Planos econômicos, tentando o controle da inflação, entre os quais, congelamento de preços. Após o cruzeiro o Plano Cruzado, Plano cruzado 2. Plano Bresser, Plano Verão, Cruzado Novo, Cruzeiro Real.
Passou por um novo movimento popular, ‘os cara pintadas’, pelo impeachment de um presidente.
Chegou à estabilidade, conseguida pelo Plano Real, iniciado em fevereiro de 1994, com uma medida provisória, estabelecendo a URV (Unidade Real de Valor)  e lançado em Julho de 1994, no governo Itamar Franco, onde FHC era o Ministro da Fazenda.
Perante uma inflação que já havia chegado a 70% em um único mês, e beirou a casa dos 47% um mês antes do lançamento do Real, a primeira inflação registrada sob efeito da nova moeda foi de 6,08%. Em Setembro de 1994, a inflação chegou a 1,51%.

Uma sequência de reformas estruturais foram feitas nos 6 anos seguintes, já sob o governo FHC,  para sustentar a estabilidade econômica. Para estancar os históricos déficits nas contas governamentais, foram feitas privatizações de empresas estatais como a Telebrás e a Vale do Rio Doce. Foi criado o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) para recuperação de instituições financeiras que estavam com graves problemas de caixa, até a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo FHC criou programas sociais como o Bolsa-Escola, Vale Gás, e bolsa-alimentação, atualmente unificados e denominado de Bolsa-Família. Milhares de crianças foram retiradas do trabalho escravo. Implementou a AGU (Advocacia Geral da União). Criou Agências Reguladoras, incluindo a ANS e a Anvisa. Criou  lei de incentivo aos medicamentos genéricos e o programa de combate a AIDS foi considerado pela ONU o melhor do mundo. Também foi aplicada lei de combate ao tabagismo e implantada vacinação contra gripe a idosos.
Com a expansão econômica, investidores externos entraram em grande escala no Brasil, somente na área automobilística, 11 marcas passaram a fabricar seus automóveis no país.
O governo FHC enfrentou várias crises internacionais, entre elas, a crise do México, a asiática, a Rússia, a Argentina e o atentado de 11 de setembro nos EUA.


Será preciso estatísticas comparativas em cartilhas, distribuídas hoje, em comemoração aos 10 anos do partido governista atual, o Partido dos Trabalhadores, onde há tanta prepotência e arrogância, de seus líderes, e nenhuma generosidade em reconhecer, que entre erros e acertos, foi o trabalho de vários governos o resultado do Brasil que temos hoje?
Um partido que ao conquistar o poder, e permanecer nele durante 10 anos, não fez nenhuma reforma que de fato levasse o país ao desenvolvimento, que é muito diferente de levar ao crescimento, e que foi contra todas medidas do governo anterior. E hoje, se tem governabilidade possível, é porque pode usufruir dos méritos dos feitos anteriores, que aliás, tomou para si e divulga como seu, sem hoje confessar publicamente que foi contra as eleições Diretas, que foi contra a Constituição de 1988 e que foi contra o próprio plano Real.
Que foi contra as privatizações e hoje privatiza. Que foi contra o programa social chamado ‘bolsas’, cujo líder do partido, e ex-presidente, bradava no palanque ser utilizado como sistema de compra de votos, e até hoje usa o programa, que mudou de nome, como sua criação, e palanque eleitoral. E que o mesmo faz sua sucessora. Sucessora esta, que tal como seu mestre, também propaga o uso do programa, chamando agora os anteriores de ‘precários’ (mas que nunca o ampliou para capacitar seus dependentes para o trabalho e sustento),  inclusive o utiliza como pré-campanha, usando a máquina administrativa, dizendo que com ele acabou com a miséria extrema e visível do país.

Se auto denominar o governo petista de ‘glorioso’, quando lutou contra as medidas tomadas pelos antecessores, quando oposição, inclusive protestando contra o ‘irrisório’ salário mínimo, que em sua visão e promessas, levaria a R$2.500 e cujo valor hoje, após 10 anos, é de R$ 678,00, colocando como classe média pessoas com ganho de R$ 290,00 onde a cesta básica chega a R$ 377,00 e dizendo que acabou com a miséria no país, porque distribui bolsas de R$ 70,00, é ofender a inteligência de qualquer ser pensante.

Sob o slogan “do povo, pelo povo, para o povo”, no governo repetidamente ‘do povo’, nunca os bancos tiveram maior lucro. O Brasil se encontra em 84º no IDH. 6% da população brasileira vive em favelas. 40% do país não tem saneamento básico. Apesar de ter os impostos mais caros do mundo, não temos qualidade em serviços públicos essenciais, como Educação, Saúde, Transporte e Segurança. Mais de 50 mil homicídios por ano. O país é o maior consumidor de crack do mundo.
Bastou uma ‘tragédia’ durante o governo ‘do povo’ em uma boate incendiada, para mostrar ao país e ao mundo, os gigantescos problemas de falta de fiscalização, ineficiência da Saúde Pública e corrupção. Que se estendeu para todo o país.


