domingo, 13 de janeiro de 2013 | By: Vânia Santana

Você tem fome de quê?



Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) cerca de 870 milhões de pessoas sofrem de subnutrição. A média representa 12,5 % da população mundial. Os percentuais aumentam para 23,2% nos países em desenvolvimento e caem para 14,9% nos países desenvolvidos.
Os dados são do relatório “Sofi” de 2012 da FAO
O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano, alertou que é “inaceitável” o número de subnutridos no mundo, considerando os avanços tecnológicos conquistados pela humanidade. Graziano acrescentou que mais de 100 milhões de crianças com menos de 5 anos estão abaixo do peso. Segundo ele, a desnutrição infantil é responsável por mais de 2,5 milhões de crianças mortas por ano.




Segundo o relatório, a Ásia é o continente que lidera em número a quantidade de pessoas subnutridas e há um aumento na África.

Na Somália, na África, crianças sofrem tão profundamente de subnutrição, que não tem forças nem para chorar.


"Ela tem muita fome, mas acho que ficou fraca demais para chorar", diz Shukri Mohamed, 28, embalando seu bebê de oito meses. Pele e osso, a criança tem os olhos vidrados, indiferente ao bando de moscas que passeiam sobre seu rosto.

O silêncio dos refugiados é produto da debilidade física, mas também da impotência diante de um desastre natural agravado por duas décadas de guerra civil na Somália e pelo atraso das agências internacionais em reagir. Vivendo a pior seca em 60 anos, a região conhecida como "Chifre da África" fez ressurgir as imagens das crianças etíopes esqueléticas que comoveram o mundo no meio da década de 80. (Fonte: Folha.com)

Dentre os países que sofrem de subnutrição, o Brasil está em 27º lugar da lista, com 9% da população sofrendo de subnutrição. O pior resultado (1º da lista) é a Eritréia (país africano), que apresenta 35% da população subnutrida. No Brasil, a falta de condições básicas, como água limpa, saúde, condições sanitárias, moradia, educação e informação, levam cerca de seis milhões de crianças a viverem em condições de absoluta pobreza, segundo relatório do UNICEF.

Com a maior seca dos últimos 47 anos, o Nordeste do Brasil é um dos lugares mais afetados. Somente na Bahia, mais de 230 municípios estão em situação de emergência; em todo o Nordeste, mais de 4 milhões de pessoas estariam em áreas diretamente afetadas pela estiagem.

                                                       Foto: Beto Macário/UOL


Se na África a situação política dificulta a ajuda humanitária, o mesmo não se pode dizer do Brasil.
A transposição das águas do rio São Francisco foi prometida pelo governo como a redenção das regiões mais áridas do Nordeste. Por enquanto a gigantesca obra, em custos e dimensões, continua sendo apenas uma promessa, prejudicada por constantes atrasos e falta de planejamento.


Apenas 43% da obra está concluída. Em seu governo, Lula prometeu finalização das obras em 2012.  Também utilizou a propaganda da Transposição na campanha eleitoral de Dilma. Até 20 de dezembro, só 18% do Orçamento disponibilizado para 2012 havia sido desembolsado pelo Ministério da Integração Nacional. A obra é tão faraônica como o custo: R$ 8,2 bilhões, e só deve terminar em 2015. Segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que comanda as obras do PAC, os atrasos ocorreram devido às empresas que abandonaram o trabalho e à complexidade do projeto.

Enquanto 12,5% da população mundial passa fome, um relatório de uma organização britânica indica que até metade de toda a comida produzida a cada ano no mundo, ou cerca de dois bilhões de toneladas, vai parar no lixo.

O desperdício está ocorrendo devido a uma série de motivos, entre eles as condições inadequadas de armazenamento e a adoção de prazos de validade demasiadamente rigorosos. Outro problema é a preferência dos consumidores por alimentos com um formato ou cor específicos. O estudo diz que até 30% das frutas, verduras e legumes plantados na Grã-Bretanha sequer são colhidos por causa de sua aparência.

O desperdício de alimentos também implica em desperdício de recursos usados para a produção deles, como água, áreas para agricultura e energia, alertou o relatório publicado pela Institution of Mechanical Engineers, uma organização que representa engenheiros mecânicos e reúne cem mil membros no Reino Unido.
O relatório alertou que atualmente 550 bilhões de metros cúbicos de água estão sendo desperdiçados na produção de alimentos que vão para o lixo.
E o problema pode se agravar. Segundo a Institution of Mechanical Engineers, o consumo de água no mundo chegará a até 13 trilhões de metros cúbicos por ano em 2050 devido ao crescimento da demanda para produção de alimentos.
Isso representa até 3,5 vezes o total de água consumido atualmente pela humanidade e gera o temor de mais escassez do recurso no futuro.
O alto consumo de carne tem grande influência nesse aumento de demanda, visto que a produção de carne exige mais água do que a produção de alimentos vegetais.
"À medida que água, terra e energia passam a ser mais disputados devido à demanda da humanidade, os engenheiros tem um papel crucial a desempenhar no sentido de prevenir a perda e o desperdício de alimentos, desenvolvendo formas mais eficientes de produção, transporte e armazenamento", disse Tim Fox, diretor da Institution of Mechanical Engineers. Veja a reportagem clicando aqui:  BBC Brasil 

Com a falta de interesse em políticas públicas e a falta de investimentos, aumentada com o agravamento das mudanças climáticas, e o cálculo da ONU de a população chegar até 2050 em 9,5 bilhões de pessoas, o pior ainda está por vir.






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