Possivelmente a cartilha petista não fala do PIB. Não fala do BNDES. Não fala da manobra econômica, da queda de ministros,  dos escândalos seqüenciais e ininterruptos de corrupção. Do Mensalão. Do desafio dos governistas ao Judiciário. Dos condenados mensaleiros que estão em exercício no Congresso. E que possivelmente estarão lá, todos se confraternizando, na festa de 10 anos do PT. Não falará da censura que já impõe e quer regular ainda mais, calando a liberdade de expressão da mídia que não o afaga. Aliás, o Brasil já está na lista dos 10 países mais perigosos do mundo em liberdade de imprensa. De seu apoio aos países e líderes comunistas. Do Foro de São Paulo. Também não deve falar dos problemas da Eletrobrás e da Petrobrás.

O governo mais demagogo, intervencionista, fisiologista e clientelista já existente, que somente no governo Lula, gastou mais de R$ 10 Bilhões do dinheiro público em propaganda, se auto-proclama ‘glorioso’ e está em festa. A democracia, pela qual eles dizem ter 'lutado', e apoiar, não será mais Democracia se não houver alternância de poder. E o PT pretende se perpetuar nele. E tem feito qualquer coisa e a qualquer preço, para isso.

‘O decênio que mudou o Brasil’. Alter-egos e fanáticos à parte, cabe a população, que sofre todas as consequências e paga todas as contas, avaliar e decidir se foi pra melhor ou pra pior, e qual o futuro que quer para si.



2 Deixe seu comentário:

Anônimo disse...

Texto bem escrito, mas infelizmente um panfleto de direita.

Politica funciona basicamente como um cabo de guerra com uma plateia assistindo: lado esquerdo e direito. A luta se da e os participantes tentam convencer os expectadores a tomar um lado, talvez ate "puxar" o cabo de guerra.

O problema eh q pra tomar o poder do "cabo", pessoas dos dois lados usam de "artmanhas" (nao tao louvaveis e integras, por assim dizer) e os integrantes que estao neste cabo para vencer de maneira honesta nao percebe o uso destas tais artmanhas pelos seus companheiros (e enxerga as usadas do outro lado) e ficam convictos que os que estes "lideres" dos lados do cabo sejam considerados deuses da etica e do trabalho honesto enquanto os lideres do outro lado sao reencarnacoes de Satanas (apenas usando figura de linguagem).

Tao ruim quanto analfabetismo politico, eh a cegueira politica. Demonizar um lado e idolatrar outro, me desculpe, mas nao e a atitude mais inteligente.
A situacao politica de nossa populacao e diretamente relacionada ao nosso nivel de educacao. Temos poucos analfabetos de fato (incapazes de ler qualquer coisa), mas temos um extenso exercito de analfabetos funcionais (sabe ler, mas nao sabe interpretar nem questionar o que se esta escrito) e este analfabetismo funcional leva a tal "cegueira politica"

Esta na hora dos cidadaos de bem sairem deste cabo de guerra, independente do lado e procurar ir para frente ao inves de esquerda ou direita.

A titulo de curiosidade: Sergio Cabral (PMDB - base aliada) e Geraldo Alckmin (PSDB - oposicao) promovem censura a imprensa, ditaduras mascaradas e promovem o uso indevido de dinheiro e patrimonio publico. Qual a diferenca? Os dois estao em lados "opostos" da democracia e mesmo assim tem muito mais em comum do que se poderia imaginar.. E agora?

Enquanto se defende esquerda ou direita, eles sentam na mesma mesa e costuram acordos nos bastidores definindo quem sera o proximo presidente, governadores e etc... e o pior de tudo eh q o pessoal acredita no teatro que os dois lados fazem na midia..

- Procure se informar sobre as obras de mobilidade urbana prometidas para Manaus com relacao a quanto foi investido, quanto foi executado, qual e o plano de emergencia criado pelo governador do amazonas e o prefeito de manaus, bem como seu custo, prazo de execucao e o partido ao qual pertencem os dois.
- Procure se informar sobre o cartel do metro/CPTM (detalhe: eu trabalhei 5 anos na CPTM, inclusive nas oficinas de manutencao onde os trens referentes a este cartel sao inspecionados, ou seja, 'no meio do esquema' e tenho conhecimento de causa suficiente para falar) e como sorrateiramente o governo de Sao Paulo conseguiu acesso aos documentos alvos de investigacao do proprio. Quem garante que os dados nao serao alterados e as informacoes distorcidas?

- Procure se informar qual foi o preco de concessao a de empresas como a vale, eletropaulo e entre outras, quem comprou, com recurso de quem, quem pagou e analisar os balancos do ano anterior as suas privatizacoes e atualmente.

Nao estou puxando o cabo pra esquerda (ateh pq seu texto vc ja promoveu a direita e achincalhou a esquerda), apenas estou tentando elucidar um pouco alguns fatos nao tao divulgados como deveriam pela imprensa (censura paulista!!) e mostrar o porque eu abandonei este cabo de guerra e quero sim lutar por um pais melhor, pra FRENTE.

Saudacoes

Magalhães disse...

Por que assina como anônimo..?

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